Categoria: Histórias (Page 28 of 105)

Parábola da Felicidade

Após uma caminhada exaustiva pelo campo, os quatro amigos sentaram à beira do caminho, embaixo da sombra da velha maqueira.

Era ela a única árvore numa plantação de melancias.

Era como se representasse, com dignidade a espécie das árvores, num planeta onde alguns humanos não importam em destruí-las em nome de um progresso duvidoso.

Aquele era o local preferido dos rapazes – jacas e melancias à vontade ! Aquele dia era especial… terminaram o curso e, provavelmente, seria a última vez que caminhariam juntos.

Embora nem admitissem, estavam conscientes do momento e não perceberam o estranho brilho pairando sobre a copa da jaqueira.

Não fiquem tristes, nós nos veremos novamente…

Os amigos se entreolharam, espantados.

Quem disse isso ? perguntou Eduardo, intrigado.

A voz era suave e nem parecida com nenhum deles.

— Ouvi! confirmou Pedro.

— Parece que veio lá de cima.

— Também escutei! disse Silas.

— Estranho! comentou Antônio. Acho que pegamos sol demais pelo caminho.

— Ei! exclamou Silas. Vocês estão notando uma luz estranha no alto da árvore ?

Todos olharam para cima.

— É verdade. Vai ver é um disco voador!

Escutaram a voz novamente :

— Não é brincadeira! Eu posso atender um pedido de cada um de vocês para que sejam felizes…

O susto foi grande. Uma árvore falante! Árvores não falam! Ou falam ?

O conhecimento científico, impõe-se de maneira preponderante, de tal forma que acabamos por crer apenas no que conseguimos pesar, medir, reduzir, ao mesmo tempo que passamos a recusar tudo o que não se enquadre nesses experimentos científicos.

— Vo… você é um tipo de árvore da felicidade ? perguntou Antônio.

— Não importa agora. Façam logo seus pedidos…

— Quero ser o homem mais rico do mundo! falou Antônio, superando os instantes de incredulidade.

Ninguém consegue ser feliz sem dinheiro. Silas pediu :

— Quero ser o homem mais amado do mundo, já que dinheiro não traz felicidade.

Eduardo falou :

— Eu quero ser muito inteligente! E também jovem! Mocidade e inteligência são, sem dúvida, as maiores felicidades.

Pedro pediu :

— Eu quero ser o homem mais famoso, com glória.

E todos riram.

Rapidamente a copa da jaqueira mudou de cor, soltou estranho zunido e, por fim, subiu velozmente para o céu, deixando um rastro luminoso e os quatro amigos boquiabertos.

O tempo passou…

Cada um seguiu seu caminho.

Conforme pediram, seus desejos foram realizados, embora não tivessem conseguido a tão ansiada felicidade…

Antônio tornou-se o homem mais rico, graças a uma estranha sorte no mundo dos negócios.

Acumulara fortuna, mas a riqueza só lhe trouxe problemas.

Nunca tinha certeza se as pessoas que conviviam ao seu redor estavam interessadas nele ou na sua fortuna, e por isso ia se tornando taciturno, entediado, egoísta, isolando-se de todos.

Só saía protegido por guarda-costas, por medo de seqüestros.

Silas, por sua vez, era muito amado.

Ainda que fizesse as piores maldades, seus fanáticos admiradores sorriam para ele e lhe adoravam. Mas sentia-se muito só.

Não fazia diferença como tratava as pessoas : o resultado era o mesmo.

Tinha muitas mulheres, mas não amava nenhuma.

O amor das pessoas, sem que fizesse nada para conquistá-lo, tornou-o cruel e perverso.

Sentia prazer em maltratar as pessoas. Eduardo permanecia jovem e inteligente.

Era requisitado para palestras pelo mundo todo. Governantes solicitavam sua sabedoria.

Mas era infeliz e solitário. Era alvo constante da inveja das pessoas.

Coisas simples como sair à rua ou ter amigos, era impossível agora.

Vivia recluso, por evitar os jornalistas e a milhares de convites para apresentações em público.

Antônio, Silas e Pedro viam a morte como libertadora de tanta infelicidade e frustração.

