Categoria: Histórias (Page 34 of 105)

Oração da melhor idade

Senhor, ensina-me a envelhecer!

Convence-me que o mundo não me fará nenhum agravo.

Se me vai tirando as responsabilidades, se não pede mais a minha opinião, escolhem-se outros para ocuparem o meu lugar, tira-me o orgulho da experiência acumulada e de me julgar insubstituível.

Que eu saiba ver com desprendimento, apenas a lei do tempo.

Que descubra nesta transferência de encargos, a renovação de tudo ao meu redor, sob o impulso da Tua “providência”.

Faze Senhor, com que eu consiga ser ainda útil nesta Terra, contribuindo com o otimismo e a oração, para a alegria e coragem de quem recebe as responsabilidades.

Que eu viva sem perder o contato humilde e sereno com o mundo da transformação.

Que eu consiga entender a modernização dos tempos.

Que não me lamente do passado, nem do presente, e que não veja no futuro, o vazio.

Que eu saiba fazer dos meus sofrimentos, um instrumento de reparação para as injustiças.

Que o meu afastamento do trabalho produtivo seja tão simples e natural, e que a velhice advenha como um sereno, feliz e luminoso por do sol, com os coloridos dourados e a esperança de ver nascer o próximo dia.

Oração

Fernando Pessoa

Dá-me alma para te servir e alma para te amar.
Dá-me vista para te ver sempre no céu e na terra,
ouvidos para te ouvir no vento e no mar,
e mãos para trabalhar em teu nome.
Torna-me puro como a água e alto como o céu.
Que não haja lama nas estradas dos meus pensamentos
nem folhas mortas nas lagoas dos meus propósitos.
Faze com que eu saiba amar os outros como irmãos
e servir-Te como a um pai.
Minha vida seja digna da tua presença.
Meu corpo seja digno da terra, tua cama.
Minha alma possa aparecer diante de ti
como um filho que volta ao lar.
Torna-me grande como o sol,
para que eu Te possa adorar em mim e torna-me
puro como a lua, para que eu Te possa rezar em mim;
e torna-me claro como o dia para que eu Te
possa ver sempre em mim e rezar-Te e adorar-Te.
Senhor, protege-me e ampara-me.
Dá-me que eu me sinta Teu.
Senhor, livra-me de mim mesmo.

O que mais o surpreende na humanidade?

Uma Vez Perguntaram a um Velho Mestre:

— O que mais o surpreende na humanidade?

E ele respondeu:

— Os homens que perdem a saúde para juntar dinheiro e depois perdem o Dinheiro para recuperar a saúde, por pensarem ansiosamente no futuro Esquecem o presente, de tal forma que acabam por nem viver no presente nem No futuro. Vivem como se nunca fossem morrer e morrem como se nunca tivessem Vivido.

O que Faz o Balão Subir

Era uma vez um velho homem que vendia balões numa quermesse.

Para atrair compradores, o homem deixou um balão vermelho soltar-se e elevar-se nos ares.

Estava ali perto um menino negro.

Estava observando o vendedor e, é claro apreciando os balões.

Depois de ter soltado o balão vermelho, o homem soltou um azul, depois um amarelo e finalmente um branco.

Todos foram subindo até sumirem de vista.

O menino, de olhar atento, seguia a cada um.

Ficava imaginando mil coisas… Uma coisa o aborrecia, o homem não soltava o balão preto.

Então aproximou-se do vendedor e lhe perguntou :

— Moço, se o senhor soltasse o balão preto, ele subiria tanto quanto os outros ?

O vendedor de balões sorriu compreensivamente para o menino, arrebentou a linha que prendia o balão preto e enquanto ele se elevava nos ares disse :

— Não é a cor, filho, é o que está dentro dele que o faz subir.

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

O que fazer com a saudade?

Texto de Ivo Lima – escritor e professor de filosofia

A saudade sempre estará presente em nossa vida. por mais que queiramos, nunca vamos afastá-la completamente de dentro de nós.

Sentimos saudade de um ente querido que já partiu dessa vida para outra dimensão; temos saudade do amigos (as) de infancia; sentimos saudade de um lugar que era especial para nós; guardamos uma eterna lembrança de alguma coisa que nos marcou profundamente; temos saudade de um amor que foi eterno enquanto durou.

