Categoria: Histórias (Page 23 of 105)

Quanto Custa um Milagre?

Uma garotinha esperta de apenas seis anos de idade, ouviu seus pais conversando sobre seu irmãozinho mais novo.

Tudo que ela sabia era que o menino estava muito doente e que estavam completamente sem dinheiro.

Iriam se mudar para um apartamento num subúrbio, no próximo mês, porque seu pai não tinha recursos para pagar as contas do médico e o aluguel do apartamento.

Somente uma intervenção cirúrgica muito cara poderia salvar o garoto, e não havia ninguém que pudesse emprestar-lhes dinheiro.

A menina ouviu seu pai dizer a sua mãe chorosa, com um sussurro desesperado: somente um milagre poderá salvá-lo.

Ela foi ao seu quarto e puxou o vidro de gelatina de seu esconderijo, no armário.

Despejou todo o dinheiro que tinha no chão e contou-o cuidadosamente, três vezes.

O total tinha que estar exato.

Não havia margem de erro.

Colocou as moedas de volta no vidro com cuidado e fechou a tampa.

Saiu devagarzinho pela porta dos fundos e andou cinco quarteirões até chegar à farmácia.

Esperou pacientemente que o farmacêutico a visse e lhe desse atenção, mas ele estava muito ocupado no momento.

Ela, então, esfregou os pés no chão para fazer barulho, e nada !

Limpou a garganta com o som mais alto que pôde, mas nem assim foi notada.

Por fim, pegou uma moeda e bateu no vidro da porta.

Finalmente foi atendida!

— O que você quer? perguntou o farmacêutico com voz aborrecida.

— Estou conversando com meu irmão que chegou de Chicago e que não vejo há séculos, disse ele sem esperar resposta.

— Bem, eu quero lhe falar sobre meu irmão, respondeu a menina no mesmo tom aborrecido, ele está realmente doente… e eu quero comprar um milagre.

— Como?, balbuciou o farmacêutico admirado.

— Ele se chama Andrew e está com alguma coisa muito ruim crescendo dentro de sua cabeça e papai disse que só um milagre poderá salvá-lo. E é por isso que eu estou aqui. Então, quanto custa um milagre?

— Não vendemos milagres aqui, garotinha. Desculpe, mas não posso ajudá-la, respondeu o farmacêutico, com um tom mais suave.

— Escute, eu tenho o dinheiro para pagar. Se não for suficiente, conseguirei o resto. Por favor, diga-me quanto custa, insistiu a pequena.

O irmão do farmacêutico era um homem gentil. Deu um passo à frente e perguntou à garota:

— Que tipo de milagre seu irmão precisa?

— Não sei, respondeu ela, levantando os olhos para ele. Só sei que ele está muito mal e mamãe diz que precisa ser operado. Como papai não pode pagar, quero usar meu dinheiro.

— Quanto você tem, perguntou o homem de Chicago. Um dólar e onze centavos, respondeu a menina num sussurro.

— É tudo que tenho, mas posso conseguir mais se for preciso.

— Puxa, que coincidência, sorriu o homem. Um dólar e onze centavos!

Exatamente o preço de um milagre para irmãozinhos.

O homem pegou o dinheiro com uma mão e, dando a outra mão à menina, disse :

— Leve-me até sua casa. Quero ver seu irmão e conhecer seus pais. Quero ver se tenho o tipo de milagre que você precisa.

Aquele senhor gentil era um cirurgião, especializado em Neurocirurgia.

A operação foi feita com sucesso e sem custos.

Alguns meses depois Andrew estava em casa novamente, recuperado.

A mãe e pai comentavam alegremente sobre a seqüência de acontecimentos ocorridos.

— A cirurgia, murmurou a mãe, foi um milagre real. Gostaria de saber quanto custou!

A menina sorriu.

Ela sabia exatamente quanto custa um milagre…

Um dólar e onze centavos… mais a fé de uma garotinha…

Não há situação, por pior que seja, que resista ao milagre do amor.

