Há algumas décadas, após muito sonhar e batalhar por isso, e graças a uma nova lei criada na ex-União Soviética, tio Boris, judeu russo, conseguiu permissão para emigrar para Israel, como estavam fazendo outros camaradas russos.
Ele se queixara muito da demora.
Por fim, concordaram com sua saída.
No dia da partida, na alfândega, um oficial russo revistava as bagagens de tio Boris e, de repente, ao abrir uma delas, pergunta:
— Que é isso?
— Perdão – disse Boris – o senhor deve perguntar ‘Quem é este?’. Este é um busto do camarada Stalin, nosso querido timoneiro e grande dirigente do partido. Eu o levo, para nunca esquecê-lo.
— É verdade – disse o oficial – ele pensava diferente dos judeus, porém lhe felicito. Passe.
Tio Boris chega a Tel Aviv e, quando revistado, o oficial israelense abre sua bagagem e pergunta:
— Que é isso?
— Perdão – disse Boris – o senhor deve perguntar ‘Quem é este?’. Este é o maldito ditador anti-semita Stalin, por quem sofremos tantas desgraças e misérias. Trago este busto para não esquecer e ensinar aos jovens quem nos fez tanto sofrer.
— Bem senhor, acalme-se – disse-lhe o oficial – você já está em Israel. Pode passar. Sua família o espera.
Tio Boris foi recebido com grande alegria por seus irmãos e toda a família. Fomos todos ao kibutz, onde havíamos preparado uma grande festa. Ao lá chegar, outro sobrinho o acompanha ao quarto e ajuda-o com suas coisas. Quando tio Boris abre a valise e coloca o busto sobre sua cama, o sobrinho, espantado, pergunta:
— Tio Boris, quem é este?
— Perdão – disse Boris – você deve perguntar ‘Que é isso?’. Isso, querido sobrinho, são doze quilos de ouro puro.
São pequenas as coisas com que aprendemos muito: num dia de verão, eu estava na praia, espiando duas crianças na areia. Trabalhavam muito, construindo um castelo de areia molhada com torres, passarelas e passagens internas. Quando estavam perto do final do projeto, veio uma onda e destruiu tudo, reduzindo o castelo a um monte de areia e espuma.
Achei que as crianças iriam cair no choro, depois de tanto esforço e cuidado. Mas tive uma surpresa: em vez de chorar, elas correram para a praia, fugindo da água, rindo, de mãos dadas e começaram a construir outro castelo.
Compreendi que havia recebido ali uma importante lição: tudo em nossas vidas, todas as coisas que gastam tanto de nosso tempo e de nossa energia para construir, tudo é passageiro, tudo é feito de areia; o que permanece é só o relacionamento que temos com as outras pessoas.
Mais cedo ou mais tarde, uma onda virá e destruirá ou apagará o que levamos tanto tempo para construir. E quando isso acontecer, somente aquele que tiver as mãos de outro alguém para segurar será capaz de rir e recomeçar.
Aquela mãe era muito especial. Com dez filhos, ela conseguiu educar sua filha até à segunda série, sem que ela se desse conta da pobreza em que viviam.
Afinal, a menina tinha tudo que precisava: nove irmãos e irmãs para brincar, alguns livros para ler, uma boneca feita de retalhos e roupas limpas que ela habilmente remendava ou, às vezes, fazia.
À noite, ela lavava e trançava o cabelo da filha para que ela fosse à escola no dia seguinte. Seus sapatos estavam sempre limpos e engraxados.
A menina era feliz na escola. Adorava o cheiro de lápis novos e do papel grosso que a professora distribuía para os trabalhos.
Até o dia em que, subindo os degraus da escola, encontrou duas meninas mais velhas. Uma segredou para a outra: “Olha, essa é a menina pobre.” E riram.
Mary ficou transtornada. No caminho para casa, ficou imaginando por que as meninas a consideravam pobre. Então, olhou para seu vestido e, pela primeira vez, notou como era desbotado. Um vinco na bainha denunciava que tinha sido aproveitado.
Olhou para os pesados sapatos de menino que estava usando e se sentiu envergonhada por serem tão feios.
Quando chegou em casa, sentia pena de si própria. Também pela primeira vez descobriu que o tapete da cozinha era velho, que havia manchas de dedos na pintura meio descascada das portas.
Tudo lhe pareceu feio e acanhado. Trancou-se em seu quarto até à hora do jantar perguntando-se por que sua mãe nunca lhe contara que eles eram pobres.
