Categoria: Histórias (Page 22 of 105)

Agenda da Felicidade

Padre Roque Schneider

O diálogo é a ponte que liga as duas margens, do eu à do tu. Transmite-o bastante.

O sorriso é o cartão de visita das pessoas saudáveis. Distribua-o gentilmente.

O amor é a melhor música na partitura da vida. Sem ele, você será um eterno desafinado.

A bondade é a flor mais atraente do jardim de um coração bem cultivado. Plante essas flores.

A alegria é o perfume gratificante, fruto do dever cumprido. Esbanje-o, o mundo precisa dele.

A paz da consciência é o melhor travesseiro para o sono da tranqüilidade. Viva em paz consigo mesmo.

A fé é a bússola certa para os navios errantes, incertos, buscando as praias da eternidade. Utilize-a.

A esperança é o vento bom enfunando as velas do nosso barco. Chame-o para dentro do seu cotidiano.

Que nossa amizade nunca se separe, porque é de coração!

Eu nunca trocaria meus amigos surpreendentes, minha vida maravilhosa, minha amada família por menos cabelo branco ou uma barriga mais lisa.

Enquanto fui envelhecendo tornei-me mais amável para mim e menos crítico de mim mesmo.

Eu me tornei meu próprio amigo…

Eu não me censuro por comer biscoito extra, ou por não fazer a minha cama, ou pela compra de algo bobo que eu não precisava.

Eu tenho o direito de ser desarrumado, de ser extravagante.

Vi muitos amigos queridos deixarem este mundo cedo demais, antes de compreenderem a grande liberdade que vem com o envelhecimento.

Quem vai me censurar se resolvo ficar lendo ou jogar no computador até às quatro horas e dormir até meio-dia?

Quem irá me tirar o prazer de ficar na cama ou na frente da televisão o tempo que eu quiser?

Eu dançarei ao som daqueles sucessos maravilhosos dos anos 70 & 80 e se eu, ao mesmo tempo, desejar chorar por um amor perdido…

Eu vou.

Se eu quiser, vou andar na praia em um short excessivamente esticado sobre um corpo decadente e mergulhar nas ondas com abandono, apesar dos olhares penalizados dos outros no “jet set”.

Eles também vão envelhecer.

Eu sei que sou às vezes esquecido, mas há algumas coisas na vida que devem mesmo ser esquecidas.

Eu me recordo das coisas importantes. Claro, ao longo dos anos meu coração foi quebrado.

Mas corações partidos são os que nos dão força, compreensão e compaixão. Um coração que nunca sofreu é imaculado e estéril, e nunca conhecerá a alegria de ser imperfeito.

Sou abençoado por ter vivido o suficiente para ter meus cabelos grisalhos e ter os risos da juventude gravados para sempre em sulcos profundos em meu rosto.

Muitos nunca riram, muitos morreram antes de seus cabelos virarem prata.

Conforme você envelhece, é mais fácil ser positivo.

Você se preocupa menos com o que os outros pensam.

Eu não me questiono mais.

Eu ganhei o direito de estar errado. Assim, para responder sua pergunta, eu gosto de ser velho.

Eu gosto da pessoa que me tornei.

Não vou viver para sempre, mas enquanto ainda estou aqui, não vou perder tempo lamentando o que poderia ter sido, ou me preocupar com o que será.

E, se me apetecer, vou comer sobremesa todos os dias.

ENTENDEU ???

Que nossa amizade nunca se separe, porque é de coração!

QUEM É O SEU AMANTE?

(Dr. Jorge Bucay – PSICÓLOGO, tradução do original “Hay que buscarse un Amante”)

Muitas pessoas têm um amante e outras gostariam de ter um. Há também as que não têm, e as que tinham e perderam. Geralmente são essas últimas as que vêm ao meu consultório para me contar que estão tristes ou que apresentam sintomas típicos de insônia, apatia, pessimismo, crises de choro ou as mais diversas dores. Elas me contam que suas vidas transcorrem de forma monótona e sem perspectivas, que trabalham apenas para sobreviver e que não sabem como ocupar seu tempo livre.

