Dar não é fazer amor. Dar é dar. Fazer amor é lindo, é sublime, é encantador, é esplêndido, mas dar é bom pra cacete. Dar é aquela coisa que alguém te puxa os cabelos da nuca, te chama de nomes que eu não escreveria, não te vira com delicadeza, não sente vergonha de ritmos animais. Dar é bom. Melhor do que dar, só dar por dar. Dar sem querer casar, sem querer apresentar pra mãe, sem querer dar o primeiro abraço no Ano Novo. Dar porque o cara te esquenta a coluna vertebral, te amolece o gingado, te molha o instinto. Dar porque a vida de uma publicitária em começo de carreira é estressante, e dar relaxa. Dar porque se você não der para ele hoje, vai dar amanhã, ou depois de amanhã. Dar sem esperar ouvir promessas, sem esperar ouvir carinhos, sem esperar ouvir futuro. Dar é bom, na hora. Durante um mês. Para as mais desavisadas, talvez anos. Mas dar é dar demais e ficar vazia. Dar é não ganhar. É não ganhar um eu te amo baixinho perdido no meio do escuro. É não ganhar uma mão no ombro quando o caos da cidade parece querer te abduzir. É não ter alguém pra querer casar, para apresentar pra mãe, pra dar o primeiro abraço de Ano Novo e pra falar: “Que cê acha amor?”. Dar é inevitável, dê mesmo, dê sempre, dê muito. Mas dê mais ainda, muito mais do que qualquer coisa, uma chance ao amor, esse sim é o maior tesão. Esse sim relaxa, cura o mau humor, ameniza todas as crises e faz você flutuar o suficiente pra nem perceber as catarradas na rua. Se você for chata, suas amigas perdoam. Se você for brava, suas amigas perdoam. Até se você for magra, as suas amigas perdoam. Mas… experimente ser amada.
Revista PODER: O que fazer para melhorar o cérebro ?
Paulo Niemeyer: Você tem de tratar do espírito. Precisa estar feliz, de bem com a vida, fazer exercício. Se está deprimido, com a autoestima baixa, a primeira coisa que acontece é a memória ir embora; 90% das queixas de falta de memória são por depressão, desencanto, desestímulo. Para o cérebro funcionar melhor, você tem de ter motivação. Acordar de manhã e ter desejo de fazer alguma coisa, ter prazer no que está fazendo e ter a autoestima no ponto.
Revista PODER: Cabeça tem a ver com alma?
Paulo Niemeyer: Eu acho que a alma está na cabeça. Quando um doente está com morte cerebral, você tem a impressão de que ele já está sem alma… Isso não dá para explicar, o coração está batendo, mas ele não está mais vivo.
Revista PODER: O que se pode fazer para se prevenir de doenças neurológicas?
Paulo Niemeyer: Todo adulto deve incluir no check-up uma investigação cerebral. Vou dar um exemplo: os aneurismas cerebrais têm uma mortalidade de 50% quando rompem, não importa o tratamento. Dos 50% que não morrem, 30% vão ter uma sequela grave: ficar sem falar ou ter uma paralisia. Só 20% ficam bem. Agora, se você encontra o aneurisma num checkup, antes dele sangrar, tem o risco do tratamento, que é de 2%, 3%. É uma doença muito grave, que pode ser prevenida com um check-up.
Revista PODER: Você acha que a vida moderna atrapalha?
Paulo Niemeyer: Não, eu acho a vida moderna uma maravilha. A vida na Idade Média era um horror. As pessoas morriam de doenças que hoje são banais de ser tratadas. O sofrimento era muito maior. As pessoas morriam em casa com dor. Hoje existem remédios fortíssimos, ninguém mais tem dor.
Revista PODER: Existe algum inimigo do bom funcionamento do cérebro?