Decidiu sair do quarto e enfrentar sua mãe. “Nós somos pobres?” Perguntou de repente. Ficou esperando que sua mãe negasse ou desse uma explicação satisfatória.
“Pobres?” Repetiu a mulher, pousando a faca com que descascava batatas. “Não, não somos pobres. Olhe para tudo que temos.”
Apontou para os filhos que brincavam na outra sala.
Através dos olhos de sua mãe, a menina pôde ver o fogo da lareira que enchia a casa com seu calor, as cortinas coloridas e os tapetes de retalhos que enfeitavam a casa.
Viu o prato cheio de biscoitos de aveia sobre a cômoda. Do lado de fora, o quintal que oferecia alegria e ventura para dez crianças.
“Talvez algumas pessoas pensem que somos pobres em matéria de dinheiro, mas temos tanto…”
E com um sorriso, a mulher se virou para preparar mais uma refeição para sua família. Em sua grandeza, ela nem se dava conta que, a cada noite, ela alimentava muito mais do que estômagos vazios.
Ela alimentava o coração e a alma de cada um dos filhos.
Falar é completamente fácil, quando se tem palavras em mente que expressem uma opinião. Difícil é expressar por gestos e atitudes o que realmente queremos dizer, o quanto queremos dizer antes que a pessoa se vá.
Fácil é julgar pessoas que estão sendo expostas pelas circunstâncias. Difícil é encontrar e refletir sobre os seus erros, ou tentar fazer diferente algo que já fez muito errado.
Fácil é ser colega, fazer companhia a alguém, dizer o que ele deseja ouvir. Difícil é ser amigo para todas as horas e dizer sempre a verdade quando for preciso. E com confiança no que diz.
Fácil é analisar a situação alheia e poder aconselhar sobre esta situação. Difícil é vivenciar esta situação e saber o que fazer. Ou ter coragem pra fazer.
Fácil é demonstrar raiva e impaciência quando algo te deixa irritado. Difícil é expressar o seu amor a alguém que realmente te conhece, te respeita e te entende. E é assim que perdemos pessoas especiais.
Fácil é mentir aos quatro ventos o que tentamos camuflar. Difícil é mentir para o nosso coração.
Fácil é ver o que queremos enxergar. Difícil é saber que nos iludimos com o que achávamos ter visto. Admitir que nos deixamos levar, mais uma vez, isso é difícil.
Fácil é dizer “oi” ou “como vai?” Difícil é dizer “adeus”. Principalmente quando somos culpados pela partida de alguém das nossas vidas…
Fácil é abraçar, apertar as mãos, beijar de olhos fechados. Difícil é sentir a energia que é transmitida. Aquela que toma conta do corpo como uma corrente elétrica quando tocamos a pessoa certa.
Fácil é querer ser amado. Difícil é amar completamente só. Amar de verdade, sem ter medo de viver, Amar e se entregar. E aprender a dar valor somente a quem te ama.
Fácil é ouvir a música que toca. Difícil é ouvir a consciência acenando o tempo todo, mostrando nossas escolhas erradas.
Fácil é ditar regras. Difícil é segui-las. Ter a noção exata de nossas próprias vidas, ao invés de ter noção das vidas dos outros.
Fácil é perguntar o que deseja saber. Difícil é estar preparado para escutar esta resposta. Ou querer entender a resposta.
Fácil é chorar ou sorrir quando der vontade. Difícil é sorrir com vontade de chorar ou chorar de rir, de alegria.
Fácil é dar um beijo. Difícil é entregar a alma. Sinceramente, por inteiro.
Fácil é sair com várias pessoas ao longo da vida. Difícil é entender que pouquíssimas delas vão te aceitar como és e te fazer feliz por inteiro.
Fácil é ocupar um lugar na caderneta telefônica. Difícil é ocupar o coração de alguém. Saber que se é realmente amado.
Fácil é sonhar todas as noites. Difícil é lutar por um sonho.
Eterno é tudo aquilo que dura uma fração de segundo, mas com tamanha intensidade, que se petrifica, e nenhuma força jamais o resgata.
Resista um pouco mais, mesmo que as feridas latejem e que a sua coragem esteja cochilando.
Resista mais um minuto e será fácil resistir aos demais.
Resista mais um instante, mesmo que a derrota seja um ímã…mesmo que a desilusão caminhe em sua direção.
Resista mais um pouco, mesmo que os invejosos digam para você parar… Mesmo que sua esperança esteja no fim.
Resista mais um momento, mesmo que você não possa avistar ainda a linha de chegada… mesmo que as inseguranças brinquem de roda à sua volta.