Quando o amor entra em ação, tudo vence e tudo acalma.

Onde o amor se apresenta, foge a dor, se afasta o sofrimento e o egoísmo bate em retirada.

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

Quando meus dedos crescerão novamente?

Um homem saiu de casa para admirar seu novíssimo caminhão. Para sua surpresa, encontrou seu filho de três anos alegremente martelando a pintura brilhante.

O homem correu até a criança, tomou-lhe o martelo e martelou as mãos do pequeno menino como uma forma de castigo.

Quando o pai se tranquilizou, levou a criança ao hospital.

Embora o doutor desesperadamente tentasse poupar os ossos esmagados, ele teve que amputar os dedos das mãos do menino.

Quando o menino acordou da cirurgia e viu o curativo, ele disse inocentemente :

“Papai, eu sinto muito por seu caminhão”.

Então ele perguntou :

“Mas quando meus dedos voltarão a crescer ?”

O pai foi para casa e cometeu suicídio.

Pense nesta história e da próxima vez que você vir alguém derramar o leite sobre a mesa de jantar ou quando ouvir o bebê chorando insistentemente, pense primeiro antes de perder a paciência com alguém que te ama.

Caminhões podem ser consertados.

Ossos quebrados e sentimentos feridos frequentemente não podem.

Nós, muito frequentemente, não reconhecemos a diferença entre a pessoa e o desempenho.

Pessoas cometem erros.

Somos autorizados a cometer erros.

Mas as ações tomadas durante um acesso de raiva nos assombrarão para sempre…

Sejamos prudentes e conscientes !

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

Quando encontrar o amor

Carlos Drummond de Andrade

Quando encontrar alguém e esse alguém fizer seu coração parar de funcionar por alguns segundos, preste atenção: pode ser a pessoa mais importante da sua vida.

Se os olhares se cruzarem e, neste momento, houver o mesmo brilho intenso entre eles, fique alerta: pode ser a pessoa que você está esperando desde o dia em que nasceu.

Se o toque dos lábios for intenso, se o beijo for apaixonante e os olhos se encherem d’água neste momento, perceba: existe algo mágico entre vocês.

Se o primeiro e o último pensamento do seu dia for essa pessoa, se a vontade de ficar juntos chegar a apertar o coração, agradeça: Deus te mandou um presente divino – o amor.

Se um dia tiverem que pedir perdão um ao outro por algum motivo e em troca receber um abraço, um sorriso, um afago nos cabelos e os gestos valerem mais que mil palavras, entregue-se: vocês foram feitos um pro outro.

Se por algum motivo você estiver triste, se a vida te deu uma rasteira e a outra pessoa sofrer o seu sofrimento, chorar as suas lágrimas e enxuga-las com ternura, que coisa maravilhosa: você poderá contar com ela em qualquer momento de sua vida.

Se você conseguir, em pensamento, sentir o cheiro da pessoa como se ela estivesse ali do seu lado…

Se você achar a pessoa maravilhosamente linda, mesmo ela estando de pijamas velhos, chinelos de dedo e cabelos emaranhados…

É uma dádiva.

Muitas pessoas apaixonam-se muitas vezes na vida, mas poucas amam ou encontram um amor verdadeiro. Ou às vezes encontram e, por não prestarem atenção nesses sinais, deixam o amor passar, sem deixa-lo acontecer verdadeiramente.

É o livre-arbítrio. Por isso, preste atenção nos sinais.

Não deixe que as loucuras do dia-a-dia o deixem cego para a melhor coisa da vida: O AMOR.

Qualidade de Vida !!

