É preciso que a saudade desenhe tuas linhas perfeitas, teu perfil exato e que, apenas, levemente, o vento das horas ponha um frêmito em teus cabelos… É preciso que a tua ausência trescale sutilmente, no ar, a trevo machucado, a folhas de alecrim desde há muito guardadas não se sabe por quem nalgum móvel antigo… Mas é preciso, também, que seja como abrir uma janela e respirar-te, azul e luminosa, no ar. É preciso a saudade para eu sentir como sinto – em mim – a presença misteriosa da vida… Mas quando surges és tão outra e múltipla e imprevista que nunca te pareces com o teu retrato… E eu tenho de fechar meus olhos para ver-te!
Não precisa ser homem, basta ser humano, basta ter sentimentos, basta ter coração.
Precisa saber falar e calar, sobretudo saber ouvir.
Tem que gostar de poesia, de madrugada, de pássaros, de sol, de lua, de canto, dos ventos e das canções da brisa.
Deve ter amor, um grande amor por alguém, ou então sentir falta de não ter esse amor.
Deve amar o próximo e respeitar a dor que os passantes levam consigo.
Deve guardar segredo sem se sacrificar.
Não é preciso que seja de primeira mão, nem é imprescindível que seja de segunda mão.
Pode já ter sido enganado, pois todos os amigos são enganados.
Não é preciso que seja puro, nem que seja de todo impuro, mas não deve ser vulgar.
Deve ter um ideal e medo de perdê-lo e, no caso de assim não ser, deve sentir o grande vazio que isso deixa.
Deve ter ressonâncias humanas, seu principal objetivo deve ser o de ser amigo.
Deve sentir pena das pessoas tristes e compreender o imenso vazio dos solitários.
Deve gostar de crianças e lamentar os que não puderam nascer.
Que saiba conversar de coisas simples, de orvalho, de grandes chuvas e de recordações da infância.
Precisa-se de um amigo para não enlouquecer, para contar o que se viu de belo e triste durante o dia, dos anseios e das realizações, dos sonhos e da realidade.
Deve gostar das ruas desertas, de poças de água e dos caminhos molhados, de beira de estrada, de mato depois da chuva, de se deitar no capim.
Precisa-se de um amigo que diga que vale a pena viver, não porque a vida é bela, mas porque já se tenha um amigo.
Precisa-se de um amigo para se parar de chorar.
Para não se viver debruçado no passado em busca de memórias perdidas.
Que bata nos ombros sorrindo e chorando, mas que nos chame de amigo, para se ter consciência de que ainda se vive.
No final do dia, o marido se dirige à esposa e diz: “Hoje foi um daqueles terríveis dias comuns”.
Acho muito interessante como temos uma visão errada sobre os “dias comuns”.
Dias comuns são aqueles dias em que tudo foi exatamente como sempre havia sido antes.
Normalmente eles são reconhecidos como tediosos e maçantes.
Prefiro observar os “dias comuns” de forma diferente (até porque a maior parte dos nossos dias são “comuns”, se eles forem chatos, a nossa vida tende a ser uma chatice só!).
Para mim, os “dias comuns” têm grande valor. Quer ver?
nos dias comuns eu não estou doente nem estou com dor (quando tenho alguma dor, o dia não é um dia comum).
nos dias comuns ninguém que eu amo faleceu ou está muito doente (quando alguém que eu amo está sofrendo, os dias não são comuns).
nos dias comuns não perco o meu emprego.
nos dias comuns a minha vida não está envolvida em nenhum escândalo ou catástrofe.
nos dias comuns as pessoas que eu amo também me amam e não estão “de mal” comigo.
nos dias comuns eu não passo fome e nem frio.
nos dias comuns eu não participo das guerras e nem vejo a morte bem perto de mim.
nos dias comuns o sol não provocou uma seca e nem a chuva provocou uma enchente.
nos dias comuns não sou assaltado nem seqüestrado.
nos dias comuns os amigos não me traem.
nos dias comuns estou em paz.
Viu? Dias comuns podem se tornar tediosos, mas dias “especiais” (não comuns), podem ser muito difíceis e sofridos. Por isso, prefiro os dias comuns e escolho valorizá-los.