Paulo Niemeyer: O exagero. Na bebida, nas drogas, na comida. O cérebro tem de ser bem tratado como o corpo. Uma coisa depende da outra. É muito difícil um cérebro muito bem num corpo muito maltratado, e vice-versa.
Revista PODER: Qual a evolução que você imagina para a neurocirurgia?
Paulo Niemeyer: Até agora a gente trata das deformidades que a doença causa, mas acho que vamos entrar numa fase de reparação do funcionamento cerebral, cirurgia genética, que serão cirurgias com introdução de cateter, colocação de partículas de nanotecnologia, em que você vai entrar na célula, com partículas que carregam dentro delas um remédio que vai matar aquela célula doente. Daqui a 50 anos ninguém mais vai precisar abrir a cabeça.
Revista PODER: Você acha que nós somos a última geração que vai envelhecer?
Paulo Niemeyer: Acho que vamos morrer igual, mas vamos envelhecer menos. As pessoas irão bem até morrer. É isso que a gente espera. Ninguém quer a decadência da velhice. Se você puder ir bem de saúde, de aspecto, até o dia da morte, será uma maravilha.
Revista PODER: Hoje a gente lida com o tempo de uma forma completamente diferente. Você acha que isso muda o funcionamento cerebral das pessoas?
Paulo Niemeyer: O cérebro vai se adaptando aos estímulos que recebe, e às necessidades. Você vê pais reclamando que os filhos não saem da internet, mas eles têm de fazer isso porque o cérebro hoje vai funcionar nessa rapidez. Ele tem de entrar nesse clique, porque senão vai ficar para trás. Isso faz parte do mundo em que a gente vive e o cérebro vai correndo atrás, se adaptando.
Revista PODER: Você acredita em Deus?
Paulo Niemeyer: Geralmente depois de dez horas de cirurgia, aquele estresse, aquela adrenalina toda, quando acabamos de operar, vai até a família e diz: “Ele está salvo”. Aí, a família olha pra você e diz:
Dois irmãos que moravam em fazendas vizinhas, separadas apenas por um riacho, entraram em conflito. Foi a primeira grande desavença em toda uma vida de trabalho lado a lado. Mas tudo agora havia mudado. O que começou com um pequeno mal entendido, finalmente explodiu numa troca de palavras ríspidas, seguidas por semanas de total silêncio.
Numa manhã, o irmão mais velho ouviu baterem à sua porta:
— Estou procurando trabalho, talvez você tenha algum serviço para mim. – disse o homem.
— Sim, disse o fazendeiro. – Claro! Vê aquela fazenda ali, além do riacho? É do meu vizinho, na realidade do meu irmão mais novo. Nós brigamos e não posso mais suportá-lo. Vê aquela pilha de madeira ali no celeiro? Pois use para construir uma cerca bem alta!
— Acho que entendo a situação. – disse o homem. – mostre-me onde estão a pá e os pregos!
O irmão mais velho entregou o material e foi para a cidade. O homem ficou ali cortando, medindo, trabalhando o dia inteiro. Quando o fazendeiro chegou, não acreditou no que viu: em vez de cerca, uma ponte foi construída ali, ligando as duas margens do riacho.
Era um belo trabalho, mas o fazendeiro ficou enfurecido e falou:
— Você foi atrevido construindo essa ponte depois de tudo que lhe contei.
Mas as surpresas não pararam por ali. Ao olhar novamente para a ponte viu o seu irmão se aproximando de braços abertos.
Por um instante permaneceu imóvel do seu lado do rio. O irmão mais novo disse:
— Você realmente foi muito amigo construindo esta ponte mesmo depois do que eu lhe disse.
De repente, num só impulso, o irmão mais velho correu na direção do outro e abraçaram-se, chorando no meio da ponte. O homem que fez o trabalho, partiu com sua caixa de ferramentas.
— Espere, fique conosco! Tenho outros trabalhos para você.