Os cinco mandamentos de Mauricio Hirata, clínico geral

  1. Arrume um espaço na agenda para fazer ginástica, como o horário do almoço
  2. Coma alimentos saudáveis. Se for o caso, leve a comida de casa
  3. Ponha um comedouro para pássaros na janela de sua casa ou apartamento e observe os movimentos dos animais. “É excelente para relaxar”
  4. Não perca muito tempo de seu dia no trânsito. Se você mora longe do trabalho, mude-se para mais perto
  5. Deixe a janela do quarto entreaberta se você tem dificuldade em acordar de manhã. A luz ajuda o cérebro a perceber que já é dia

Os cinco mandamentos de Tânia Rodrigues, nutricionista:

  1. Acostume-se a beber mais água. Deixe uma garrafa de meio litro sobre a mesa de trabalho e outra dentro do carro
  2. Inclua pelo menos três frutas na alimentação diária. Elas garantem quantidades mínimas de vitaminas, fibras e minerais, que ajudam a prevenir diversos tipos de câncer
  3. Não saia de casa sem se alimentar. Se sua refeição for apenas um cafezinho, pelo menos acrescente um pouco de leite à xícara
  4. O jantar deve ser a refeição mais leve do dia. Se você tem mais fome à noite, faça um esforço e coma menos nesse horário.. O corpo se acostumará e você terá mais apetite de manhã
  5. Coma uma pequena porção de algum alimento rico em carboidrato trinta minutos antes das atividades físicas. Isso vai melhorar seu rendimento

Os cinco mandamentos de Hong Jin Pai, acupunturista

  1. Reclamar da vida só causa stress. Em vez de resmungar porque faz frio, vista um agasalho
  2. Passamos a maior parte do dia no trabalho. Por isso, você precisa amar o que faz
  3. Aproveite o trânsito para escutar alguma música de que goste, estudar um idioma ou, se não estiver dirigindo, ler
  4. Seja otimista. Lembre-se de que todas as crises são passageiras
  5. A terceira idade deve ser a melhor fase da vida. Estude, exercite-se e leia. Ficar parado só acelera o envelhecimento

Os onze mandamentos de Nuno Cobra, preparador físico

  1. Durma pelo menos oito horas e tente acordar sem despertador. “Ele é uma agressão ao organismo”
  2. Alimente-se em pequenas quantidades a cada três horas.
  3. Cheire a comida, pegue as folhas com as mãos e mastigue o mais devagar possível
  4. Exerça alguma atividade física pelo menos três vezes por semana. Uma hora de caminhada pode ser praticada por qualquer pessoa, em qualquer lugar, e é suficiente para obter os benefícios do esporte
  5. Evite ficar nervoso. Em situações de stress, experimente bocejar e espreguiçar
  6. Dedique pelo menos quinze minutos do dia à meditação. Escolha um local silencioso, sente-se numa posição confortável e se esqueça da vida
  7. Tome ao menos dois banhos frios por dia. Esse hábito é energizante
  8. Nenhum tratamento irá funcionar se você não abandonar seus vícios, a começar pelo cigarro
  9. Quando fizer exercícios físicos, concentre-se apenas neles. Não leia enquanto pedala na bicicleta nem ouça música enquanto corre
  10. Preste atenção ao fluxo de ar que entra e sai de seu pulmão e procure respirar mais profundamente
  11. Faça elogios com mais freqüência. Essa tática funciona como um ímã e faz com que todos queiram estar a seu lado.

Qual é o problema?

Bons administradores são aqueles que fazem as melhores perguntas, e não os que repetem suas melhores aulas”

Stephen Kanitz

Um dos maiores choques de minha vida foi na noite anterior ao meu primeiro dia de pós-graduação em administração. Havia sido um dos quatro brasileiros escolhidos naquele ano, e todos nós acreditávamos, ingenuamente, que o difícil fora ter entrado em Harvard, e que o mestrado em si seria sopa. Ledo engano. Tínhamos de resolver naquela noite três estudos de caso de oitenta páginas cada um. O estudo de caso era uma novidade para mim. Lá não há aulas de inauguração, na qual o professor diz quem ele é e o que ensinará durante o ano, matando assim o primeiro dia de aula. Essas informações podem ser dadas antes. Aliás, a carta em que me avisaram que fora aceito como aluno veio acompanhada de dois livros para ser lidos antes do início das aulas.

