Um sorriso

Um sorriso não custa nada e rende muito.

Enriquece quem o recebe e não empobrece quem dá.

Dura somente um instante mas sua recordação é eterna.

Ninguém é tão rico que possa dispensar.

Ninguém é tão pobre que não possa dar.

Cria felicidade no lar.

É sustento no trabalho.

Sinal visível de uma amizade profunda.

Um sorriso representa repouso no cansaço, coragem no desânimo, consolo na tristeza e alívio na angústia.

É um bem que não se pode comprar, nem emprestar, nem roubar porque só tem valor no instante que se dá.

Mas se encontrar alguém que recusa um sorriso, seja generoso em dar.

O Jovem Médico e o Paciente Inesperado

Antes de se tornar político, Juscelino sonhava em ser médico. Formou-se pela Faculdade de Medicina de Minas Gerais em 1927 e iniciou sua carreira com grande dedicação. Imagine o jovem JK, recém-formado, trabalhando com afinco e idealismo.

Uma noite, já tarde, Juscelino estava de plantão em um hospital em Belo Horizonte. A rotina era exaustiva, mas ele se entregava de corpo e alma a cada caso. De repente, a porta do pronto-socorro se abriu com um estrondo e um homem foi trazido às pressas, sangrando muito, vítima de um grave acidente. A situação era crítica, e a equipe médica rapidamente se mobilizou.

Juscelino, com a calma que se tornaria uma de suas marcas, assumiu o caso. Ele sabia que cada segundo contava. Com a experiência ainda limitada, mas com uma intuição aguçada e um pulso firme, ele realizou os procedimentos necessários para estancar a hemorragia e estabilizar o paciente. A cirurgia foi longa e delicada, e o jovem médico demonstrou uma perícia impressionante para alguém tão no início de sua carreira.

Após horas de tensão, o homem foi salvo. Juscelino sentiu um alívio imenso, a sensação de dever cumprido que só a medicina pode proporcionar. No dia seguinte, quando o paciente já estava fora de perigo, o médico foi visitá-lo. Foi então que uma surpresa o aguardava.

O homem, ainda fraco, olhou para Juscelino com gratidão nos olhos e se apresentou: “Sou o jornalista Carlos de Lacerda“. Aquele nome, na época, significava pouco para o jovem médico. Mal sabia Juscelino que, anos mais tarde, Carlos de Lacerda se tornaria um de seus mais ferrenhos adversários políticos, opondo-se veementemente à construção de Brasília e a muitas de suas políticas.

O Destino Inesperado da Política

Essa história, contada por amigos e biógrafos de JK, é fascinante por vários motivos. Primeiro, ela ilustra a vocação genuína de Juscelino para a medicina e sua dedicação em salvar vidas, algo que ele levou consigo para a política: a ideia de “curar” o país de seus males e levá-lo ao progresso.

Em segundo lugar, e talvez o mais intrigante, é o encontro inusitado com seu futuro antagonista. Quem diria que o paciente que teve sua vida salva pelas mãos do jovem médico seria, anos depois, o grande crítico de seu governo? Esse episódio revela as reviravoltas da vida e como as relações humanas, mesmo as mais improváveis, podem se desenvolver de maneiras inesperadas.

Essa história pessoal de Juscelino, que poderia ter sido apenas mais um dia na vida de um médico, se tornou um prelúdio irônico para os complexos caminhos que o destino o levaria a trilhar na política brasileira. Ele salvou a vida de um homem que, mais tarde, tentaria, figurativamente, impedir o “salvamento” de seu projeto mais ambicioso: a construção de uma nova capital.

A Fascinante Jornada da Palavra “Algoritmo”: Das Areias da Pérsia à Era Digital

A palavra “algoritmo”, tão fundamental no mundo da computação, matemática e até mesmo em nosso cotidiano digital, carrega consigo uma história rica e fascinante, que nos transporta para a Idade de Ouro Islâmica e homenageia um dos maiores intelectos da época.

Sua origem não está em uma fórmula matemática abstrata, mas sim no nome de um homem notável: Abū Jaʿfar Muḥammad ibn Mūsā al-Khwārizmī.