Há alguns dias atrás tive um problema de saúde. Passei mal e tive dor. Nesse momento, fiquei lembrando do dia anterior, um “dia comum”. No ordinário dos “dias comuns” eu vejo a mão de Deus. Por isso, sou grato pela beleza dos “dias comuns”.
Receber atenção especial, presentinhos e beijinhos doces?
Quem não gosta de surpresinhas gostosas, beijo na boca e abraços apertados? Quem é que de livre e espontânea vontade prefere a solidão a uma boa companhia?
Ora, todo mundo quer uma boa companhia e de preferência para o todo sempre.
Mas conviver com essa “boa companhia” diariamente por 3, 5, 10, 15, 25 anos é que é o difícil.
No começo dos relacionamentos e até 1 ano de vida amorosa, tudo são mais ou menos flores.
Brigas e discussões, (caia fora dessa fria).
Não adianta você dizer que depois de três meses apenas que “encontrou o amor de sua vida”, porque o amor precisa de convivência para ser devidamente testado.
Nesse mundo maluco e agitado, as pessoas estão se encontrando hoje, se amando amanhã e entrando em crise depois de amanhã.
Uma coisa frenética e louca que tem feito muita gente, que se julgava equilibrada, perder os parafusos e fazer muita besteira.
Paixão, loucura e obsessão, três dos mais perigosos ingredientes que estão crescendo nos relacionamentos de hoje em dia por causa da velocidade das informações e o medo de ficar sozinho.
As pessoas não estão conseguindo conviver sozinhas com seus defeitos, vícios e qualidades, e partem desesperadamente para encontrar alguém, a tal da alma gêmea, e se entregam muitas vezes aos primeiros pares de olhos que piscam para o seu lado.
Vale tudo nessa guerra, chat, carta, agência, festas e até roubar o parceiro de alguém. É uma guerra para não ficar sozinho.
Medo?
Com medo de se encarar no espelho e perceber as próprias eficiências?
Com medo de encarar a vida e suas lutas?
Então a pessoa consegue alguém (ou acha que está nascendo um grande amor), fecha os olhos para a realidade e começa a viver um sonho, trancado em si.
Mesmo, nos quartos e no seu egoísmo, a pessoa transfere toda a sua carência para o (a) parceiro (a), transfere a responsabilidade de ser feliz para uma pessoa que na verdade ela mal conhece.
Então, um belo dia, vem o espanto, a realidade, o caso melado, o “falso amor” acaba, e você que apostou todas as suas fichas nesse romance fica sem chão, sem eira nem beira, e o pior: muitas vezes fica sem vontade de viver.
Pobre povo desse século da pressa!
Precisamos urgentemente voltar o costume “antigo” de “ter tempo”, de dar um tempo para o tempo nos mostrar quem são as pessoas.
Namorar é conhecer, é reconhecer, é a época das pesquisas, do reconhecimento…
Se as pessoas não se derem um tempo, não buscarem se conhecer mais, logo em breve teremos milhares de consultórios lotados de “depressivos” e cemitérios cada vez mais cheios de suicidas “seres cansados de si mesmos…”. Faça um bem para si mesmo e para os outros, quando iniciar um relacionamento procure dar tempo para tudo: passeie muito de mãos dadas, converse mais sobre gostos e preferências, conheça a família e mostre a sua, descubra os hábitos e costumes.
Parece careta demais?
Que nada, isso é a realidade que pode salvar relacionamento e muitas vidas. Pense nisso e se gostar, passe essa mensagem para frente; quem sabe se juntos, não ajudamos alguém carente de amor a encontrar um motivo para ser feliz?
De loucos uns pelos outros! Que em seus surtos de loucura espalhem alegria; com habilidades suficientes para agir como treinadores de um mundo melhor, que olhem a ética, respeito às pessoas e responsabilidade social, não apenas como princípios organizacionais, mas como verdadeiros compromissos com o Universo.
Precisam-se loucos de paixão, não só pelo trabalho, mas principalmente por gente, que vejam em cada ser humano o reflexo de si mesmo, trabalhando para que velhas competências dêem lugar ao brilho no olhar e a comportamentos humanizados.
Precisam-se loucos por novas tendências, mas que caminhem na contramão da história, ouvindo menos o que os gurus tem a dizer sobre mobilidade de capitais, tecnologia ou eficiência gerencial e ouvindo mais seus próprios corações.