Resista um pouco mais, mesmo que a sua vida esteja sendo pesada como a consciência dos insensatos, e você se sinta indefeso como um pássaro de asas quebradas.
Resista, porque o último instante da madrugada é sempre aquele que puxa a manhã pelo braço e essa manhã bonita, ensolarada, sem algemas nascerá para você em breve, desde que você resista.
Resista, porque estou sentado na arquibancada do tempo, torcendo ansioso para que você vença e receba de DEUS a coroa que você merece A FELICIDADE…
O maior problema no relacionamento familiar é que cada um acredita que a razão lhe pertence. A esposa reclama porque o marido acredita que é doutor em tudo. Está sempre certo. Não admite que ninguém lhe diga que está errado.
O marido, por sua vez, fala que a mulher é muito impertinente. Gosta de confusão. Faz tempestade em copo d’água. O filho reclama que os pais estão totalmente por fora do mundo e querem governar a sua vida.
Talvez falte um pouco de amor para iluminar o relacionamento afetivo e inspirar maneiras de conviver com menos egoísmo.
Conta o escritor Tom Anderson que certa vez ouviu alguém afirmar que o amor deve ser exercitado como um ato da vontade. Uma pessoa pode demonstrar amor através de gestos simples.
Impressionou-se com o que ouviu. Reconheceu-se egoísta e que havia se tornado insensível ao amor familiar.
Ficou imaginando que poderia melhorar o relacionamento afetivo se deixasse de criticar tanto a esposa e os filhos.
Se não ligasse a televisão somente no canal de seu interesse. Se deixasse de se concentrar na leitura do jornal e desse um pouco de atenção aos familiares.
Durante as férias de duas semanas, em que estavam juntos na praia, decidiu ser um marido e pai carinhoso.
No primeiro dia, beijou a esposa e falou como ela estava bem, vestindo aquele suéter amarelo.
Você reparou! – falou admirada.
Logo que chegaram à praia, Tom pensou em descansar. Mas a esposa o convidou para dar um passeio, junto ao mar. Ia recusar, mas lembrou da promessa que fizera a si mesmo, por isso foi com ela. No outro dia, a esposa o convidou para visitar um museu de conchas. Ele detestava museus, mas foi.
Numa das noites, não reclamou quando ela demorou demais para se arrumar e eles chegaram atrasados a um jantar. E assim se passaram doze dias. As férias estavam por terminar. Entretanto, Tom fizera a promessa de continuar com aquela disposição de expressar amor.
Foi então que ele surpreendeu a esposa muito triste. Perguntou-lhe o motivo, ela lhe indagou:
— Você sabe de alguma coisa que eu não sei?
Por que pergunta? – Disse o marido.
— Bem, é que eu fiz aqueles exames rotineiros há algumas semanas. Segundo me disse o médico, estava tudo bem. Mas, por acaso ele disse alguma coisa diferente para você?
— Não, afirmou Tom. Claro que não! Por que deveria?
— É que você está sendo tão bom para mim que imaginei estar com uma doença grave, que iria morrer.
— Não, querida, tornou a falar Tom, sorrindo – Você não está morrendo. Eu é que estou começando a viver.
Ao admitir que não somos infalíveis, nos habilitamos a iniciativas maravilhosas que põem fim aos desentendimentos.
Existem expressões mágicas em favor da harmonia doméstica, como, por exemplo, dizer:
— Cometi um erro.
— Você tem razão.
— Peço perdão.
— Fui indelicado.
— Prometo mudar.
Cedo ensinamos e insistimos para que as nossas crianças usem quatro palavrinhas “mágicas” para serem educadas, felizes e bem aceitas:
— Com licença …
— Por favor …
— Desculpe …
— Muito obrigado …
Seria muito bom se nós também nos lembrássemos dessas quatro palavrinhas mágicas e as incorporássemos no nosso relacionamento familiar, em prol da compreensão e harmonia no nosso lar …
Conta-se que um homem de negócios, após longos anos de trabalho árduo, conseguiu ajuntar significativa fortuna.
Todavia, o grande empresário, apesar de todo o dinheiro que possuía, sentia-se infeliz.
Desejava a felicidade, mas um grande vazio lhe perturbava a alma e as tribulações das horas lhe roubavam a paz.
Um dia, ouviu falar da existência de um velho sábio conhecedor de regras eficientes para quem deseja ser feliz.
O executivo não teve dúvidas.
Muniu-se dos recursos necessário e saiu a procurá-lo.
Após longa e exaustiva busca, chegou ao lugarejo onde residia o tal sábio.