Para Eduardo, sempre jovem, pensava ele mesmo dar fim a sua vida infeliz. 1990… 1996… 2000… 2003… 2008…Embora nunca mais tivessem se encontrado depois daquele dia, os quatro mantinham o hábito de olhar o céu em noites estreladas, à procura de um estranho brilho esverdeado.

Um dia, os quatro largaram tudo e fugiram. Viram-se novamente no local da velha jaqueira.

— Fomos enganados. Mas o que podemos fazer agora ? E choraram, abraçados um ao outro.

— Foram vocês que escolheram assim!

— A voz! Maldita! Maldita! Você nos enganou com sua conversa de felicidade! esbravejou Pedro.

— Vocês se enganaram. Todos sempre se enganam, quando acham que para ser feliz é preciso alguma condição como dinheiro, inteligência, mocidade, amor ou glória…

— Pelo amor de Deus! Filosofia barata não! Já estou farto de conselhos! falou Antônio.

Você prometeu felicidade, mas hoje, olhe para nós : somos os homens mais infelizes do mundo!

— Vocês quiseram ser felizes. Fizeram seus pedidos e foram atendidos.

Mas esqueceram que a FELICIDADE NÃO PODE SER POSSUÍDA…

TEM QUE SER CONQUISTADA, ASSIM COMO O AMOR E A LIBERDADE.

Cada pessoa sobre a Terra é um ser único e imprevisível. Não existem fórmulas ou soluções que sirvam para todos.

Cada um precisa escolher o seu próprio caminho e o seu jeito de caminhar!

Vocês terão uma nova oportunidade…

— E como será essa nova oportunidade ? perguntou Pedro.

Mas não ouviram resposta. De novo o rastro prateado confundiu-se com o brilho das estrelas.

— Já é noite! surpreendeu-se Silas. Mas como ? Será que cochilamos os quatro ao mesmo tempo ?

Eram novamente jovens, ainda cansados pela caminhada, a última que faziam como internos do colégio.

— Engraçado… aconteceu alguma coisa que não consigo me lembrar…disse Antônio.

Os quatro levantaram-se e já iam pôr-se a caminho, quando Antônio percebeu um pedaço de papel esverdeado pregado na jaqueira.

— Um bilhete! E é para nós! verificou Silas. Ninguém sabia quem tinha deixado aquilo.

Estava escrito…

Ninguém precisa de riqueza, poder, fama, mocidade, inteligência, ou qualquer outra coisa para ser feliz.

A felicidade não pode ser comprada.

Ela é fruto de nosso compromisso com a paz, a justiça, a alegria, o equilíbrio entre os seres do planeta, pois não é só a nossa felicidade que importa, mas a dos que virão depois de nós e de nossos filhos.

Ser feliz é isso : aproveitar intensamente este presente cotidiano A

VIDA – vivê-la plenamente e permitir que os outros também façam o mesmo.

Afinal, vivemos um dia de cada vez e quem deixa seu tempo presente preocupado com o que ainda não aconteceu ou angustiado pelo que já passou, perde a oportunidade de ser feliz AQUI E AGORA e, um dia, sem que se saiba quando, será tarde para voltar atrás.

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

Para a vida

Um pequeno barco de peixes aporta numa vilazinha da costa mexicana.

Um turista americano cumprimenta o pescador mexicano pela qualidade do pescado e pergunta quanto tempo ele levou para pegar aquela quantidade de peixes.

— Não muito tempo, respondeu o mexicano.

— Bom, então por que você não ficou mais tempo no mar e pegou mais peixes? , perguntou o americano.

O mexicano explicou que aquela quantidade bastava para atender às suas necessidades e as da família.

Aí o americano pergunta, – Mas o que você faz com o resto do seu tempo?

— Eu durmo até tarde, brinco com meus filhos, descanso com minha esposa… À noite eu vou até a vila ver meus amigos, tomar umas bebidas, tocar violão, cantar umas músicas… eu tenho uma vida completa.