Precisam-se loucos poliglotas que não falem inglês, espanhol, francês ou italiano, mas que falem a língua universal do amor; do amor que transforma, modifica e melhora, pois, palavras não transformam empresas e sim atitudes.
Precisam-se, simplesmente, loucos de amor; de amor que transcende toda a hierarquia, que quebra paradigmas; amor que cada ser humano deve despertar e desenvolver dentro de si e pôr a serviço da vida própria e alheia; amor cheio de energia, amor do diálogo e da compreensão, amor partilhado e transcendental.
As Organizações precisam urgentemente de loucos, capazes de implantar novos modelos de gestão, essencialmente focados no SER, sem receios de serem chamados de insanos, que saibam que a felicidade consiste em realizar as grandes verdades e não somente em ouvi-las.
Esta é a minha prece a Ti, meu Senhor, Com raízes em meu coração: Dá-me força para sofrer minhas alegrias E tristezas. Dá-me força para tornar frutífero Meu amor em Teu serviço. Dá-me força de não fugir nunca ao pobre E de não dobrar os joelhos Ante o poder insolente. Dá-me força para elevar minha mente Acima das pequenezas da vida diária. E dá-me força para sujeita-la Tua Vontade, com todo amor. Não me deixes rogar para pôr-me A salvo dos perigos, Mas para encara-los sem temor. Não me deixes implorar para que Se aliviem minhas penas, Mas para que meu coração possa vence-las. Não me deixes aliados No campo de minhas batalhas, Mas que possa eu fiar-me Em minhas próprias forças. Não me deixes que, ansioso temor, Deseje salvar-me, Mas que obtenha a paciência Para ganhar meu reino. Conceda-me a graça de que eu Não seja covarde, Que não só sinta Tua ajuda Em minhas vitórias, Mas que também possa achar A doce pressão De Tua mão Em meus fracassos.
A voz em Congonhas anunciou: -“Clientes com necessidades especiais, crianças de colo, melhor idade, gestantes e portadores do cartão tal terão preferência etc.”. Num rápido exercício intelectual, concluí que, não tendo necessidades especiais, nem sendo criança de colo, gestante ou portador do dito cartão, só me restava a “melhor idade” – algo entre os 60 anos e a morte.
Para os que ainda não chegaram a ela, “melhor idade” é quando você pensa duas vezes antes de se abaixar para pegar o lápis que deixou cair e, se ninguém estiver olhando, chuta-o para debaixo da mesa. Ou, tendo atravessado a rua fora da faixa, arrepende-se no meio do caminho porque o sinal abriu e agora terá de correr para salvar a vida. Ou quando o singelo ato de dar o laço no pé esquerdo do sapato equivale, segundo o João Ubaldo Ribeiro, a uma modalidade olímpica.
Privilégios da “melhor idade” são o ressecamento da pele, a osteoporose, as placas de gordura no coração, a pressão lembrando placar de basquete americano, a falência dos neurônios, as baixas de visão e audição, a falta de ar, a queda de cabelo, a tendência à obesidade e as disfunções sexuais. Ou seja, nós, da “melhor idade”, estamos com tudo, e os demais podem ir lamber sabão.
Outra característica da “melhor idade” é a disponibilidade de seus membros para tomar as montanhas de Rivotril, Lexotan e Frontal que seus médicos lhes receitam e depois não conseguem retirar.
Outro dia, bem cedo, um jovem casal cruzou comigo no Leblon. Talvez vendo em mim um pterodáctilo da clássica boemia carioca, o rapaz perguntou: -“Voltando da farra, Ruy?”. Respondi, eufórico: -“Que nada! Estou voltando da farmácia!”.
E esta, de fato, é uma grande vantagem da “melhor idade”: você extrai prazer de qualquer lugar a que ainda consiga ir.
Um dia, um pensador indiano fez a seguinte pergunta a seus discípulos:
“Por que as pessoas gritam quando estão aborrecidas?”
“Gritamos porque perdemos a calma”, disse um deles.
“Mas, por que gritar quando a outra pessoa está ao seu lado?”, questionou novamente o pensador.
“Bem, gritamos porque desejamos que a outra pessoa nos ouça”, retrucou outro discípulo.