E o homem respondeu:
— Eu adoraria, mas tenho outras pontes a construir…
Já pensou como ascoisas seriam mais fáceis se parássemos de construir cercas e muros e passássemos a construir pontes com nossos familiares, amigos, colegas de trabalho e principalmente nossos inimigos… o que você está esperando? Que tal começar agora?!
“a única vez que você não pode falhar é na última vez que tentar.”
Algumas vezes os melhores planos resultam em… nada. Algumas vezes a maior confiança em objetivos resulta em… nada. Algumas vezes as mais incríveis oportunidades resultam em… nada. Algumas vezes os mais profundos desejos resultam em… nada. Planos, confiança, oportunidades e desejos ou qualquer outro predicado que você tenha, não são suficientes para empurrar uma bolinha de gude – aquelas pequenas esferas de vidro já esquecidas em algumas regiões do Brasil. A despeito de todo o seu conhecimento em estratégia e tática, a despeito de toda a sua confiança em si mesmo ou em todos os seres do Olimpo, a despeito de tudo aquilo que a vida ofereça e a despeito de todo o desejo racional, emocional e instintivo do seu corpo, nada vai acontecer se você não fizer uma coisa – uma única coisa simples: agir.
Agir – agir sempre – e dar o primeiro passo da jornada é o que garante que as engrenagens do Universo sejam postas para funcionar. Mesmo uma ação pequena tem efeitos devastadores ao longo do tempo. Nada acontece antes de uma ação ser posta para funcionar. Na Bíblia, o livro mais vendido do planeta, a primeira frase é: No princípio criou Deus os céus e a terra. A frase não fala que no princípio Deus refletiu, ou teve autoconfiança, ou viu uma oportunidade, ou estabeleceu um objetivo, ou esperou a sorte, ou contou com sua equipe de trabalho. Nada disso. A frase usada tinha o verbo criar.
Tudo começa com a ação. Naturalmente, isso não significa que você deva agir cegamente; significa que você deve agir na hora de agir. Muitos de nós construímos castelos perfeitos em nossas mentes, mas não agimos para levantar uma pedra sequer. Imaginamos tudo o que poderíamos fazer, mas não fazemos coisa alguma, sempre buscando ótimas razões para tudo aquilo que não fazemos. Queremos melhorar nossas relações, desde que a outra pessoa mude, deixando a ação para ela. Objetivamos tornar a qualidade de nossos produtos superior, desde que os funcionários façam um trabalho melhor, deixando a ação para eles. Pensamos em melhorar nosso trabalho, desde que a empresa nos pague mais, deixando a ação para a corporação. Sonhamos com nossa próxima casa, que será construída no futuro, desde que aquele bilhete de loteria seja premiado, deixando a ação para a sorte.
Embora todas essas coisas possam acontecer, provocar mudanças positivas em nossa vida não é problema de outros. É problema nosso. Lembre-se de que as palavras “desde que” não estão marcadas no calendário. Sua vida está. Faça o que você puder agora, com aquilo que você já tem. Mesmo que pareça ser muito pouco. Mesmo que seja somente um gesto, uma palavra, um olhar. Nenhuma ação é pequena demais, desde que seja uma ação. Se existe somente barro, use-o para construir tijolos e os tijolos para construir as paredes do seu sonho. Se nem mesmo barro você tem, use sapé. Mas faça alguma coisa.
Hoje é o dia para você pegar seus melhores ou piores planos, seus prováveis e improváveis projetos e dar um passo, fazendo aquela ligação, visitando aquele cliente, redesenhando seu produto ou empresa, enviando aquele e-mail, dando aquele sorriso e aquele abraço, andando pelo chão-de-fábrica, assistindo uma palestra, indo ao parque com seu filho, enviando um cartão pelo correio (sim, eu disse correio, não pela internet) ou até conversando com você, no espelho de casa. Nada acontece somente por estar em sua mente. Preencha seus dias com ação que leve o Universo a devolver algum tipo de reação, e certos resultados, talvez até mesmo inesperados, sempre virão.