Enfim, são várias as maneiras que elas encontram para dizer que estão simplesmente perdendo a esperança. Antes de me contarem tudo isto, elas já haviam visitado outros consultórios, onde receberam as condolências de um diagnóstico firme: “Depressão”, além da inevitável receita do anti-depressivo do momento. Assim, após escutá-las atentamente, eu lhes digo que elas não precisam de nenhum anti-depressivo; digo-lhes que elas precisam de um AMANTE! É impressionante ver a expressão dos olhos delas ao receberem meu conselho. Há as que pensam: “Como é possível que um profissional se atreva a sugerir uma coisa dessas?!” Há também as que, chocadas e escandalizadas, se despedem e não voltam nunca mais. Àquelas, porém, que decidem ficar e não fogem horrorizadas, eu explico o seguinte: “AMANTE é “aquilo que nos apaixona”.

É o que toma conta do nosso pensamento antes de pegarmos no sono e é também aquilo que, às vezes, nos impede de dormir.

O nosso AMANTE é aquilo que nos mantém distraídos em relação ao que acontece à nossa volta. É o que nos mostra o sentido e a motivação da vida. Às vezes encontramos o nosso amante em nosso parceiro, outras, em alguém que não é nosso parceiro, mas que nos desperta as maiores paixões e sensações incríveis.

Também podemos encontrá-lo na pesquisa científica ou na literatura, na música, na política, no esporte, no trabalho, na necessidade de transcender espiritualmente, na boa mesa, no estudo ou no prazer obsessivo do passatempo predileto…

Enfim, é “alguém” ou “algo” que nos faz “namorar” a vida e nos afasta do triste destino de “ir levando”. E o que é “ir levando”? Ir levando é ter medo de viver. É o vigiar a forma como os outros vivem, é o se deixar dominar pela pressão, perambular por consultórios médicos, tomar remédios multicoloridos, afastar-se do que é gratificante, observar decepcionado cada ruga nova que o espelho mostra, é se aborrecer com o calor ou com o frio, com a umidade, com o sol ou com a chuva. Ir levando é adiar a possibilidade de desfrutar o hoje, fingindo se contentar com a incerta e frágil ilusão de que talvez possamos realizar algo amanhã. Por favor, não se contente com “ir levando”; procure um amante, seja também um amante e um protagonista da SUA VIDA…

Acredite: o trágico não é morrer; afinal a morte tem boa memória e nunca se esqueceu de ninguém. O trágico é desistir de viver; por isso, e sem mais delongas, procure um amante…

A psicologia, após estudar muito sobre o tema, descobriu algo transcendental:

“PARA SE ESTAR SATISFEITO, ATIVO E SENTIR-SE JOVEM E FELIZ, É PRECISO NAMORAR A VIDA”.

Quem dobrou seu pára-quedas hoje?

Charles Plumb, era piloto de um bombardeiro na guerra do Vietnã. Depois de muitas missões de combate, seu avião foi derrubado por um míssil. Plumb saltou de pára-quedas, foi capturado e passou seis anos numa prisão norte-vietnamita. Ao retornar aos Estados Unidos, passou a dar palestras relatando sua odisséia e o que aprendera na prisão. Certo dia, num restaurante, foi saudado por um homem:

— Olá, você é Charles Plumb, era piloto no Vietnã e foi derrubado, não é mesmo?

— Sim, como sabe?, perguntou Plumb.

— Era eu quem dobrava o seu pára-quedas. Parece que funcionou bem, não é verdade?”

Plumb quase se afogou de surpresa e com muita gratidão respondeu:

— Claro que funcionou, caso contrário eu não estaria aqui hoje.”