E o mestre volta a perguntar :
“Então não é possível falar-lhe em voz baixa?”
Várias outras respostas surgiram, mas nenhuma convenceu o pensador.
Então ele esclareceu :
“Vocês sabem porque se grita com uma pessoa quando se está aborrecido? O fato é que, quando duas pessoas estão aborrecidas, seus corações se afastam muito. Para cobrir esta distância precisam gritar para poderem escutar-se mutuamente. Quanto mais aborrecidas estiverem, mais forte terão que gritar para ouvir um ao outro, através da grande distância.”
Por outro lado, o que sucede quando duas pessoas estão enamoradas ?
Elas não gritam. Falam suavemente. E por quê ?
Porque seus corações estão muito perto. A distância entre elas é pequena.
Às vezes estão tão próximos seus corações, que nem falam, somente sussurram.
E quando o amor é mais intenso, não necessitam sequer sussurrar, apenas se olham, e basta.
Seus corações se entendem.
É isso que acontece quando duas pessoas que se amam estão próximas.
Por fim, o pensador conclui, dizendo :
“Quando vocês discutirem, não deixem que seus corações se afastem, não digam palavras que os distanciem mais, pois chegará um dia em que a distância será tanta que não mais encontrarão o caminho de volta”.
Quando uma porta se fecha, outra se abre. Freqüentemente ficamos lamentando pela porta que se fechou, a ponto de impedirmos que vejamos a porta que se abriu.
De acordo com um mito popular (cabe aos biólogos verificar a verdade) se você colocar um sapo numa panela de água fervendo ele pula fora na hora e salva a própria vida.
Mas, se você colocar o sapo numa panela de água fria e for esquentando a água aos pouquinhos, ele não percebe a mudança da temperatura e morre cozido. Mas, por que será que o sapo não pula quando a água começa a ficar quente? Será que ele não sente que a água esquentou?
Vamos tentar analisar imaginando como poderia estar pensando nosso sapo, enquanto sente a água esquentando…
28 Graus – Humm… que água gostosa …
32 Graus – É … a água está boazinha …
36 Graus – Esta água está ficando sem graça, será que está esquentando? Bobagem! Por que a água iria esquentar? Deve ser impressão minha.
38 Graus – Estou ficando com calor … Que droga de água! Ela nunca foi quente, por que está esquentando?
39 Graus – Essa água é uma porcaria! Melhor nadar um pouco em círculos até a água esfriar de novo.
40 Graus – Esta água é muito quente , humm que ruim! Vou voltar lá para aquele lado que estava mais fresco ou será que é melhor esperar um pouco?
42 Graus – Realmente, esta água está péssima, quente de verdade, tenho que falar com o supervisor das águas. Claro, eu podia pular fora, mas onde será que vou cair? Melhor esperar só mais um pouquinho.
43 Graus – Meu Deus! Será que eu tenho que fazer tudo por aqui? Já reclamei e ninguém toma uma atitude?
44 Graus – Mas este supervisor de águas não faz nada? Será que ninguém nota que a água está super quente? Vou esperar mais um pouco …
45 Graus – Se ninguém fizer nada eu vou fazer um escândalo … Aiiiii QUE CALORRR !!!!!!
46 Graus – Eu devia ter pulado fora quando eu tive oportunidade, agora é tarde. Estou sem forças.
50 Graus – “sapo morto”.
Este provável raciocínio do sapo pode ilustrar bem um processo de mudança e como normalmente se reage.
No mundo de hoje em que as mudanças de “temperatura” são tão corriqueiras, quem pensa como o sapo, perde as oportunidades de mudar e crescer.
Se você tem, por exemplo, dificuldade de relacionamento no casamento, ou com colegas ou com a sua chefia, que tal parar de reclamar, de tentar mudar o outro? SALTE para uma atitude mais sadia. Reveja suas próprias atitudes e mude você!
Em que temperatura está sua água? Qual vai ser o primeiro passo que você vai dar?
Uma pequena mudança de atitude, pode transformar situações desgastadas, e também, abre as portas para outras mudanças internas maiores. Mas … não faça como o sapo que ficou dando voltas dentro da mesma panela!
Seja honesto com você mesmo e mude para valer!!! Pense nisso!!!