As suas ações são os melhores intérpretes de seus pensamentos, como disse John Locke. Esta é, realmente, a única diferença entre quem faz e quem somente observa, quem vive e quem gostaria de viver. Madre Teresa de Calcutá não passou 50 anos planejando como ajudar as pessoas pobres. Ela simplesmente ajudava, e o resto aconteceu normalmente. Portanto, faça algo agora.
Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho para sempre.
Assim acontece com a gente. As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo. Quem não passa pelo fogo, fica do mesmo jeito a vida inteira.
São pessoas de uma mesmice e uma dureza assombrosa.
Só que elas não percebem e acham que seu jeito de ser é o melhor jeito de ser.
Mas, de repente, vem o fogo.
O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos: a dor!
Pode ser fogo de fora: perder um amor, perder um filho, o pai, a mãe, perder o emprego ou ficar pobre.
Pode ser fogo de dentro: pânico, medo, ansiedade, depressão ou sofrimento, cujas causas ignoramos.
Há sempre o recurso do remédio: apagar o fogo! Sem fogo o sofrimento diminui.
Com isso, a possibilidade da grande transformação também. Imagino que a pobre pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro cada vez mais quente, pensa que sua hora chegou: Vai morrer.
Dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não pode imaginar um destino diferente para si.
Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada para ela.
A pipoca não imagina aquilo de que ela é capaz.
Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo a grande transformação acontece: BUM!
E ela aparece como uma outra coisa completamente diferente, algo que ela mesma nunca havia sonhado. Bom, mas ainda temos o piruá, que é o milho de pipoca que se recusa a estourar.
São como aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente,se recusam a mudar.
Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o jeito delas serem.
A presunção e o medo são a dura casca do milho que não estoura. No entanto, o destino delas é triste, já que ficarão duras a vida inteira!!
Deus é o fogo que amacia nosso coração, tirando o que nele há de melhor!
Acredite que para extrairmos o melhor de dentro de nós temos que , assim como a pipoca, passar pelas provas de Deus.
Talvez hoje você não entenda o motivo de estar passando por alguma coisa…
Mas tenha certeza que quanto mais quente o fogo mas rápido a pipoca estoura.
Nenhum de nós pode escolher as coisas que nos acontecem, algumas boas, outras más. Mas todos nós podemos escolher nossa resposta às coisas que nos acontecem. Você não é prisioneiro das reações.
Algumas pessoas dizem que são muito “sensíveis”, que se magoam facilmente, que se decepcionam com amigos, colegas e família e com aquilo que outros dizem ou fazem. Tais pessoas, que se dizem “muito sensíveis” na verdade não têm muita sensibilidade.
Pessoas sensíveis (por definição) são capazes de obter uma gama maior de informações sensoriais e emocionais vindas de outros e, portanto, geralmente são muito mais compreensivas, calmas e raramente se desapontam com os comportamentos alheios, exatamente porque sua sensibilidade aguçada mostra mais do que as aparências, evitando que se desapontem. Além disso, pessoas sensíveis jamais dizem que são sensíveis.
Então o que são aquelas pessoas que a todo momento se definem como sensíveis, que ficam deprimidas por razões aparentemente pequenas e cujos dias são destruídos por uma advertência do chefe, por uma crítica dos colegas, por uma frase mal construída de um membro da família?
Elas não são sensíveis?
Não.
Tais pessoas são reativas – o contrário de sensíveis. Pessoas reativas não pensam. Ou melhor, pensam que pensam, quando somente reagem emocionalmente a qualquer coisa, sem refletir, sem controlar,sem observar o todo, como crianças.
Todos nós somos reativos, vez ou outra, mas conforme amadurecemos nos tornamos menos reativos e mais sensíveis,já que escolhemos nossas respostas.
Quando somos crianças, simplesmente reagimos (o que é natural), por isso adultos reativos são, normalmente, acusados de um comportamento infantil e birrento.