O americano interrompe:

— Eu tenho um MBA em Tecnologia da Informação, da UCLA e posso te ajudar. Comece a passar mais tempo pescando todos os dias. Aí você pode vender todo o peixe extra que conseguir pescar. Com o dinheiro extra, você compra um barco maior. Com a receita extra que o barco maior vai trazer, você pode comprar um segundo e um terceiro barco, e assim por diante até possuir uma frota de pesqueiros. Ao invés de vender seu peixe para um atravessador, negocie diretamente com as fábricas de beneficiamento ou quem sabe pode até abrir sua própria indústria de beneficiamento. Aí você pode deixar esta vila e ir morar na Cidade do México, Los Angeles ou até mesmo em Nova Iorque! De lá você toca seu imenso empreendimento!

— Quanto tempo isso iria levar?, perguntou o mexicano.

— Uns vinte, quem sabe vinte e cinco anos, responde o americano.

— E depois?

— E depois? Aí é que começa a ficar bom, responde o americano – quando seu negócio começar a crescer de verdade, você abre o capital e faz milhões!!!

— Milhões? Sério? E depois disso?

— Depois disso você se aposenta e vai morar numa vilazinha da costa mexicana, dorme até tarde, pega uns peixinhos, descansa ao lado da esposa, brinca com seus filhos e passa as noites se divertindo com os amigos…

Muitas vezes a fome de crescer impede que a gente perceba que já tem o que precisa.

Para a Conscientização da Mulher

“… há moças que na época de namoro mantém o coração preenchido de amor, de candura, e os lábios sempre sorridentes, e, uma vez formando seu lar, mudam completamente, como se ficassem enfeitiçadas.”
Masaharu Taniguchi

O poder de transformar água em vinho:

O que transforma uma vida insípida em algo semelhante a uma bebida refrescante, em algo que oferece mais alento à alma que um doce vinho, são palavras de amor, fisionomia e atitudes que transbordam amor. Se isso for sempre mantido pelas senhoras no lar, o marido não terá outra mulher nem sairá para beber. Entretanto, há moças que na época de namoro mantém o coração preenchido de amor, de candura, e os lábios sempre sorridentes, e, uma vez formando seu lar, mudam completamente, como se ficassem enfeitiçadas.

Transforma-se numa mulher que reclama, que franze as sobrancelhas, que grita, azedando o melhor vinho, amargando a mais refrescante bebida. Por quê? Experimente refletir. Será que você não se transformou numa mulher semelhante? Numa mulher que, com uma só palavra, faz surgir nuvens negras e cria um mundo de total escuridão?

Mulher que fortalece a vida

Não desejo que as mulheres sejam assim. Do mesmo modo que basta o Sol aparecer para que a maior escuridão se transforme imediatamente num mundo resplandecentemente iluminado, desejo que as mulheres sejam alguém que, só de aparecer, remova a escuridão e faça brilhar a luz da felicidade. Tal mulher fortalece a vida e tem o poder de levantar o marido prestes a tombar, cansado de carregar o fardo da vida. O sorriso dessa mulher tem o poder mágico de fazer com que o marido se sinta reconfortado, bem como de melhorar a circulação sangüínea dele e dar-lhe ânimo, coragem e renovada esperança. É maravilhoso possuir uma alegre esposa. (…)

Papel picado, ao Vento

Um senhor, há muito tempo, tanto falou que seu vizinho era ladrão que o rapaz acabou preso! Dias depois, descobriram que era inocente. O rapaz foi solto, e processou o homem.

No tribunal, o velho diz ao juiz: Comentários não causam tanto mal.

E o juiz responde: Escreva os comentários num papel, “depois pique e jogue os pedaços no caminho de casa. Amanhã, volte para ouvir a sentença.

O senhor obedeceu e voltou no dia seguinte. Antes da sentença, terá que catar os pedaços de papel que espalhou ontem”, disse o juiz.

Responde o velho: Não posso fazer isso. O vento deve tê-los espalhado, já não sei onde estão.

Responde o juiz: Da mesma maneira, um simples comentário pode destruir a honra de um homem, a ponto de não podermos consertar o mal.

Se não se pode falar bem de uma pessoa, é melhor que não se diga nada. Sejamos donos de nossa boca, para não sermos escravos de nossas palavras.

Pai de nossos pais

Fabricio Carpinejar.

Há uma quebra na história familiar onde as idades se acumulam e se sobrepõem e a ordem natural não tem sentido: é quando o filho se torna pai de seu pai.

É quando o pai envelhece e começa a trotear como se estivesse dentro de uma névoa. Lento, devagar, impreciso.