O primeiro caso a ser resolvido naquela noite era de marketing, em que a empresa gastava boas somas em propaganda, mas as vendas caíam ano após ano. Havia comentários detalhados de cada diretor da companhia, um culpando o outro, e o caso terminava com uma análise do presidente sobre a situação.

O caso terminava ali, e ponto final. Foi quando percebi que estava faltando algo. Algo que nunca tinha me ocorrido nos dezoito anos de estudos no Brasil. Não havia nenhuma pergunta do professor a responder. O que nós teríamos de fazer com aquele amontoado de palavras? Eu, como meus quatro colegas brasileiros, esperava perguntas do tipo “Deve o presidente mudar de agência de propaganda ou demitir seu diretor de marketing?”. Afinal, estávamos todos acostumados com testes de vestibular e perguntas do tipo “Quem descobriu o Brasil?”. Harvard queria justamente o contrário. Queria que nós descobríssemos as perguntas que precisam ser respondidas ao longo da vida.

Uma reviravolta e tanto. Eu estava acostumado a professores que insistiam em que decorássemos as perguntas que provavelmente iriam cair no vestibular. Adorei esse novo método de ensino, e quando voltei para dar aulas na Universidade de São Paulo, trinta anos atrás, acabei implantando o método de estudo de casos em minhas aulas. Para minha surpresa, a reação da classe foi a pior possível. “Professor, qual é a pergunta?”, perguntavam-me. E, quando eu respondia que essa era justamente a primeira pergunta a que teriam de responder, a revolta era geral: “Como vamos resolver uma questão que não foi sequer formulada?”.

Temos um ensino no Brasil voltado para perguntas prontas e definidas, por uma razão muito simples: é mais fácil para o aluno e também para o professor. O professor é visto como um sábio, um intelectual, alguém que tem solução para tudo. E os alunos, por comodismo, querem ter as perguntas feitas, como no vestibular. Nossos alunos estão sendo levados a uma falsa consciência, o mito de que todas as questões do mundo já foram formuladas e solucionadas. O objetivo das aulas passa a ser apresentá-las, e a obrigação dos alunos é repeti-las na prova final.

Em seu primeiro dia de trabalho você vai descobrir que seu patrão não lhe perguntará quem descobriu o Brasil e não lhe pagará um salário por isso no fim do mês. Nem vai lhe pedir para resolver “4/2 3D ?”. Em toda a minha vida profissional nunca encontrei um quadrado perfeito, muito menos uma divisão perfeita, os números da vida sempre terminam com longas casas decimais. Seu patrão vai querer saber de você quais são os problemas que precisam ser resolvidos em sua área. Bons administradores são aqueles que fazem as melhores perguntas, e não os que repetem suas melhores aulas.

Uma famosa professora de filosofia me disse recentemente que não existem mais perguntas a ser feitas, depois de Aristóteles e Platão. Talvez por isso não encontramos solução para os inúmeros problemas brasileiros de hoje. O maior erro que se pode cometer na vida é procurar soluções certas para os problemas errados. Em minha experiência e na da maioria das pessoas que trabalham no dia-a-dia, uma vez definido qual é o verdadeiro problema, o que não é fácil, a solução não demora muito a ser encontrada. Se você pretende ser útil na vida, aprenda a fazer boas perguntas mais do que sair arrogantemente ditando respostas. Se você ainda é um estudante, lembre-se de que não são as respostas que são importantes na vida, são as perguntas.

Qual cavalo você prefere?

Joãozinho, 12 anos, montado em um cavalo de aluguel em Campos do Jordão.

Desesperado porque o cavalo se negava a andar um pouco mais rápido, chamou o dono do cavalo e disse: prefiro um cavalo que eu tenha que segurar, a este que eu tenho que bater para que ele ande.