Quem foi Al-Khwārizmī? Um Polímata da Casa da Sabedoria

Nascido por volta de 780 d.C. na região da Corásmia (Khwārizm) – atualmente parte do Uzbequistão e Turcomenistão –, al-Khwārizmī foi um matemático, astrônomo, geógrafo e erudito persa de immense influência.

Ele atuou como um dos principais estudiosos na lendária Casa da Sabedoria (Bayt al-Ḥikmah) em Bagdá, um vibrante centro intelectual estabelecido pelo califa abássida Al-Ma’mun.

Esta academia reunia e traduzia o conhecimento de civilizações como a grega, indiana e persa, tornando-se um farol do saber mundial.

Al-Khwārizmī não foi apenas um compilador de conhecimentos; ele os expandiu e os tornou acessíveis.

Duas de suas obras tiveram um impacto particularmente profundo e duradouro no Ocidente:

“Al-Kitāb al-mukhtaṣar fī ḥisāb al-jabr waʾl-muqābala” (O Livro Compendioso sobre Cálculo por Transposição e Redução): Publicado por volta de 820 d.C., este tratado é considerado um dos textos fundadores da álgebra.

De fato, a própria palavra “álgebra” deriva de “al-jabr”, um dos dois métodos que ele usou para resolver equações quadráticas e lineares.

Sua abordagem sistemática e prática para resolver problemas algébricos revolucionou o campo.

“Kitāb al-Jamʿ wa-l-tafrīq bi-ḥisāb al-Hind” (Livro sobre Adição e Subtração segundo o Método Indiano): Nesta obra, al-Khwārizmī descreveu e popularizou o sistema de numeração decimal hindu, que incluía o conceito revolucionário do zero como um marcador de posição.

Este sistema, hoje conhecido como indo-arábico, era imensamente superior aos sistemas numéricos usados na Europa na época, como os algarismos romanos, que eram pouco práticos para cálculos complexos.

A Latinização e o Nascimento de “Algorismus”

Quando os trabalhos de al-Khwārizmī começaram a ser traduzidos para o latim na Europa, a partir do século XII, seu nome passou por um processo de adaptação fonética.

“Al-Khwārizmī” – que significa “o [nativo] da Corásmia” – foi transformado em “Algorismus” ou “Algorithmus”.

Inicialmente, “Algorismus” não se referia a um procedimento genérico, mas sim ao método de cálculo utilizando os novos numerais indianos que al-Khwārizmī havia tão claramente elucidado.

Aprender “algorismus” significava aprender a fazer aritmética (adição, subtração, multiplicação, divisão) com esses novos e eficientes algarismos, incluindo o zero.

Era um sinônimo para a nova aritmética decimal.

A Evolução do Significado: De Números a Procedimentos

Com o passar dos séculos, à medida que o sistema indo-arábico se consolidava e se tornava o padrão na Europa, o termo “algorismus” (e suas variantes) começou a perder sua associação exclusiva com os numerais.

A ênfase deslocou-se da ferramenta (os números) para o processo sistemático e passo a passo descrito por al-Khwārizmī para realizar os cálculos.

Assim, gradualmente, “algoritmo” passou a designar qualquer sequência finita, bem definida e não ambígua de operações ou instruções lógicas, projetada para resolver um problema específico ou realizar uma tarefa.

Esta definição mais ampla é a que conhecemos e utilizamos hoje, não apenas na matemática e ciência da computação (onde é a espinha dorsal da programação de software), mas em diversas outras áreas que exigem processos sistemáticos.

Um Legado Duplo: Algoritmo e Algarismo

É um fato interessante e revelador que a palavra “algarismo”, utilizada para designar os próprios símbolos numéricos (0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9), também tem sua origem no nome de al-Khwārizmī.

Isso sublinha a profunda conexão entre o homem, o sistema numérico que ele ajudou a disseminar e o conceito de procedimento de cálculo que hoje leva seu nome adaptado.

Portanto, toda vez que usamos a palavra “algoritmo”, estamos, mesmo que inconscientemente, prestando uma homenagem a Muḥammad ibn Mūsā al-Khwārizmī, o sábio persa cujos trabalhos não apenas transformaram a matemática, mas também lançaram as bases conceituais para a era da informação em que vivemos.

Sua clareza em descrever processos complexos de forma sistemática é a essência do que um algoritmo representa.

Os dois cavalos

Na estrada de minha casa há um pasto.