Ao ficar sozinho naquela noite, Plumb não conseguia dormir, pensando e perguntando-se:

Quantas vezes vi esse homem no porta-aviões e nunca lhe disse Bom Dia? Eu era um piloto arrogante e ele um simples marinheiro.

Pensou também nas horas que o marinheiro passou humildemente no barco enrolando os fios de seda de vários pára-quedas, tendo em suas mãos a vida de alguém que não conhecia.

Agora, Plumb inicia suas palestras perguntando à sua platéia:

— Quem dobrou seu pára-quedas hoje?

Todos temos alguém cujo trabalho é importante para que possamos seguir adiante. Precisamos de muitos pára-quedas durante o dia: um físico, um emocional, um mental e até um espiritual.

Às vezes, nos desafios que a vida nos apresenta diariamente, perdemos de vista o que é verdadeiramente importante e as pessoas que nos salvam no momento oportuno sem que lhes tenhamos pedido.

Deixamos de saudar, de agradecer, de felicitar alguém, ou ainda simplesmente de dizer algo amável.

Que tal a partir de hoje procurarmos dar conta de quem prepara nosso pára-quedas de cada dia e agradecer-lhe???

Mesmo que não tenhamos as melhores palavras, algo de importante a dizer, é conveniente, salutar e primordial, ao menos dizermos BOM DIA, Obrigado por este sorriso, Obrigado por este café, por este momento…. etc etc etc…

Com certeza, se todos nós, a cada momento, nos preocuparmos com os pára-quedas dos próximos, TODOS lucraremos. Todos precisamos uns dos outros…

Às vezes as coisas mais importantes da vida dependem apenas de ações simples. Só um telefonema, um sorriso, um agradecimento, um singelo OBRIGADO.

Que Conselho Você daria?

Em uma Faculdade de medicina, certo professor propôs à classe a seguinte situação:

— Baseados nas circunstâncias que vou enumerar, que conselho dariam vocês a certa senhora, grávida do quinto filho? O marido sofre de sífilis e ela de tuberculose. Seu primeiro filho nasceu cego. O segundo morreu. O terceiro nasceu surdo. O quarto é tuberculoso e ela está pensando seriamente em abortar a quinta gravidez. Que caminho aconselharia tomar?

Com base nestes fatos, a maioria dos alunos concordou em que o aborto seria a melhor alternativa.

O professor, então disse aos alunos:

— Os que disseram sim a idéia do aborto, saibam que acabaram de matar o grande compositor Ludwig Van Beethoven.

Grandes projetos, excelentes idéias, às vezes são “abortados” quando as pessoas envolvidas se vêem diante de situações difíceis.

Tudo, para ser bem feito, leva tempo e exige perseverança, tenacidade e entusiasmo.

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

Quebra-cabeças da vida

Amy Toohill

Ganhei de um amigo, há dois meses, um quebra-cabeças de 1.500 peças.
Eu não montava um quebra-cabeça desde que era criança.
É engraçado como nós deixamos de fazer certas coisas quando crescemos: quebra-cabeças, colorir, brincar com bonecas, pular corda, pique de esconder…
Coisas que nos trouxeram tanta alegria quando criança, nós paramos de fazer quando alcançamos uma certa idade , é uma vergonha, não é?
Devo admitir, eu realmente aproveitei o quebra-cabeças.
Embora muito frustrante às vezes, era um bom desafio.
Cada vez que eu achava uma peça que se encaixava, era extremamente recompensador. Bom, e daí?

Você já percebeu quantas semelhanças existem entre um quebra-cabeças e a vida?
Num quebra-cabeças, cada peça é parte muito importante no grande quadro.
Na vida, são as pessoas e os acontecimentos as partes importantes.
Como peças de um quebra-cabeças, cada um de nós é único, especial em seu próprio jeito. Embora semelhantes, não há dois iguais.
Ironicamente, são nossas diferenças que nos fazem “encaixar”.