Ouvi pensativo aquela reclamação do Joãozinho.

Não será também assim numa empresa ?

Sem querer comparar pessoas a cavalos, mas fazendo uma simples analogia, vejo que todos preferimos colaboradores que precisamos segurar aos que precisamos fazer andar. É preferível ter gente em nossa empresa que faça, vá, corra riscos, erre, a ter pessoas que ficam paradas, eternamente esperando ordens, apáticas.

O desespero do Joãozinho me fez lembrar inúmeros empresários e dirigentes empresariais tendo que lutar para que seus companheiros andem, façam, proponham, assumam, corram riscos.

Outro dia mesmo assisti a um presidente de empresa frente a um conselho de acionistas tendo que ouvir :

Você é o responsável! Contrate novas pessoas; treine as atuais; reorganize e reestruture; mas faça!

Cumpra suas metas! Apresente os resultados com os quais você se comprometeu perante os acionistas.

Enfim, assuma! Cometa erros, mas não fique esperando que as coisas aconteçam.

Elas só acontecerão se você fizer acontecer.

Terminada a reunião, após a saída do presidente executivo, os conselheiros-acionistas comentavam: É preferível ter um executivo que erre a um que tenha medo de fazer.

Ou seja, a mesma reclamação do Joãozinho com o seu cavalo lento e preguiçoso.

Assim, em todos os níveis, é preciso que todas as pessoas compreendam esta lição.

Se você vir alguma coisa errada com um produto de sua empresa chame a atenção; fale!

Se você souber de alguma coisa que possa comprometer a relação de sua empresa com o mercado chame a atenção; fale!

E se você tem o poder de agir; aja ! Não fique esperando.

Corra riscos para defender a sua marca, o seu cliente, o seu produto, a sua empresa.

Muitos poderão reclamar de você.

Mas, acredite, no final, tendo você honestidade de princípios na sua atuação e tomando as atitudes corretas, você será reconhecido por quem realmente interessa.

Nesta semana, pense em qual cavalo você prefere ?

E pense qual tipo de cavalo é você ?

Você é dos que andam, galopam, fazem acontecer ou dos que precisam ser empurrados para a ação ou puxados para que andem ?

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

Punir e educar

Quando o telefone tocou Santiago não poderia imaginar a notícia que lhe seria dada.

— Senhor Santiago? – perguntou uma voz severa.

— Sim, respondeu apreensivo.

— Sou o delegado Lima.

Seu filho Fábio foi preso em flagrante, minutos atrás, quando furtava um CD de uma loja em um Shopping. Embora o delegado continuasse falando, nada mais foi registrado por Santiago.

O choque da notícia atingiu-o como um violento soco.

Ficou calado, segurando o telefone mesmo depois do término da ligação.

Não podia crer naquilo.

— Por quê? – perguntava a si mesmo.

Enquanto dirigia-se para a delegacia onde estava detido o filho, pensava nos sacrifícios que fizera ao longo dos anos para oferecer à família conforto e bem-estar.

Longas e extenuantes jornadas de trabalho.

Anos e anos sem férias.

Economias e empréstimos bancários para garantir aos filhos tudo que lhes era essencial e necessário para crescerem fortes e felizes.

Não podia lhes dar tudo o que queriam, mas fazia o possível para oferecer-lhes tudo o que precisavam.

Priorizava a saúde e a educação dos pequenos.

Tratava-os com amor e com atenção, mesmo quando chegava tarde do trabalho e os encontrava às turras e fazendo manhas.

Sabia que não era um pai perfeito.

Reconhecia em si mesmo defeitos e vícios, mas não conseguia encontrar justificativa para a atitude do filho.

Por que Fábio teria feito aquilo?

Sentia-se mortificado de vergonha.

Seu filho, um ladrão!

Onde teriam ido parar os ensinamentos e os valores que acreditara ter incutido na cabeça daquele menino?