Algumas informações a mais, e lá estava ele, frente a frente com o ancião.
A expectativa era tanta que ele foi direto ao assunto. “Ouvi dizer que o senhor sabe a receita para se conquistar a felicidade, e o que mais desejo é ser feliz, pode me ajudar ?”
Perguntou ansioso.
Bem, respondeu o sábio, na verdade as regras são muito simples.
A primeira delas é prestar atenção.
A segunda, é prestar atenção.
E a terceira e última é prestar muita atenção.
O executivo pensou que ele só podia estar brincando, mas depois de ouvir algumas considerações, foi mudando de idéia.
O ancião falou com sabedoria : “quem presta atenção em tudo o que acontece nos minutos de sua vida, consegue ser feliz.”
— Preste atenção no que as pessoas lhe dizem.
Saiba ouvi-las com serenidade, buscando ajudar na medida do possível.
— Ao fazer uma refeição, aproveite bem o momento. Preste atenção nos alimentos que ingere, sinta o seu sabor.
— Preste atenção em tudo à sua volta…
— Olhe com atenção uma noite enluarada, um amanhecer de ouro…
— Contemple, com atenção, um jardim que explode em perfumes e cores…
— Uma cascata estirada sobre a montanha rochosa…
— Observe com atenção um bando multicor de aves cruzando os ares…
Ouça atentamente o canto de um pássaro solitário…
— Preste atenção na chuva que cai abençoando o solo. Imagine os lençóis dágua no subsolo, espalhando fertilidade e vida…
— Detenha-se a observar o trabalho das formigas, sua organização, sua perseverança.
— Acompanhe com atenção o desabrochar de uma rosa… sinta o seu perfume.
— Enfim, observe atentamente os pequenos “nadas” ao seu redor.
— Em pouco tempo você perceberá que há muito mais coisas boas do que ruins, e isso o fará feliz.
Depois de ouvir atentamente os conselhos do velho sábio, o empresário já estava se sentindo mais alegre e disposto a lutar pela felicidade tão almejada.
Pense nisso !
As horas são abençoadas oportunidades de aprendizado e alegria.
Mas, embora elas se repitam incessantemente, os minutos já não são os mesmos e as circunstâncias mudam a cada segundo.
Dessa forma, a cada hora temos sessenta minutos para encontrar motivos de felicidade, basta que prestemos muita atenção em cada um deles, sem esquecer que a nossa atenção deve voltar-se para as coisas realmente positivas.
O pensador russo Guerdjef, que no início do século passado já falava em auto-conhecimento e na importância de se saber viver, dizia em sua tese:
Uma boa vida tem como base o sentido do que queremos para nós em cada momento e daquilo que, realmente, vale como principal”. Assim sendo, ele traçou 20 regras de vida que foram colocadas em destaque no Instituto Francês de Ansiedade e Stress, em Paris. Dizem, os experts em comportamento, que quem já consegue assimilar 10 delas, com certeza, aprendeu a viver com qualidade interna. Ei-las:
Faça pausas de dez minutos a cada duas horas de trabalho, no máximo. Repita essas pausas na vida diária e pense em você, analisando suas atitudes.
Aprenda a dizer NÃO sem se sentir culpado ou achar que magoou. Querer agradar a todos é um desgaste enorme.
Planeje seu dia, sim, mas deixe sempre um bom espaço para o improviso, consciente de que nem tudo depende de você.
Concentre-se em apenas uma tarefa de cada vez. Por mais ágeis que sejam os seus quadros mentais, você se exaure.
Esqueça, de uma vez por todas, que você é imprescindível. No trabalho, em casa, no grupo habitual. Por mais que isso lhe desagrade, tudo anda sem a sua atuação, a não ser, você mesmo.
Abra mão de ser o responsável pelo prazer de todos. Não é você a fonte dos desejos, o eterno mestre de cerimônias.
Peça ajuda sempre que necessário, tendo o bom senso de pedir às pessoas certas.
Diferencie problemas reais de problemas imaginários e elimine-os porque são pura perda de tempo e ocupam um espaço mental precioso para coisas mais importantes.
Tente descobrir o prazer de fatos cotidianos como dormir, comer, tomar banho, sem também achar que é o máximo a se conseguir na vida.
Evite se envolver na ansiedade e tensão alheias enquanto ansiedade e tensão. Espere um pouco e depois retome o diálogo, a ação.
Família não é você, está junto de você, compõe o seu mundo, mas não é a sua própria identidade.
Entenda que princípios e convicções fechadas podem ser um grande peso, a trave do movimento e da busca.