Dois cavalos vivem lá.

De longe, parecem cavalos como os outros cavalos, mas, quando se olha bem, percebe-se que um deles é cego.

Contudo, o dono não se desfez dele e arrumou-lhe um amigo – um cavalo mais jovem.

Isso já é de se admirar.

Se você ficar observando, ouvirá um sino.

Procurando de onde vem o som, você verá que há um pequeno sino no pescoço do cavalo menor.

Assim, o cavalo cego sabe onde está seu companheiro e vai até ele.

Ambos passam os dias comendo e no final do dia o cavalo cego segue o companheiro até o estábulo. E você percebe que o cavalo com o sino está sempre olhando se o outro o acompanha e, às vezes, pára para que o outro possa alcançá-lo. E o cavalo cego guia-se pelo som do sino, confiante que o outro o está levando para o caminho certo.

Como o dono desses dois cavalos, Deus não se desfaz de nós só porque não somos perfeitos, ou porque temos problemas ou desafios. Ele cuida de nós e faz com que outras pessoas venham em nosso auxílio quando precisamos.

Algumas vezes somos o cavalo cego guiado pelo som do sino daqueles que Deus coloca em nossas vidas.

Outras vezes, somos o cavalo que guia, ajudando outros a encontrar seu caminho.

E assim são os bons amigos.

Você não precisa vê-los, mas eles estão lá.

O Último Dia de Vida

Naquela manhã, sentiu vontade de dormir mais um pouco.

Estava cansado porque na noite anterior fora deitar muito tarde.

Também não havia dormido bem.

Tinha tido um sono agitado.

Mas logo abandonou a idéia de ficar um pouco mais na cama e se levantou, pensando na montanha de coisas que precisava fazer na empresa.

Lavou o rosto e fez a barba correndo, automaticamente.

Não prestou atenção no rosto cansado nem nas olheiras escuras, resultado das noites mal dormidas.

Nem sequer percebeu um aglomerado de pelos teimosos que escaparam da lâmina de barbear. “A vida é uma seqüência de dias vazios que precisamos preencher”, pensou enquanto jogava a roupa por cima do corpo.

Engoliu o café e saiu resmungando baixinho um “bom dia”, sem convicção.

Desprezou os lábios da esposa, que se ofereciam para um beijo de despedida.

Não notou que os olhos dela ainda guardavam a doçura de mulher apaixonada, mesmo depois de tantos anos de casamento.

Não entendia por que ela se queixava tanto da ausência dele e vivia reivindicando mais tempo para ficarem juntos.

Ele estava conseguindo manter o elevado padrão de vida da família, não estava? Isso não bastava?

Claro que não teve tempo para esquentar o carro nem sorrir quando o cachorro, alegre, abanou o rabo.

Deu a partida e acelerou.

Ligou o rádio, que tocava uma canção antiga do Roberto Carlos, “detalhes tão pequenos de nós dois…”

Pensou que não tinha mais tempo para curtir detalhes tão pequenos da vida.

Anos atrás, gostava de assistir ao programa de Roberto Carlos nas tardes de domingo.

Mas isso fazia parte de outra época, quando podia se divertir mais.

Pegou o telefone celular e ligou para sua filha.

Sorriu quando soube que o netinho havia dado os primeiros passos.

Ficou sério quando a filha lembrou-o de que há tempos ele não aparecia para ver o neto e o convidou para almoçar.

Ele relutou bastante: sabia que iria gostar muito de estar com o neto, mas não podia, naquele dia, dar-se ao luxo de sair da empresa.

Agradeceu o convite, mas respondeu que seria impossível.

Quem sabe no próximo final de semana?

Ela insistiu, disse que sentia muita saudade e que gostaria de poder estar com ele na hora do almoço.

Mas ele foi irredutível: realmente, era impossível.

Chegou à empresa e mal cumprimentou as pessoas.

A agenda estava totalmente lotada, e era muito importante começar logo a atender seus compromissos, pois tinha plena convicção de que pessoas de valor não desperdiçam seu tempo com conversa fiada.

No que seria sua hora do almoço, pediu para a secretária trazer um sanduíche e um refrigerante diet.

O colesterol estava alto, precisava fazer um check-up, mas isso ficaria para o mês seguinte.