A dor inicial foi cedendo lugar à ira, e quando Santiago chegou à delegacia e foi levado à presença do filho não se conteve.

Sem dizer nenhuma palavra esbofeteou a face do rapaz na frente dos policiais que ali estavam.

Fábio não reagiu, nem disse nada.

Lágrimas escorreram pelo seu rosto.

Depois dos procedimentos burocráticos inevitáveis, o rapaz foi liberado e eles partiram silenciosos para casa.

Durante o trajeto nada foi dito.

Na realidade, Santiago estava arrependido pela sua reação brutal, mas não conseguia encontrar uma forma de contornar a situação.

Fábio, por sua vez, estava envergonhado e sentia-se a última das criaturas.

Acreditava não ser merecedor nem mesmo do perdão do pai pelo seu gesto impensado.

Quando chegou em casa, Fábio trancou-se no quarto.

Santiago largou seu corpo no sofá, pesadamente.

Levou alguns instantes para dar-se conta da urgente necessidade de conversar com o filho.

Tomado por um impulso, correu até o quarto de Fábio e, como ele não respondia aos seus chamados, arrombou a porta.

Graças à providência divina, chegou a tempo de evitar uma tragédia ainda maior.

A severa punição que infligira publicamente ao filho, e que agora atormentava a sua própria consciência, estimulara o desequilibrado rapaz a buscar a fuga da vida pelas vias equivocadas do suicídio.

Jamais puna quando estiver irado.

Nos momentos de raiva somos capazes de ferir até mesmo as pessoas que amamos.

A melhor forma de educar é fazer com que crianças e jovens repensem suas atitudes e aprendam com os próprios erros.

Pense nisso!

Promessas

Leticia Thompson

Passamos o ano inteiro nos prometendo coisas. E aos outros também. Mas é na última semana do ano, provavelmente por causa do balanço existencial, que mais pensamos sobre o assunto. Tem gente que faz até uma lista.

E o que são promessas se não expectativas que despertamos no coração? São propósitos que colocamos nas nossas vidas e nas daqueles que convivem conosco.

É fácil prometer coisas. Difícil mesmo é cumprir tudo o que falamos ou pensamos. Acordamos com nossas promessas sonhos que, se não atingidas, vão se desfazer da mesma forma que a confiança que depositam em nós.

Antes de prometer algo a alguém ou a si, pense: a portinha que se abre com uma promessa fica sempre aberta e só se fecha quando a mesma se cumpre. E se ela foi feita assim de uma maneira qualquer, haverá sempre o vazio de algo não realizado na vida nossa e na da outra pessoa.

Evite então as promessas se você não sabe controlar o dia de amanhã com todas as surpresas que ele pode trazer.

Não prometa amor eterno: ame, ame e ame eternamente. Ame tanto quanto seu coração suportar!

Não prometa felicidade: lute para transformar todos os momentos dos que te encontram em instantes felizes.

E se por acaso a promessa for inevitável, que caia o mundo, mas cumpra o prometido! A fidelidade aos nossos princípios e aos nossos objetivos é fundamental a nós mesmos, ela nos enraíza, nos dá coragem e aumenta nossa auto-confiança.

E lembre-se: muitas das coisas que cumprimos são promessas que não nos fazemos.

Então, o importante mesmo não é ficar abrindo portas de esperança de um lado e outro, mas viver de maneira tal que, a cada fim de dia, possamos repousar a cabeça com a consciência de que, seja como for, nós tenhamos dado o melhor de nós.

M a r t h a
martha carrer cruz gabriel

Procura-se um barrigudinho

Homens leiam com atenção !!!

Meninas de todo o Brasil, tenho um conselho valioso para dar aqui:

se você acabou de conhecer um rapaz, ficou com ele algumas vezes e já está começando a imaginar o dia do seu casamento e o nome dos seus filhos, pare agora e me escute! Na próxima vez que encontrá-lo, tente (disfarçadamente) descobrir como é sua barriga. Se for musculosa, torneada, estilo ‘tanquinho’, fuja! Comece a correr agora e só pare quando estiver a uma distância segura. É fria, vai por mim.