É quando aquele pai que segurava com força nossa mão já não tem como se levantar sozinho. É quando aquele pai, outrora firme e instransponível, enfraquece de vez e demora o dobro da respiração para sair de seu lugar.

É quando aquele pai, que antigamente mandava e ordenava, hoje só suspira, só geme, só procura onde é a porta e onde é a janela – tudo é corredor, tudo é longe.

É quando aquele pai, antes disposto e trabalhador, fracassa ao tirar sua própria roupa e não lembrará de seus remédios.

E nós, como filhos, não faremos outra coisa senão trocar de papel e aceitar que somos responsáveis por aquela vida. Aquela vida que nos gerou depende de nossa vida para morrer em paz.

Todo filho é pai da morte de seu pai.

Ou, quem sabe, a velhice do pai e da mãe seja curiosamente nossa última gravidez. Nosso último ensinamento. Fase para devolver os cuidados que nos foram confiados ao longo de décadas, de retribuir o amor com a amizade da escolta.

E assim como mudamos a casa para atender nossos bebês, tapando tomadas e colocando cercadinhos, vamos alterar a rotina dos móveis para criar os nossos pais.

Uma das primeiras transformações acontece no banheiro.

Seremos pais de nossos pais na hora de pôr uma barra no box do chuveiro.

A barra é emblemática. A barra é simbólica. A barra é inaugurar um cotovelo das águas.

Porque o chuveiro, simples e refrescante, agora é um temporal para os pés idosos de nossos protetores. Não podemos abandoná-los em nenhum momento, inventaremos nossos braços nas paredes.

A casa de quem cuida dos pais tem braços dos filhos pelas paredes. Nossos braços estarão espalhados, sob a forma de corrimões.

Pois envelhecer é andar de mãos dadas com os objetos, envelhecer é subir escada mesmo sem degraus.

Seremos estranhos em nossa residência. Observaremos cada detalhe com pavor e desconhecimento, com dúvida e preocupação. Seremos arquitetos, decoradores, engenheiros frustrados.

Como não previmos que os pais adoecem e precisariam da gente?

Nos arrependeremos dos sofás, das estátuas e do acesso caracol, nos arrependeremos de cada obstáculo e tapete.

E feliz do filho que é pai de seu pai antes da morte, e triste do filho que aparece somente no enterro e não se despede um pouco por dia.

Meu amigo José Klein acompanhou o pai até seus derradeiros minutos.

No hospital, a enfermeira fazia a manobra da cama para a maca, buscando repor os lençóis, quando Zé gritou de sua cadeira:

“Deixa que eu ajudo”.

Reuniu suas forças e pegou pela primeira vez seu pai no colo.

Colocou o rosto de seu pai contra seu peito.

Ajeitou em seus ombros o pai consumido pelo câncer: pequeno, enrugado, frágil, tremendo.

Ficou segurando um bom tempo, um tempo equivalente à sua infância, um tempo equivalente à sua adolescência, um bom tempo, um tempo interminável.

Embalou o pai de um lado para o outro.

Aninhou o pai.

Acalmou o pai.

E apenas dizia, sussurrado:

“Estou aqui, estou aqui, pai!”

O que um pai quer apenas ouvir no fim de sua vida é que seu filho está ali.

Espero que tenhamos o privilégio de ser pai de nossos pais !!!

Paganini

Era uma vez um grande violinista chamado Paganini. Alguns diziam que ele era muito estranho. Outros, que era sobrenatural. As notas mágicas que saiam de seu violino tinham um som diferente, por isso ninguém queria perder a oportunidade de ver seu espetáculo.

Numa certa noite, o palco de um auditório repleto de admiradores estava preparado para recebê-lo. A orquestra entrou e foi aplaudida. O maestro foi ovacionado. Mas quando a figura de Paganini surgiu, triunfante, o público delirou. Paganini coloca seu violino no ombro e o que se assiste a seguir é indescritível.

Breves e semibreves, fusas e semifusas, colcheias e semicolcheias parecem ter asas e voar com o toque daqueles dedos encantados.

De repente, um som estranho interrompe o devaneio da platéia. Uma das cordas do violino de Paganini arrebenta. O maestro parou. A orquestra parou. O público parou. Mas Paganini não parou.