Enquanto eu trabalhava no quebra-cabeças, havia uma peça que eu estava certa de pertencer a um ponto em particular.
Mas não encaixava.
Acabava voltando a ela tentando encaixá-la, me esquecendo que já havia tentado.
Eu tinha meu pensamento focado no fato de que eu sentia que a peça era daquele espaço.

Penso em quantas vezes eu fiz a mesma coisa em minha vida.
Tentando fazer acontecer alguma coisa que simplesmente não era pra ser.
Tentava várias vezes, chegava ao ponto de forçar, mas não era pra ser…
E nada do que eu fiz mudou isso.

Se você já montou quebra-cabeças, sabe como é perder tempo procurando um pedaço específico.
De repente parece tão óbvio… mas eu não conseguia achar.
Consegui foi embaralhar ainda mais as peças.
Fiquei frustrada e decidi deixar pra lá e ficar longe dele.
Quando voltei mais tarde, eu achei a peça imediatamente.
Estava bem na minha frente desde o começo.

Minha vida foi assim muitas vezes.
Tentava entender por que certas coisas aconteciam e do jeito que aconteciam.
Procurava as respostas por todos os lados e, às vezes, as respostas estavam bem na minha frente.
Era só dar uma paradinha, um pequeno passo atrás, respirar e acalmar que as respostas me encontravam.

Olhando as peças deste quebra-cabeças, eu penso nas “peças” de minha vida: minha família, meus amigos, acontecimentos, marcos e celebrações.
Uma mistura de bom e ruim, alegria e lágrima, felicidade e tristeza.
Penso em todas as peças que imaginei sem importância e sem propósito.
Reflito em todas as peças que em minha vida me fizeram perguntar…
“Por que, meu Deus?”…
“Por que isto?”

E repentinamente percebi que por causa dessas peças, outras peças se encaixaram tão bem.

Tudo em nossa vida acontece por uma razão.
Cada acontecimento, bom ou mau, como uma peça do quebra-cabeças.

Deixe uma peça de fora e se quebra a harmonia inteira do produto final.
Talvez ainda não possamos entender o papel importante de cada peça em nossa vida.
Ainda existem muitos buracos e o quadro ainda não está claro.
Mas sei que quando minha viagem nesta vida estiver concluída, e a peça final estiver em seu lugar, eu entenderei.
E serei capaz de ver o quadro completo e a beleza de cada peça.
Até lá, eu continuarei a viver com fé.
Sabendo e confiando que todas as peças que eu preciso estão ai e que é só uma questão de tempo até que se encaixem bem.
Lembrarei de que há um grande quadro, um plano para mim, e que sou incapaz de ver agora.
Acreditarei que cada peça em minha vida, mesmo as dolorosas, tem propósito e cumprem papel importante.
E quando estiver fraca, procurarei força pela oração.
Farei isto até que a obra-prima de Deus em mim estiver finalmente completa, e Ele então cochichará…

“Muito bom! Está feito!”


Tradução: Sergio Barros

Colaboração de Wilma Santiago

Quatro Velas

Quatro velas estavam queimando calmamente.

O ambiente estava tão silencioso que podia-se ouvir o diálogo que travavam.

A primeira disse :

— Eu sou a Paz ! Apesar de minha luz as pessoas não conseguem manter-me, acho que vou apagar.

E diminuindo devagarzinho, apagou totalmente.

A segunda disse :

— Eu me chamo Fé ! Infelizmente sou muito supérflua.

As pessoas não querem saber de Deus.

Não faz sentido continuar queimando.

Ao terminar sua fala, um vento levemente bateu sobre ela, e esta se apagou.

Baixinho e triste a terceira vela se manifestou :

— Eu sou o Amor ! Não tenho mais forças para queimar.

As pessoas me deixam de lado, só conseguem se enxergar, esquecem-se até daqueles à sua volta que lhes amam.

E sem esperar apagou-se.

— Que é isto ? Vocês deviam queimar e ficar acesas até o fim.