Uma pessoa sensível (por obter mais informações que estão à sua volta) raramente perde o controle, mesmo quando atacada porque, sendo sensível, ela observa e e-s-c-o-l-h- e a melhor r-e-s-p-o-s- t-a.
Raramente reage, como um animal faminto faria. Você não tem o poder de escolher aquilo que te acontecerá hoje, amanhã ou depois. Mas você tem o poder de escolher a melhor resposta à tudo o que vai acontecer. Resposta não é reação.
Reação é sinônimo de programa automático. Resposta é sinônimo de escolha.
Seja mais sensível, esta semana, evitando dizer a primeira coisa que lhe venha à mente, mesmo que seja algo que você diz pra você mesmo.
Escolha as palavras, escolha os pensamentos, escolha as respostas, fugindo da armadilha que torna a vida das pessoas reativas sempre dependente de cada problema que acontece.
E observe aqueles que dizem que são “sensíveis”. Olhe o comportamento dessas pessoas. Você verá que elas são completamente dependentes dos humores de outros e dos acontecimentos externos. Elas simplesmente reagem por mais que racionalizem e se enganem, afirmando que suas reações são causadas por sua suposta sensibilidade. Sempre apresentarão razões para suas dores e tristezas, mas ainda assim estarão somente reagindo.
Você tem o poder de escolher aquilo que é melhor. Você pode!
Porque, como afirma Stephen Covey: “Entre o que acontece comigo e minha reação ao que acontece comigo, há um espaço. Neste espaço está minha capacidade em escolher minhas respostas e definir meu destino”.
Existe, acaso, algo mais espetacular do que gente?
Pessoas são um presente. Algumas tem um embrulho bonito, como os presentes de Natal, Páscoa ou festa de aniversário.
Outras vêm em embalagem comum.
E há as que ficaram machucadas no correio…
De vez em quando uma Registrada. São os presentes valiosos.
Algumas pessoas trazem invólucros fáceis.
De outras, é dificílimo, quase impossível, tirar a embalagem. É fita durex que não acaba mais…
Mas… a embalagem não é o presente. E tantas pessoas se enganam, confundindo a embalagem com o presente.
Por que será que alguns presentes são complicados para a gente abrir? Talvez porque dentro da bonita embalagem haja muito pouco valor. E bastante vazio, bastante solidão. A decepção seria grande.
Também você amigo. Também eu. Somos um presente para os outros. Você para mim, eu para você.
Triste se formos apenas um presente-embalagem: muito bem empacotado e quase nada, lá dentro!
Quando existe verdadeiro encontro com alguém, no diálogo, na abertura, na fraternidade, deixamos de ser mera embalagem e passamos à categoria de reais presentes.
Nos verdadeiros encontros humanos, acontecem coisas muito comoventes e essenciais: mutuamente nos vamos desembrulhando, desempacotando, revelando…
Você já experimentou essa imensa alegria da vida? A alegria profunda que nasce da alma, quando duas pessoas se comunicam virando um presente uma para outra? Conteúdo interno é segredo para quem deseja tornar-se Presente aos irmãos de cada estrada e não apenas embalagem…
Um presente assim não necessita de embalagem. É a verdadeira alegria que a gente sente e não consegue descrever, só nasce no verdadeiro encontro com alguém. A gente abre, sente e agradece a Deus.
Não se espante com a mudança nas pessoas, você mesmo tem dias de “noite” e dias de “dia”, momentos em que a alegria o contagia,e outros em que a tristeza o pega fundo. Por isso, não queira entender o próximo, busque antes, amar sem restrições, sem cobranças ou imagens formadas.
Relacionamentos se dissolvem assim, com a imagem estática que um forma do outro, sem respeitar as mudanças e seu crescimento,sem se importar com os desejos próprios da alma que é única, individual, e cheia de sonhos para realizar.