Começou a comer enquanto lia alguns papéis que usaria na reunião da tarde.

Nem observou que tipo de lanche estava mastigando.

Enquanto engolia relacionava os telefones que deveria dar, sentiu um pouco de tontura, a vista embaçou.

Lembrou-se do médico advertindo-o, alguns dias antes, quando tivera os mesmos sintomas, de que estava na hora de fazer um check-up.

Mas ele logo concluiu que era um mal-estar passageiro, que seria resolvido com um café forte, sem açúcar.

Terminado o “almoço”, escovou os dentes e voltou à sua mesa. “A vida continua”, pensou.

Mais papéis para ler, mais decisões a tomar, mais compromissos a cumprir.

Nem tudo saía como ele queria.

Começou a gritar com o gerente, exigindo que este cumprisse o prometido.

Afinal, ele estava sendo pressionado pela diretoria. Tinha de mostrar resultados.

Será que o gerente não conseguia entender isso?

Saiu para a reunião já meio atrasado.

Não esperou o elevador.

Desceu as escadas pulando de dois em dois degraus.

Parecia que a garagem estava a quilômetros de distância, encravada no miolo da terra, e não no subsolo do prédio.

Entrou no carro, deu partida e, quando ia engatar a primeira marcha, sentiu de novo o mal-estar.

Agora havia uma dor forte no peito.

O ar começou a faltar… a dor foi aumentando… o carro desapareceu… os outros carros também…

Os pilares, as paredes, a porta, a claridade da rua, as luzes do teto, tudo foi sumindo diante de seus olhos, ao mesmo tempo em que surgiam cenas de um filme que ele conhecia bem.

Era como se o videocassete estivesse rodando em câmara lenta.

Quadro a quadro, ele via esposa, o netinho, a filha e, uma após outra, todas as pessoas que mais gostava.

Por que mesmo não tinha ido almoçar com a filha e o neto?

O que a esposa tinha dito à porta de casa quando ele estava saindo, hoje de manhã?

Por que não foi pescar com os amigos no último feriado?

A dor no peito persistia, mas agora outra dor começava a perturbá-lo: a do arrependimento.

Ele não conseguia distinguir qual era a mais forte, a da coronária entupida ou a de sua alma rasgando.

Escutou o barulho de alguma coisa quebrando dentro de seu coração, e de seus olhos escorreram lágrimas silenciosas.

Queria viver, queria ter mais uma chance, queria voltar para casa e beijar a esposa, abraçar a filha, brincar com o neto… queria… queria… mas não deu tempo…

Ofendendo-se

As pessoas maduras não se abalam por causa de comentários indelicados de outras pessoas.

De vez em quando as pessoas dizem coisas para nos testar e fazem comentários do tipo: “você não trabalha duro!” ou “você come demais!” ou ainda “todo mundo sabe que você casou com ele por dinheiro!”. Às vezes, essas coisas são ditas por inveja, mas com freqüência, são ditas para provocar uma reação. Qualquer que seja o motivo, a melhor maneira de lidar com isso é sorrir e, ou não dizer nada, ou concordar com a pessoa.

Assim sendo, da próxima vez que seu vizinho o vir em seu carro novo e disser: “você não trabalha quase nada e, ainda assim, eles lhe pagam uma fortuna!”, simplesmente sorria e responda: “não é maravilhoso?”. Você não tem de explicar nada sobre suas responsabilidades e sobre o tempo que fica “ralando” no trabalho. Não precisa justificar. Apenas sorria e deixe isso para lá.

Quando a sua cunhada observar coisas do tipo: “você está sempre tirando férias!”, concorde com ela.

Diga: “sim, adoro tirar férias!”. Se o seu primo disser: “puxa, você deve ter gasto uma nota nessa piscina”, sorria e fale: “pode apostar que sim. É que detesto piscinas baratas”!

Não se deixe perturbar. Você não vai ganhar nada discutindo com seu primo, sua cunhada, seu vizinho ou com quem quer que seja. Quando encontrar com pessoas assim, concorde com elas de uma maneira gentilmente natural. Se você começar a tentar se defender, estará frito.

Em poucas palavras: somente pessoas que “pensam pequeno” fazem comentários desagradáveis; e somente pessoas que também “pensam pequeno” se ofendem. Seja alguém que “pensa grande”.