Olhando para sua partitura, ele continua a tirar sons deliciosos de um violino com problemas.

O maestro e a orquestra, empolgados, voltam a tocar.

Mal o público se acalmou quando, de repente, um outro som perturbador derruba a atenção dos assistentes. Uma outra corda do violino de Paganini se rompe. O maestro parou de novo. A orquestra parou de novo. Paganini não parou.

Como se nada tivesse acontecido, ele esqueceu as dificuldades e avançou tirando sons do impossível. O maestro e a orquestra, impressionados voltam a tocar. Mas o público não poderia imaginar o que iria acontecer a seguir. Todas as pessoas, pasmas, gritaram oohhh! Que ecoou pela abobadilha daquele auditório. Uma terceira corda do violino de Paganini se quebra.

O maestro pára. A orquestra pára. A respiração do público pára.Mas Paganini não pára.

Como se fosse um contorcionista musical, ele tira todos os sons da única corda que sobrara daquele violino destruído. Nenhuma nota foi esquecida. O maestro empolgado se anima. A orquestra se motiva.

O público parte do silêncio para a euforia, da inércia para o delírio. Paganini atinge a glória. Seu nome corre através do tempo.

Ele não é apenas um violinista genial. É o símbolo do profissional que continua diante do impossível.

Não importa o tipo de problemas que você está tendo. Pode ser problema pessoal, conjugal, familiar, qualquer coisa que esteja afetando a sua auto-estima ou seu desempenho profissional. Tenha certeza de uma coisa: nem tudo está perdido. Ainda existe uma corda e é tocando nela que você exercerá seu talento. Tocando nela é que você irá vibrar.

Aprenda a aceitar que a vida sempre lhe deixará uma última corda. Quando sentir desânimo, nunca desista. Ainda existirá a corda da persistência inteligente, do “tentar mais uma vez “, do dar um passo a mais com um enfoque novo. Desperte o Paganini que existe dentro de você e avance para vencer. Vitória é a arte de você continuar, onde os outros resolvem parar.

Quando tudo parece ruir, dê uma chance a você e vá em frente. Toque na corda da motivação e tire sons de resultados positivos. Mas antes pergunte: quem motiva o motivador? Isto é: quem motiva seu cérebro, que motiva sua mão, que toca seu violino?

Não se frustre, não se desespere… lembre-se: ainda existe a última corda: a do aprender de novo para deslumbrar e gerar soluções. Nunca a vida lhe quebrará todas as cordas. Se os resultados estão mal, é a sua oportunidade de tocar a última corda, a da imaginação que reinventa o futuro com inovação contínua.

É sempre a corda esquecida que lhe dará o maior resultado.

Mas, se por acaso, você se sentir no “fundo do poço”, esta é a sua chance de tocar na melhor corda do universo: Deus.

Paciência

No parque, uma mulher sentou-se ao lado de um homem.

Ela disse:

Aquele ali é meu filho, o de suéter vermelho deslizando no escorregador..

— Um bonito garoto – respondeu o homem – e completou: – Aquela de vestido branco, pedalando a bicicleta, é minha filha.

Então, olhando o relógio, o homem chamou a sua filha.

— Melissa, o que você acha de irmos?

Mais cinco minutos, pai. Por favor. Só mais cinco minutos!

O homem concordou e Melissa continuou pedalando sua bicicleta, para alegria de seu coração

Os minutos se passaram, o pai levantou-se e novamente chamou sua filha:

— Hora de irmos, agora?

Mas, outra vez Melissa pediu:

— Mais cinco minutos, pai. Só mais cinco minutos!

O homem sorriu e disse:

— Está certo!

— O senhor é certamente um pai muito paciente – comentou a mulher ao seu lado.

O homem sorriu e disse:

— O irmão mais velho de Melissa foi morto no ano passado por um motorista bêbado, quando montava sua bicicleta perto daqui. Eu nunca passei muito tempo com meu filho e agora eu daria qualquer coisa por apenas mais cinco minutos com ele. Eu me prometi não cometer o mesmo erro com Melissa. Ela acha que tem mais cinco minutos para andar de bicicleta. Na verdade, eu é que tenho mais cinco minutos para vê-la brincar…

Em tudo na vida estabelecemos prioridades. Quais são as suas?