Dizendo isso começou a chorar.

Então a quarta vela falou :

— Não tenhas medo criança, enquanto eu queimar podemos acender as outras velas, eu sou a Esperança !

A criança com os olhos brilhantes pegou a vela que restava e acendeu todas as outras. “Que a vela da esperança nunca se apague dentro de nós …”

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

Quatro Meses

Silvia Schmidt

Outro dia foi o aniversário da partida de uma senhora por muitos conhecida e muito querida.

Algum tempo antes, chegando de uma das dezenas de consultas médicas que já fizera, ela disse aos familiares:

— Pedi franqueza à junta médica que me examinou, pedi-lhes que não me poupassem de saber a verdade sobre meu estado de saúde. Eu sinto que me resta pouco tempo.

Diante dos olhares ansiosos, ela continuou:

— Eles me revelaram que sou portadora de uma moléstia incurável e que minha previsão de vida é de aproximadamente 4 meses.

Perguntou uma das filhas, em prantos:

— E a senhora nos conta isso com essa naturalidade ?

Continuou a senhora, com muita serenidade:

— Ora, eu tenho um bom tempo para fazer tudo que já devia ter feito há muito. Arrumarei todos os meus armários, guardarei o que realmente uso e o resto jogarei fora ou doarei a quem precisa. Colocarei belas cortinas em todas as janelas e elas me impedirão de ficar olhando a vida alheia. Evitarei ouvir e assistir más notícias e alimentarei o meu espírito com leituras saudáveis, conversas amigáveis, dispensarei fofocas e não criticarei a mais ninguém. Todos os dias tirarei o pó da casa e, durante esse trabalho, pensarei: Estou me livrando das sujeiras que guardei do passado Pensarei naqueles que já me magoaram e, com sinceridade, os perdoarei. Todas as noites agradecerei a Deus por tudo que estarei conseguindo fazer nestes últimos 4 meses que me restam.

— Todas as manhãs, ao acordar, perguntarei a mim mesma: “O que posso fazer para tornar o dia de hoje um dia melhor?” E farei de tudo para transmitir felicidade àqueles que de mim se aproximarem. Quatro meses são mais de 120 dias, portanto, quando eu fechar os olhos para nunca mais abri-los, eu terei feito no mínimo 120 boas ações. E a cada dia que passar farei pelo menos uma boa ação.

Todos que a ouviam, pouco a pouco se retiraram dali, indo cada um para um canto, para chorar sozinho.

A mulher ali ficou e nos seus olhos havia um brilho de alegria.

Pensava consigo mesma: ” não posso curar meu corpo, mas posso mudar a vida que me resta “

Ela tinha uma grande tarefa: transformar seu mundo interior, tornar-se uma pessoa totalmente diferente do que já fora em apenas 4 meses ela conseguiu cumpri-la plenamente.

O mais curioso dessa história é que, após a notícia dada aos familiares, ela viveu mais 23 anos.

Ela curou a sua própria alma e sua moléstia desapareceu; ela morreu de velhice.

“Somos o que fazemos repetidamente. Por isso o mérito não está na ação e sim no hábito?. (Aristóteles)

“Possuímos em nós mesmos, pelo pensamento e a vontade, um poder de ação que se estende muito além dos limites de nossa esfera corpórea.” (Allan Kardec)

“Se você não quer ser esquecido quando morrer, escreva coisas que vale a pena ler ou faça coisas que vale a pena escrever.” (Benjamin Franklin)

“Os homens que tentam fazer algo e falham são infinitamente melhores do que aqueles que tentam fazer nada e conseguem.” (Martyn Lloyd Jones)

“Se o seu navio não chega, nade até ele.” (Jonathan Winters)

Quatro Esposas

Era uma vez um rei que tinha 4 esposas.

Ele amava a 4ª esposa demais e, por isso, vivia dando-lhe lindos presentes, jóias e roupas caras.