Milagre no Hudson: A coragem e liderança de Sully Sullenberger

No inverno gelado de 15 de janeiro de 2009, a bordo do Voo 1549 da US Airways, 155 pessoas estavam prestes a enfrentar um dos momentos mais desafiadores de suas vidas.

O comandante Chesley “Sully” Sullenberger, um piloto com mais de 40 anos de experiência e uma reputação impecável, ocupava o cockpit, preparado para mais um voo de rotina.

Contudo, em menos de quatro minutos após a decolagem, algo impensável aconteceu: uma revoada de gansos atingiu ambos os motores do Airbus A320, fazendo com que o avião perdesse instantaneamente a potência.

Enquanto o caos começava a se instaurar na cabine e entre os passageiros, Sully manteve uma calma inabalável.

Ele rapidamente analisou a situação, comunicou-se com a torre de controle, avaliou as alternativas e percebeu que não conseguiria retornar a nenhum aeroporto seguro a tempo.

Era um daqueles momentos em que decisões rápidas, guiadas pela experiência e serenidade, faziam toda a diferença entre a tragédia e o milagre.

Demonstrando liderança exemplar e domínio total de suas habilidades técnicas, Sully tomou uma decisão improvável, mas calculada: pousar o avião nas águas geladas do Rio Hudson.

Em nenhum momento ele vacilou.

Com clareza e comando, instruiu sua equipe de cabine para preparar os passageiros para o impacto e, com mãos firmes, conduziu o avião até as águas do rio, realizando um pouso que parecia impossível.

O pouso foi um sucesso.

Todos sobreviveram, e a cena do avião flutuando no Hudson, com passageiros caminhando sobre as asas em meio ao frio intenso, tornou-se símbolo de esperança e resiliência.

O profissionalismo, dedicação e humanidade de Sully foram reconhecidos e aplaudidos em todo o mundo.

O milagre no Hudson não foi apenas o resultado de sorte ou acaso: foi uma prova da importância da preparação, do treinamento incansável, do sangue-frio sob extrema pressão e, sobretudo, do compromisso inabalável com a vida humana.

Sully Sullenberger mostrou ao mundo que a verdadeira liderança se revela nos momentos mais sombrios—e que a coragem e a empatia podem, de fato, salvar vidas.

O Dia Em Que o Imperador Descobriu o Telefone

Em 1876, durante a Exposição Universal da Filadélfia, um evento que reunia inovações de todo o mundo para celebrar o centenário da Declaração de Independência dos Estados Unidos, um encontro histórico ocorreu entre o imperador Dom Pedro II do Brasil e o jovem inventor Alexander Graham Bell. A exposição era um palco vibrante de descobertas tecnológicas e culturais, onde milhares de visitantes, incluindo dignitários e líderes globais, passeavam curiosos.

Dom Pedro II, conhecido por seu interesse em ciência e tecnologia, caminhava entre as exibições quando sua atenção foi capturada por uma demonstração peculiar. Alexander Graham Bell estava apresentando sua nova invenção—o telefone, um dispositivo que prometia transmitir vozes à distância, algo até então inimaginável. Intrigado, o imperador aproximou-se da bancada de Bell, interessado em testemunhar essa maravilha tecnológica.

Bell, ainda pouco conhecido na época, ficou surpreso ao ver o imperador do Brasil tão interessado no seu trabalho. Com grande entusiasmo, ele explicou o funcionamento de sua invenção, destacando como o telefone transformava as vibrações sonoras em sinais elétricos que podiam ser reconvertidos em som. Para demonstrar, Bell convidou Dom Pedro a colocar o fone no ouvido.

Quando a voz de Bell foi transmitida pelo dispositivo, Dom Pedro II exclamou admirado: “Meu Deus, isto fala!” Sua reação de espanto e fascínio rapidamente se espalhou pela exposição, chamando ainda mais atenção para a invenção de Bell. Este momento demonstrou o poder e o potencial do telefone para revolucionar a comunicação global.