A saudade passeia pelas entranhas de nosso ser e mistura aos nossos sentimentos mais profundos.

A saudade nos faz sonhar acordados e ver na tela do tempo para além da imaginação e acima das aparências.

A saudade faz renascer dentro de nós imagens que nem o tempo, nem o vento e nem a distância conseguem apagar.

A saudade não respeita barreiras, tem a velocidade da luz e a sensação da eternidade.

Por causa da saudade muitas vezes choramos, outras vezes rimos de nós mesmos e também temos a sensação de que, muitas vezes, éramos felizes e não sabiamos.

Se pudessemos arrancariamos de nosso coração a saudade que carregamos de certas coisas e pessoas, porque assim não povoaríamos nossa mente com lembranças que só nós fazem sofrer na contramão do tempo.

Quando a saudade bate forte nos atira pelo alto, nos lança no palco do passado e perdemos o controle de nossa própria imaginação; e quando menos esperamos, damos de cara com lembranças que nos tomam de surpresa como o furor de um vendaval no descampado da vida.

A saudade tambem traz recordação de momentos felizes que passamos, e ai ela nos joga nos braços do contentamento outra vez e sentimos o que vivemos no passado vale a pena. de outra parte, se nós não sentíssemos saudade, nosso passado seria como um livro de páginas arrancadas; nada seria acrescentado das experiências vividas em nosso presente e nem poderíamos usá-las como suporte para ajudar nossas buscas na rota do futuro.

Já que não é possível deixar de sentir saudade, precisamos transformar a saudade que sentimos em motivação para superar os obstáculos que a vida nos coloca no caminho.

Que saudade não seja uma sina maldita, com o qual temos que conviver para o resto da vida, nas que saibamos transformá-la em dádivas para escrevermos no diário de nossa história muitas lições na arte de viver e ser gente.

Que o lado negativo de nossas lembranças não pesem mais na balança de nossos sentimentos.

A saudade é será sempre nossa eterna companheira de viagem. vida e saudade cominham lado a lado. é impossível dissociá-la.

Se não existisse saudade, que gosto a vida teria? a saudade abre lacunas que precisam ser preenchidas com vibrações de esperança, dose de otimismo e com o orvalho da serenidade.

O que é o Amor?

Numa sala de aula, havia várias crianças.

Quando uma delas perguntou à professora : Professora, o que é o amor ?

A professora sentiu que a criança merecia uma resposta à altura da pergunta inteligente que fizera.

Como já estava na hora do recreio, pediu para que cada aluno desse uma volta pelo pátio da escola e trouxesse o que mais despertasse nele o sentimento de amor.

As crianças saíram apressadas e, ao voltarem, a professora disse :

Quero que cada um mostre o que trouxe consigo.

A primeira criança disse : Eu trouxe esta flor, não é linda ?

A segunda criança falou : Eu trouxe esta borboleta.

Veja o colorido de suas asas, vou colocá-la em minha coleção.

A terceira criança completou : Eu trouxe este filhote de passarinho.

Ele havia caído do ninho junto com outro irmão. Não é uma gracinha ?

E assim as crianças foram se colocando.

Terminada a exposição, a professora notou que havia uma criança que tinha ficado quieta o tempo todo.

Ela estava vermelha de vergonha, pois nada havia trazido.

A professora se dirigiu a ela e perguntou :

Meu bem, por que você nada trouxe ?

E a criança timidamente respondeu :

Desculpe, professora. Vi a flor e senti o seu perfume.

Pensei em arrancá-la, mas preferi deixá-la para que seu perfume exalasse por mais tempo.

Vi também a borboleta, leve, colorida.

Ela parecia tão feliz que não tive coragem de aprisioná-la.

Vi também o passarinho caído entre as folhas, mas, ao subir na árvore, notei o olhar triste de sua mãe e preferi devolvê-lo ao ninho.

Portanto professora, trago comigo o perfume da flor, a sensação de liberdade da borboleta e a gratidão que senti nos olhos da mãe do passarinho.

Como posso mostrar o que trouxe ?