Lembre-se: nem tudo o que é importante é prioritário, e nem tudo o que é necessário é indispensável!

Dê, hoje, a alguém que você ama mais cinco minutos de seu tempo.

Paciência

Teilhard de Chardin.

“Ah! Se vendessem paciência nas farmácias e supermercados… muita gente iria gastar boa parte do salário nessa mercadoria tão rara hoje em dia. Por muito pouco a madame que parece uma “lady”, solta palavrões e berros que lembram as antigas “trabalhadoras do cais”, e o bem comportado executivo, “o cavalheiro”, se transforma numa “besta selvagem” no trânsito que ele mesmo ajuda tumultuar.

Os filhos atrapalham, os idosos incomodam, a voz da vizinha é um tormento, o jeito do chefe é demais para sua cabeça, a esposa virou uma chata, o marido uma “mala sem alça”, aquela velha amiga uma “alça sem mala”, o emprego uma tortura, a escola uma chatice.

O cinema se arrasta, o teatro nem pensar, até o passeio viraram novela. Outro dia, vi um jovem reclamando que o banco dele pela Internet estava demorando a dar o saldo, eu me lembrei da fila dos bancos. Pobre de nós, meninos e meninas sem paciência, sem tempo para a vida, sem tempo para a espiritualidade, a paciência está em falta no mercado, e pelo jeito, a paciência sintética dos calmantes está cada vez mais em alta.

Pergunte para alguém que você saiba que é “ansioso demais”, onde ele quer chegar? Qual é a finalidade de sua vida? Surpreenda-se com a falta de metas, com o vago de sua resposta.

E você? Onde quer chegar? Está correndo tanto para que? Por quem? Seu coração vai agüentar?

Se você morrer hoje de infarto agudo do miocárdio o mundo vai parar? A empresa que você trabalha vai acabar? As pessoas que você ama vão parar?

Será que você conseguiu ler até aqui?

Respire…Acalme-se… O mundo está apenas na sua primeira volta e com certeza, no final do dia vai completar o seu giro ao redor do sol, com ou sem a sua paciência”.

“NÃO SOMOS SERES HUMANOS PASSANDO POR UMA EXPERIÊNCIA ESPIRITUAL… SOMOS SERES ESPIRITUAIS PASSANDO POR UMA EXPERIÊNCIA HUMANA…”.

O vento que sopra pelas flores

Uma História Tibetana De Cura, por Lee Paton

Há vários anos atrás, em Seattle, Washington, vivia um refugiado tibetano de 52 anos de idade.” Tenzin”, é como vou chama-lo, foi diagnosticado como portador de uma forma de linfoma das mais fáceis de curar. Ele foi internado em um hospital e recebeu a primeira dose de quimioterapia. Mas durante o tratamento, este homem normalmente gentil tornou-se agressivo e irritado; arrancou a agulha intravenosa de seu braço e negou-se a cooperar. Ele então gritou com as enfermeiras e discutiu com todos ao seu redor. Os médicos e enfermeiros ficaram desconcertados.

Depois, a esposa de Tenzin falou com o pessoal do hospital. Ela contou que Tenzin foi um prisioneiro político dos chineses por 17 anos. Eles mataram sua primeira esposa e ele foi repetidamente torturado e brutalizado durante todo o tempo em que esteve preso. As normas e regulamentos do hospital, juntamente com a quimioterapia, fez Tenzin recordar todo o sofrimento que passou nas mãos dos chineses.

“Eu sei que vocês querem ajuda-lo,” ela disse, “mas ele se sente torturado pelo tratamento. Eles fazem com que ele sinta ódio internamente da mesma maneira que os chineses fizeram ele se sentir. Ele prefere morrer do que viver com o ódio que ele está sentindo agora. E, segundo nossas crenças, é mito ruim ter tamanho ódio no coração na hora da morte. Ele precisa estar apto para rezar e limpar seu coração..”