O encontro entre Alexander Graham Bell e Dom Pedro II não só anunciava o início de uma nova era tecnológica, mas também destacava a abertura do imperador brasileiro para inovações e seu apoio ao progresso científico. A genuína curiosidade e entusiasmo de Dom Pedro ajudaram a elevar o status do telefone, que logo se tornaria uma peça essencial na vida moderna. Este encontro é lembrado como um belo exemplo de como a ciência e a liderança visionária podem se unir para promover o avanço da humanidade.

Ofendendo-se

As pessoas maduras não se abalam por causa de comentários indelicados de outras pessoas.

De vez em quando as pessoas dizem coisas para nos testar e fazem comentários do tipo: “você não trabalha duro!” ou “você come demais!” ou ainda ” todo mundo sabe que você casou com ele por dinheiro!”.

Às vezes, essas coisas são ditas por inveja, mas com freqüência, são ditas para provocar uma reação. Qualquer que seja o motivo, a melhor maneira de lidar com isso é sorrir e, ou não dizer nada, ou concordar com a pessoa.

Assim sendo, da próxima vez que seu vizinho o vir em seu carro novo e disser: “você não trabalha quase nada e, ainda assim, eles lhe pagam uma fortuna!”, simplesmente sorria e responda: “não é maravilhoso?”.

Você não tem de explicar nada sobre suas responsabilidades e sobre o tempo que fica “ralando” no trabalho. Não precisa justificar. Apenas sorria e deixe isso para lá.

Quando a sua cunhada observar coisas do tipo: “você está sempre tirando férias!”, concorde com ela. Diga: “sim, adoro tirar férias!”.

Se o seu primo disser: “puxa, você deve ter gasto uma nota nessa piscina”, sorria e fale: “pode apostar que sim. É que detesto piscinas baratas”!

Não se deixe perturbar. Você não vai ganhar nada discutindo com seu primo, sua cunhada, seu vizinho ou com quem quer que seja. Quando encontrar com pessoas assim, concorde com elas de uma maneira gentilmente natural. Se você começar a tentar se defender, estará frito.

Em poucas palavras: somente pessoas que “pensam pequeno” fazem comentários desagradáveis; e somente pessoas que também “pensam pequeno” se ofendem. Seja alguém que “pensa grande”.

Humildade

Extraído do livro “Vem!…”, de Cenyra Pinto

Humildade é simplicidade e naturalidade.

Muitos interpretam humildade como pusilanimidade ou frouxidão de caráter. Os que assim pensam estão muito longe da verdade.

Ser humilde não é ser covarde, não é se aviltar nem rastejar. É apenas ser simples.

Certas pessoas, para atestar a sua humildade, se dizem insignificantes, esquecidas de que esse sentimento depressivo a seu próprio respeito entorpece e anula qualquer atividade sua. A sugestão é algo importante na nossa vida, e aquele que se deprecia, vai-se convencendo da sua incapacidade, perdendo, assim, o estímulo para qualquer investimento.

Se a própria pessoa se desvaloriza, se amesquinha diante dos outros, como esperar que alguém lhe dê qualquer incumbência de responsabilidade?

“A justiça começa por casa”, diz um sábio rifão.

Ninguém é insignificante; todos têm o seu valor. Cada um deve procurá-lo dentro de si e fazê-lo viver.

A parábola do óbulo da viúva, por exemplo, nos mostra o valor da ação sincera, embora aparentemente insignificante. Ela ofereceu o que possuía e o fez com amor.

Segundo o Mestre, não seremos julgados, no tribunal divino, pelo número de talentos que nos foi confiado, mas pela fidelidade na sua aplicação.

A tragédia mais pungente é a do talento que se perde por força de uso. E deixa de ser usado pela carência de esforço, de uma vontade resoluta.

Ser humilde é proceder como a viúva da parábola: fazer aquilo que estiver ao nosso alcance, o melhor que pudermos, com todo o nosso amor, para que o talento que nos foi confiado se multiplique.

Saibamos que da contribuição fiel de cada um de nós é que a evolução segue a sua trajetória. Contribuição consciente e perseverante.

Pode-se ser humilde e austero ao mesmo tempo, pois a humildade não nos compele a deixarmos as coisas erradas ao nosso lado, sem ajudarmos com a energia que se fizer necessária para consertar esses erros.

A humildade é ativa e vigilante porque conhece a sua missão.

Humildade, pois, é ausência total de vaidade e desligamento das coisas transitórias da Terra; é libertação integral.

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