Homem bom de verdade precisa, obrigatoriamente, ostentar uma barriguinha de chopp. Se não, não presta.

Estou me referindo àqueles que, por não colocarem a beleza física acima de tudo (como fazem os malditos metrossexuais), acabaram cultivando uma pancinha adorável. Esses, sim, são pra manter por perto.

E eu digo por quê.

Você nunca verá um homem barrigudinho tirando a camisa dentro de uma boate e dançando como um idiota, em cima do balcão. Se fizer isso, é pra fazer graça pra turma – e provavelmente será engraçado, mesmo.

Já os ‘tanquinhos’ farão isso esperando que todas as mulheres do recinto caiam de amores – e eu tenho dó das que caem.

Quando sentam em um boteco, numa tarde de calor, adivinha o que os pançudos pedem pra beber? Cerveja! Ou Coca-cola, tudo bem também.

Mas você nunca os verá pedindo suco ou coca-light. Ou, pior ainda, um copo com gelo,pra beber a mistura patética de vodka com ‘clight’ que trouxe de casa.

E você não será informada sobre quantas calorias tem no seu copo de cerveja, porque eles não sabem e nem se importam com essa informação.

E no quesito comida, os homens com barriguinha também não deixam a desejar. Você nunca irá ouvir um ‘ah, amor, ‘Quarteirão’ é gostoso, mas você podia provar uma ‘McSalad’ com água de coco’. Nunca! Esses homens entendem que, se eles não estão em forma perfeita o tempo todo, você também não precisa estar.

Mais uma vez, repito: não é pra chegar ao exagero total e mamar leite condensado na lata todo dia! Mas uma gordurinha aqui e ali não matará um relacionamento. Se ele souber cozinhar, então, bingo! Encontrou a sorte grande, amiga.

Ele vai fazer pra você todas as delícias que sabe, e nunca torcerá o nariz quando você repetir o prato. Pelo contrário, ficará feliz.

Outra coisa fundamental: homens barrigudinhos são confortáveis!

Experimente pegar a tábua de passar roupas e deitar em cima dela. Pois essa é a sensação de se deitar no peito de um musculoso besta.

Terrível! Gostoso mesmo é se encaixar no ombro de um fofinho, isso que é conforto.

E na hora de dormir de conchinha, então? Parece que a barriga se encaixa perfeitamente na nossa lombar, e fica sensacional.

Homens com barriga não são metidos, nem prepotentes, nem donos do mundo. Eles sabem conquistar as mulheres por maneiras que excedem a barreira do físico. E eles aprenderam a conversar, a ser bem humorados, a usar o olhar e o sorriso pra conquistar. É por isso que eu digo que homens com barriguinha sabem fazer uma mulher feliz.

CARLA MOURA, PSICÓLOGA, ESPECIALISTA EM SEXOLOGIA E TERAPIA DE CASAIS

Procrastinação é um distúrbio crônico e prejudicial, mas fácil de ser vencido

Por Alessandro Vianna

Procrastinar é algo de que pouco se fala, mas que muito se faz.

Embora “embromação” e “enrolação” possam ser quase sinônimos populares, a procrastinação vai um pouco além disso. É um comportamento crônico nocivo, embora muito comum.

É aquele hábito de deixar tudo para depois: uma tarefa “chata”, os estudos, o regime alimentar, as práticas físicas, o abandono de um vício, passar a economizar – coisas que sabemos que precisamos fazer, mas que, por inúmeras razões, ficamos adiando; muitas vezes nos enganando com desculpas frágeis e, não raro, falsas.

O procrastinador é alguém que faz várias coisas ao mesmo tempo, exatamente para não fazer aquilo que realmente deve ser feito. Quando pensa no que de fato tem de fazer, sente-se preso e sem reação.