É preciso ter sempre alguém em que se possa confiar e falar abertamente ao menos num raio de cem quilômetros. Não adianta estar mais longe.
Saiba a hora certa de sair de cena, de retirar-se do palco, de deixar a roda. Nunca perca o sentido da importância sutil de uma saída discreta.
Não queira saber se falaram mal de você e nem se atormente com esse lixo mental; escute o que falaram bem, com reserva analítica, sem qualquer convencimento.
Competir no lazer, no trabalho, na vida a dois, é ótimo… para quem quer ficar esgotado e perder o melhor.
A rigidez é boa na pedra não no homem. A ele cabe firmeza, o que é muito diferente.
Uma hora de intenso prazer substitui com folga 3 horas de sono perdido. O prazer recompõe mais que o sono. Logo, não perca uma oportunidade de divertir-se.
Não abandone suas três grandes e inabaláveis amigas: a intuição, a inocência e a fé.
Entenda de uma vez por todas, definitiva e conclusivamente: você é o que se fizer!
Primeiro considera profunda e sinceramente Se tens que reformar teu próprio interior. Se concluíres que sim, Saibas, desde já, que não será tarefa fácil. Terás teu próprio eu como teu maior adversário Nessa grande reforma. Se, mesmo assim, Decidires que teu tempo de mudança chegou, Não cometas o erro de tentar, Porque tentar, apenas, é pouco! Faça ou não faça!
Entretanto, Se te julgas suficientemente forte Para vencer teu dragão interior, Então, começa pelo coração! E não deixes pedra sobre pedra, Sequer aqueles entulhos de sentimentos Tão carinhosamente guardados Para quando um dia possas vir a utilizá-los.
Desfaz-te dos antigos quadros que já nada dizem, Apenas doem, Pregados com pregos enferrujados na parede da alma… Abre as janelas de tuas aspirações Para o sol da manhã de um novo dia de realizações, E deixa a luz purificadora do sol das ousadias Invadir os cantos escuros de tuas preocupações – por perigos, talvez imaginários – Onde escondias tuas dores irreveladas.
Ouve os trinados dos pássaros de teus sonhos A te entoarem novas e reveladoras melodias. Abre a porta de tua mansão do passado, E vejas o caminho dos teus ideais Abrindo-se em felizes e brilhantes futuros, Enfeitados pelas flores das muitas alegrias Que te esperam ao longo da jornada.
Caminha por ele. Não! Não leves nada! Não cedas à tentação de levar contigo Aquela enganadora linda caixinha de veludo, Que contém doces lembranças de um passado feliz. Ela será o teu veneno, E te fará verter lágrimas Por algo que não pode ser revivido nem alterado, Quando deverias sorrir Pelo verdejante vale de alegrias Que te aguarda e com as quais nem sonhas.
Abre as janelas de teus embolorados projetos Há tanto adiados E deixa o frescor da brisa de novas metas Estabelecerem novos rumos para tua vida. Pinta de cores novas e alegres Teus ensombrecidos porões, E deixa que a luz de novas promessas de vida os ilumine E invadam os nichos de tuas reticências.
Não temas a noite silenciosa de tuas incertezas, Nem as chuvas ocasionais de tuas tristezas. Elas virão, com certeza. Mas, noites podem ser belas, Se, ao contrário de olhares para a escuridão Que nada transmite, Decidires olhar para o céu e contar estrelas, E vê-las como purpurinas Com que Deus enfeita a festa Da descoberta do encontro com teu próprio eu.
Chuvas podem ser revigorantes, Se decidires não apenas Olhar para os rios de tuas atribulações, Transbordantes de preocupações, Mas te detiveres a observar Os novos ramos de esperança de vida Que nascem após a tormenta.
Abre as portas daquele armário de espelhos, Onde guardavas apenas os reflexos de tuas boas intenções, E olhando tua própria imagem refletida, Faze valer a pena ser tu A única coisa de valor que vale a pena ser guardada ali. Desfaça-te de tudo o que possa ser apenas miragens, E vá à feira de novas aspirações, Onde poderás adquirir novos adornos para tua alma.
Não te deixes iludir por muitos brilhos. Procura as coisas simples, Porque serão sempre as mais verdadeiras. Sai de tua pálida estada Nas sombras da saudade e da desesperança E vai para a luz irradiante do sol das novas perspectivas.
E quando estiveres caminhando Pela estrada do encontro com teu próprio coração, Olha, de vez em quando, para o alto, Para o cimo das montanhas, Porque é lá que nascerá, para sempre, a cada manhã, O raiar de um novo dia!