Ele dava-lhe de tudo e sempre do melhor.

Ele também amava muito sua 3ª esposa e gostava de exibi-la aos reinados vizinhos.

Contudo, ele tinha medo que um dia, ela o deixasse por outro rei.

Ele também amava sua 2ª esposa.

Ela era sua confidente e estava sempre pronta para ele, com amabilidade e paciência.

Sempre que o rei tinha que enfrentar um problema, ele confiava nela, para atravessar esses tempos de dificuldade.

A 1ª esposa era uma parceira muito leal e fazia tudo que estava ao seu alcance para manter o rei muito Rico e Poderoso, ele e o reino.

Mas ele não amava a 1ª esposa, e apesar dela o amar profundamente, ele mal tomava conhecimento dela.

Um dia o rei caiu doente e percebeu que seu fim estava próximo.

Ele pensou em toda a luxúria da sua vida e ponderou :

— É…. agora eu tenho 4 esposas comigo, mas quando eu morrer, eu ficarei sozinho…..

Então ele perguntou a 4ª esposa :

— Eu te amei tanto, querida. A cobri das mais finas roupas e jóias. Mostrei o quanto eu a amava, cuidando bem de você. Agora que eu estou morrendo, você é capaz de morrer comigo, para não me deixar sozinho ?

— De jeito nenhum! respondeu a 4a esposa e saiu do quarto sem sequer olhar para trás.

A resposta que ela deu cortou o coração do rei como se fosse uma faca afiada.

Tristemente, o rei então perguntou a 3ª esposa:

— Eu também a amei tanto a vida inteira. Agora que eu estou morrendo, você é capaz de morrer comigo, para não me deixar sozinho ?

— Não !!, respondeu a 3ª esposa. A vida é boa demais !!!!! Quando você morrer, eu vou é casar de novo…

O coração do rei sangrou e gelou de tanta dor.

Ele perguntou, então, à 2ª esposa:

— Eu sempre recorri a você quando precisei de ajuda e você sempre esteve ao meu lado. Quando eu morrer, você será capaz de morrer comigo, para me fazer companhia ?

— Sinto muito, mas desta vez, eu não posso fazer, o que você me pede ! Respondeu a 2ª esposa. O máximo que eu posso fazer é enterrar você.

Essa resposta veio como um trovão na cabeça do rei e ele ficou arrasado.

Então uma voz se fez ouvir:

— Eu partirei com você e o seguirei por onde for.

O rei levantou os olhos e lá estava a sua 1ª esposa, tão magrinha, tão mal nutrida, tão sofrida.

Com o coração partido, o rei falou:

— Eu deveria ter cuidado muito melhor de você, enquanto eu ainda podia.

Na Verdade nós todos temos 4 esposas nas nossas vidas.

Nossa 4ª esposa é o nosso corpo.

Apesar de todos os esforços que fazemos para mantê-lo saudável e bonito ele nos deixará quando morrermos.

Nossa 3ª esposa são as nossas posses, as nossas propriedades, a nossa riquezas.

Quando morremos, tudo isso vai para os outros.

Nossa 2ª esposa é nossa família e nossos amigos.

Apesar de nos amarem muito e estarem sempre nos apoiando, o máximo que eles podem fazer é nos enterrar.

E nossa 1ª esposa é a nossa ALMA muitas vezes deixada de lado por perseguirmos, durante a vida toda, a Riqueza, o Poder e os Prazeres do nosso ego.

Apesar de tudo, nossa Alma é a única coisa que sempre irá conosco, não importa onde formos.

Então, Cultive… Fortaleça… Bendiga… Enobreça sua alma agora !! É o maior presente que você pode dar ao mundo…

Deixe-a Brilhar !!!

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

Quase

Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase. É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi. Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.

Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos “Bom dia”, quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai.

Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.

Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer.

Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.

« Older posts Newer posts »

© 2024 Contando Histórias

Theme by Anders NorenUp ↑