As consequências, não raro, são danosas, especialmente a longo prazo, quando, olhando pra trás, se percebe quanto tempo foi jogado fora por falta de ação objetiva.

Ao deixar de cumprir certas obrigações, podemos decepcionar alguém, perdendo credibilidade e oportunidades. Isso se percebe claramente na vida conjugal, no convívio familiar e na carreira profissional. Depois ficamos observando a trajetória vitoriosa de outras pessoas, que entraram em forma, ganharam conhecimentos e avançaram profissionalmente.

Quando vejo pessoas querendo empreender grandes mudanças de imediato, sei que estou diante de um procrastinador, porque ele fica inativo por muito tempo e, depois que percebe nos outros o quanto ele próprio não evoluiu, resolve mudar tudo de uma vez.

É óbvio que não vai conseguir, porque as nossas grandes realizações são conquistadas aos poucos. Desse modo, novamente derrotada, essa pessoa tende a desanimar e voltar a procrastinar novamente, repetindo um ciclo fadado à infelicidade.

Enquanto procrastina, a pessoa vai absorvendo estresse por uma oculta sensação de culpa, sentindo a sua perda de produtividade e cultivando vergonha em relação aos demais, por não conseguir cumprir seus compromissos.

A formação de um “enrolador” muitas vezes começa na infância. Crianças podem tornar-se procrastinadoras no futuro, por conta do tratamento que recebem dos adultos. Daí a conveniência de revermos constantemente as nossas crenças, para nos livrarmos de influências negativas que adquirimos ao longo da vida.

Crianças futuras procrastinadoras: duas das razões mais clássicas são:

  • A criança extremamente protegida, condicionada a achar que sempre alguém fará por ela. Quando adulta, ela tenderá, inconscientemente, a sentir-se insegura para agir, por não ter alguém a auxiliando.
  • A criança que é exageradamente cobrada pode desenvolver a característica do perfeccionismo. Assim, ela tende à procrastinação por acreditar que, mesmo se dedicando, não conseguirá realizar as coisas de modo primoroso – e acaba postergando tudo o que acha importante.

Tratamento

A procrastinação crônica é quase sempre associada a alguma disfunção psicológica ou fisiológica. Portanto, é passível de tratamento.

Quando recebo pacientes procrastinadores, incluo no tratamento algumas recomendações que ajudam muito a livrá-los dessa anomalia. Eis algumas:

  1. Reconheça, quando está enrolando, que pode haver mais dor em procrastinar do que em realizar a tarefa. Muita coisa é menos complicada do que parece ser.
  2. Não deixe aquele afazer chato por último, para que ele não se torne urgente e o apavore ainda mais.
  3. Experimente a sensação de alívio e o fortalecimento da autoestima após concluir uma tarefa e perceba que livrou-se dela de maneira positiva, enfrentando-a.
  4. Para encorajar-se, pense no que vai deixar de ganhar ou no que pode perder caso não realize essa atividade. Se puder escrevê-las e avaliá-las seriamente, melhor.
  5. Se a tarefa for muito trabalhosa, divida-a em partes e vá realizando uma a uma, com um pequeno intervalo entre elas, e comemorando (sim!) a última concluída.
  6. Abra-se para o novo, deixando de agarrar-se às velhas experiências e crenças. O passado não volta mais; o presente é continuamente feito de novos desafios e o futuro é construído passo a passo pelas ações do presente.
  7. Quando perceber que está querendo procrastinar de novo, proponha-se a atuar por apenas alguns minutos na ação que está tentando evitar. Pode ser que você perceba que não é tão desagradável quanto pensava e venha a vencê-la.
  8. Caso lhe seja por demais desagradável, dê-se uma pausa e passe a fazer algo útil (sem parar de agir), mas determine quando voltará ao assunto pendente.

Vencer a procrastinação trata-se de uma vitória para a vida inteira, como a daquela criança que um dia perde o medo do escuro.

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