A professora agradeceu a criança e lhe deu nota máxima, pois ela fora a única que percebera que só podemos trazer o amor no coração.

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

O que é isso?

Certa tarde, estavam pai e filho no pátio de casa, sentados em um banco embaixo de uma árvore. O filho lia concentrado o seu jornal, enquanto o pai contemplava a natureza. De repente um pequeno pássaro pousou à frente deles. O pai olhou atento e perguntou:

— O que é aquilo?

Então o filho tirou os olhos do jornal, olhou para o pássaro e respondeu:

— Um pardal.

O pai, continuando a olhar o pequeno pássaro, perguntou de novo:

— O que é aquilo?

E o filho novamente respondeu:

— Acabei de lhe dizer pai, é um pardal.

Quando o filho sacudiu o jornal para virar a página, o pássaro se assustou e voou para os galhos da árvore. Minutos depois, o pássaro pousou no chão e o pai questionou novamente:

— O que é aquilo?

O filho, já inquieto, respondeu com grosseria:

— Um pardal! UM PARDAL! Já lhe disse várias vezes, pai, é um PAR-DAL!

O pai, continuando a olhar o pequeno pássaro, pergunta mais uma vez:

— O que é aquilo?

Então o filho perdeu a paciência e, aos berros, respondeu:

— Por que o senhor está fazendo isso comigo, atrapalhando minha leitura? Por quê? Já lhe disse várias vezes que é um pardal, um pardal, que saco!

Nisso o pai se levantou calmamente e o filho, entre nervoso e curioso, perguntou:

— Aonde o senhor vai?

O pai entrou em casa. Logo depois, retornou com uma velha agenda em suas mãos. Procurou uma determinada página e a entregou ao filho, que começou a ler.

Nisso, o pai lhe ordenou:

— Leia em voz alta!

Então o filho começou a ler a agenda na página aberta pelo pai, que dizia:

— Hoje meu filho caçula, que há poucos dias fez três anos de idade, estava comigo no parque quando um pássaro pousou à nossa frente. Meu filho me perguntou 21 vezes o que era aquilo. E eu lhe respondi 21 vezes, com todo carinho, que era um pardal. E cada vez que ele me perguntava, eu respondia com toda alegria do meu coração, e o abraçava a cada pergunta sentindo-me feliz por perceber que a curiosidade daquele inocente criança demonstrava o quanto meu filho era inteligente!

Foi nesse instante que a ficha caiu e o filho largou seu jornal e abraçou seu velho pai, chorando!

Muitas vezes não temos paciência com nossos pais, achando que eles são chatos, caducos e só querem atrapalhar nossa vida. Esquecemos que foram eles que nos orientaram educaram, socorreram, investiram todo seu tempo, paciência e amor para que pudéssemos, um dia, sermos pessoas de bem. E hoje não temos tempo e nem paciência para tratá-los bem.

O que é a vida?

Madre Teresa de Calcutá

A vida é uma oportunidade use-a
A vida é beleza admire-a
A vida é prazer goze-o
A vida é sonho concretize-o
A vida é desafio aceite-o
A vida é dever cumpra-o
A vida é viagem finalize-a
A vida é um jogo jogue-o
A vida é cara valorize-a
A vida é riqueza proteja-a
A vida é amor prove-o
A vida é um mistério desvende-o
A vida é promessa cobre-a
A vida é sofrimento domine-o
A vida é uma canção cante-a
A vida é luta enfrente-a
A vida é uma tragédia contenha-se
A vida é uma aventura ouse
A vida é viver viva
A vida é felicidade crie-a
Por favor não a desperdice, ela é valiosa.

Bilhete escrito e exposto na parede do escritório de um orfanato das Missionárias da Caridade em Calcutá.

O Quadro

Um homem muito rico e seu filho tinham grande paixão pela arte.

Tinham de tudo em sua coleção, desde Picasso até Rafael. Muito unidos, sentavam-se juntos para admirar as grandes obras de arte.

Por obra do destino, seu filho foi para guerra. Foi muito valente e morreu numa batalha, quando resgatava outro soldado. O pai recebeu a notícia e sofreu profundamente a morte de seu único filho.