Ainda hoje, reflita sobre as suas próprias mudanças, das necessidades ainda não satisfeitas, dos sonhos desfeitos e dos desejos incontidos, deixe escorrer pelo ralo da hipocrisia, a falsa idéia de que somos certinhos, de que somos sempre os mesmos.
Nós estamos em constante evolução, somos hoje o fruto colhido do dia de ontem e seremos amanhã, a semente madura do que plantarmos ainda hoje. Pense nisso!
Impiedade quer dizer falta de piedade, crueldade, desumanidade.
Talvez você nunca tenha pensado nisso ou até se ache uma pessoa piedosa, mas vale a pena refletir antes de responder.
Se você nunca fez nenhum comentário maldoso sobre alguém, se nunca matou a esperança de alguém, se jamais disse palavras ásperas a ninguém, talvez você possa responder negativamente.
Algumas pessoas, ditas piedosas, estavam no velório de um amigo da congregação religiosa de que faziam parte.
Aproximaram-se do caixão e viram que o cadáver estava vestido com um smoking aparentemente novo.
Como se achavam muito caridosas, passaram a fazer comentários maldosos, alegando que não entendiam como ele poderia fazer uma coisa dessas. Afinal, quantos pobres precisando de um agasalho e ele sendo enterrado com um traje de alto preço.
A conversa se espalhou e logo chegou aos ouvidos da viúva, como se já não bastasse o seu sofrimento.
Em princípio ela ignorou os falatórios, mas depois não achou justo que seu marido fosse julgado e condenado por um crime que não cometeu.
Então, antes de cerrarem o caixão, ela pediu a palavra e deu a seguinte explicação: Meu marido sempre foi um homem muito generoso. Sempre se preocupou com aqueles que passam por necessidades e sempre procurou ajudá-los.
Antes de morrer ele me pediu, discretamente, para que o enterrasse com um traje que ele usou apenas uma vez na vida e que não serviria para ninguém.
Pediu-me também para distribuir todas as suas demais roupas para quem delas precisasse.
Por essa razão, meus amigos, é que ele está vestindo esse smoking, que não teria utilidade nenhuma para os pobres que ele sempre ajudou.
Todas aquelas pessoas, impiedosas, que fizeram comentários cruéis, não foram capazes de se retratar, apenas se calaram.
Numa outra oportunidade, Benedita Fernandes, uma trabalhadora dedicada à causa dos pobres, na cidade de Araçatuba, Estado de São Paulo, foi convidada a participar de uma reunião das senhoras da alta sociedade que desejavam fazer um planejamento de assistência aos necessitados.
Como Benedita já realizava, há algum tempo, um eficiente serviço junto à comunidade pobre, recebeu o convite para opinar e levar suas experiências.
Era uma tarde quente e a velha Benedita chegou ao chá das senhoras, ditas caridosas, vestindo um casaco de pele.
As madames torceram o nariz ao notar que aquela mulher não sabia sequer se vestir de acordo.
Ouvia-se comentários como: “será que ela quer se exibir, pensando que não temos também casacos de pele?”
“Veja como transpira! Essa velha esnobe quer dar uma de chique, diziam.
Vamos obrigá-la a tirar o casaco, pois estou suando só de vê-la, comentou uma delas.
Façamos isto, concordou a maioria.
Dona Benedita, sem saída, tirou o casaco e o espanto foi geral. Seu vestido, muito simples e surrado, causou mais espanto ainda.
Muito sem jeito ela se explicou às “damas da caridade”:
Este casaco de pele foi doado para nossa obra e como ainda não conseguimos vendê-lo, resolvi usá-lo hoje, para não envergonhar as senhoras, com minha pobreza.
Eu não tenho roupas boas para uma ocasião como esta, por isso coloquei este casaco para encobrir meus andrajos e não chocar as senhoras. Desculpem-me se lhes causei tanto desconforto.