Assim, o médico dispensou Tenzin e recomendou uma equipe da clínica de repouso para visita-lo em casa. Eu era a enfermeira encarregada de cuidar dele. Eu entrei em contato com um representante da Anistia Internacional para pedir-lhe conselhos. Ele me disse que a única forma de sanar o trauma da tortura era .falar a respeito.. .Essa pessoa perdeu sua confiança na humanidade e sente que a esperança é impossível.. Mas quando eu encorajei Tenzin a falar sobre suas experiências, ele ergueu suas mãos e me fez parar. Ele disse,

“Eu preciso aprender a amar de novo se eu quiser curar minha alma. Sua tarefa não é fazer perguntas. Sua tarefa é me ensinar a amar novamente..”

Respirei profundamente e perguntei, “E como eu posso faze-lo amar de novo?”

Tenzin respondeu prontamente, “Sente-se, tome meu chá e coma meus biscoitos..

O chá tibetano é um chá preto forte, coberto com manteiga de iaque e sal. Não é fácil de bebe-lo! Mas, foi o que eu fiz. Por várias semanas, Tenzin, sua mulher e eu nos sentamos juntos e tomamos chá. Nós também conversamos com os médicos para achar formas de tratar suas dores físicas. Mas era sua dor espiritual que deveria ser diminuída. Cada vez que eu chegava, via Tenzin sentado de pernas cruzadas em sua cama, recitando preces de seus livros. Com o passar do tempo, sua mulher foi pendurando mais e mais “thankas”, badeirolas budistas coloridas, nas paredes. Em pouco tempo, o quarto parecia um colorido templo religioso.

Na chegada da primavera, eu perguntei o que os tibetanos faziam quando estavam doentes na primavera. Ele abriu um grande sorriso e disse, “Nós nos sentamos e aspiramos o vento que sopra pelas flores…”

Eu pensei que ele estava falando poéticamente, mas suas suas palavras eram literais. Ele explicou que os tibetanos fazem isso para serem pulverizados com o pólen das novas floradas, carregadas pela brisa. Eles acreditam que esse pólen é um potente medicamento.

No primeiro momento, achar muitas floradas parecia um pouco difícil. Mas, um amigo sugeriu que Tenzin visitasse algumas floriculturas locais. Eu liguei para o gerente de uma floricultura e expliquei-lhe a situação. Sua reação inicial foi “Você quer o que???” Mas quando eu expliquei melhor o meu pedido, ele concordou.

Então, no final-de-semana seguinte, eu busquei Tenzin, sua esposa e suas provisões para a tarde: chá preto, manteiga, sal, chícaras, biscoitos, almofadas e livros de preces. Eu os deixei na floricultura e combinei de pega-los às 17 horas. No outro final-de-semana, visitamos uma outra floricultura. E mais outra no terceiro fim-de-semana.

Na quarta semana, eu comecei a receber convites das floriculturas para Tenzin e sua mulher para voltarem novamente. Um dos gerentes disse, “Nós temos uma nova remessa de nicotianas e lindas fuchsias.ah, sim! E temos belas dafnias. Eu sei que eles vão adorar o perfume das dafnias! E eu quase me esqueci! Temos uns novos bancos de jardim que Tenzin e sua esposa vão adorar!”

No mesmo dia, outra floricultura ligou dizendo que eles tinham recebido birutas coloridas para Tenzin saber de que direção o vento estava soprando. Logo, as floriculturas estavam competindo pelas visitas de Tenzin. As pessoas começaram a se importar com o casal tibetano. Os empregados arrumavam os móveis de frente para o vento. Outros traziam água quente para o chá. Alguns fregueses regulares deixavam seus carrinhos de compras próximos do casal. E no final do verão, Tenzin voltou ao seu médico para novos exames e determinar o desenvolvimento da doença. Mas o doutor não achou nenhuma evidência de câncer. Ele estava abobalhado; disse à Tenzin que ele simplesmente não sabia explicar aquilo.

Tenzin levantou seu dedo e disse,

“Eu sei porque o câncer se foi. Ele não podia mais viver num corpo tão cheio de amor. Quando eu comecei a sentir a compaixão das pessoas da clínica, dos empregados das floriculturas, e todas essas pessoas que queriam saber de mim, eu comecei a mudar por dentro. Agora, eu me sinto afortunado por ter a oportunidade de ser curado dessa forma. Doutor, por favor, não acredite que a sua medicina é a única cura. Às vezes, a compaixão pode também curar um câncer..”

Enviado por Renato J.G.Filho

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