Um mês mais tarde, justo antes do natal, alguém bateu na porta. Um jovem com uma grande tela em suas mãos disse ao pai:

“Senhor você não me conhece, mas eu sou o soldado por quem seu filho deu a vida. Ele salvou muitas vidas naquele dia e estava me levando a um lugar seguro quando uma bala lhe atravessou o peito morrendo, assim, instantaneamente. Ele falava muito do senhor e de seu amor pela arte”.

E o rapaz estendeu os braços para entregar-lhe a tela:

“Eu sei que não é muito, e eu não sou um grande artista, mas sei também que seu filho gostaria que você recebesse isto”.

O pai abriu a tela. Era um retrato de seu filho, pintado pelo jovem soldado.

Ele olhou com profunda admiração a maneira em que o soldado havia capturado a personalidade de seu filho na pintura. O pai estava tão atraído pela expressão dos olhos de seu filho, que seus próprios olhos se encheram de lágrimas.

Ele agradeceu ao jovem soldado e ofereceu pagar-lhe pela pintura.

“Não, senhor, eu nunca poderia pagar-lhe o que seu filho fez por mim. Esta pintura é um presente”.

O pai colocou a tela à frente de suas grandes obras de arte. Cada vez que alguém visitava sua casa ele mostrava o retrato do filho antes de mostrar sua famosa galeria.

O homem morreu alguns meses mais tarde e se anunciou um leilão de todas as suas obras de arte. Muita gente importante e influente compareceu com grandes expectativas de comprar verdadeiras obras de arte. Em exposição estava o retrato do filho.

O leiloeiro bateu seu martelo para dar início ao leilão.

“Começaremos o leilão com o retrato O FILHO. Quanto me oferecem por este quadro?”

Um grande silêncio…Então um grito do fundo da sala:

“Queremos ver as pinturas famosas!!! Esqueça-se desta!!!”.

O leiloeiro insistiu:

“Alguém oferece algo por essa pintura?? $100? $200?”

Mais uma vez outra voz:

“Não viemos por esta pintura! Viemos por Van Gogh, Picasso… Vamos às ofertas de verdade!”

Mesmo assim o leiloeiro continuou…

“O FILHO!!! O FILHO!!! Quem leva o filho?”

Finalmente, uma voz:

“Eu dou $10 pela pintura”.

Era o velho jardineiro da casa. Sendo um homem muito pobre, esse era o único dinheiro que podia oferecer.

“Temos $10! quem dá $20?” – gritou o leiloeiro.

As pessoas já estavam irritadas, não queriam a pintura do filho, queriam as que realmente eram valiosas, para completarem suas coleções. Então o leiloeiro bateu o martelo:

“Dou-lhe uma, dou-lhe duas, vendida por $10!!!”

“Agora vamos começar com a coleção!!!” – gritou um.

O leiloeiro soltou seu martelo e disse:

“Sinto muito damas e cavalheiros, mas o leilão chegou ao seu final.

Quando me chamaram para fazer o leilão, havia um segredo estipulado no testamento do dono. Não seria permitido revelar esse segredo até esse exato momento. Somente a pintura “O Filho” seria leiloada. Aquele que a comprasse, herdaria absolutamente todas as posses deste homem, inclusive as famosas pinturas. O homem que comprou O FILHO fica com tudo!”

O Quadro

Um homem havia pintado um lindo quadro.

No dia de apresentá-lo ao público, convidou todo mundo para vê-lo.

Compareceram as autoridades do local, fotógrafos, jornalistas, e muita gente, pois o pintor era muito famoso e um grande artista.

Chegado o momento, tirou-se o pano que velava o quadro.

Houve caloroso aplauso.

Era uma impressionante figura de Jesus batendo suavemente à porta de uma casa.

O Cristo parecia vivo.

Com o ouvido junto à porta, Ele parecia querer ouvir se lá dentro alguém respondia.

Houve discursos e elogios.

Todos admiravam aquela obra de arte.

Um observador curioso porém, achou uma falha no quadro :

A porta não tinha fechadura.

E foi perguntar ao artista :

— Sua porta não tem fechadura ! Como se fará para abri-la ?

— É assim mesmo – respondeu o pintor

— Esta é a porta do coração humano.

— Só se abre do lado de dentro.

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

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