Categoria: Histórias (Page 10 of 110)

Resista um pouco mais …

Há dias em que temos a sensação de que chegamos ao fim da linha.

Não conseguimos vislumbrar uma saída viável para os problemas que surgem em grande quantidade.

Com você não é diferente. Você também faz parte deste mundo cheio de provas e sofrimentos. Desta escola chamada Terra.

E já deve ter passado por um desses dias, e pensado em desistir.

No entanto vale a pena resistir.

Resista um pouco mais, mesmo que as feridas latejem e que a sua coragem esteja cochilando.

Resista mais um minuto e será fácil resistir aos demais.

Resista mais um instante, mesmo que a derrota seja um ímã… Mesmo que a desilusão caminhe em sua direção.

Resista mais um pouco mesmo que os pessimistas digam para você parar… mesmo que sua esperança esteja no fim.

Resista mais um momento mesmo que você não possa avistar, ainda, a linha de chegada… mesmo que a insegurança brinque de roda a sua volta.

Resista um pouco mais, ainda que a sua vida esteja sendo pesada na balança dos insensatos, e você se sinta indefeso como um pássaro de asas quebradas.

As dores, por mais amargas, passam.Tudo passa.

A ilusão fascina, mas se desvanece.

A posse agrada, porém se transfere de mãos.

O poder apaixona, entretanto, transita de pessoa.

O prazer alegra, todavia é efêmero.

A glória terrestre exalta e desaparece.

O triunfador de hoje, passa, mais tarde, vencido…

Tudo, nesta vida, tem um propósito.

A dor aflige, mas também passa.

A carência aturde, porém, um dia se preenche.

A debilidade física deprime, todavia, liberta das paixões.

O silêncio que entristece, leva à meditação que felicita.

A submissão aflige, entretanto fortalece o caráter.

O fracasso espezinha, ao mesmo tempo ensina o homem a conquistar-se.

A situação muda, como mudam as estações.

O verão brinca de esconde-esconde com a brisa morna, mas cede lugar ao outono, que espalha suas tintas sobre a folhagem.

O inverno chega e, sem pedir licença, congela a brisa e derruba as folhas.

Tudo parece sem vida, sem cor, sem perfume.

Será o fim? Não! Eis que surge a primavera e estende seus tapetes multicoloridos, espalhando perfume no ar e reverdecendo novamente a paisagem.

Assim, quando as provas lhe baterem à porta, não se deixe levar pelo desejo de desistir… resista um pouco mais.

Resista, porque o último instante da madrugada é sempre aquele que puxa a manhã pelo braço.

E essa manhã bonita, ensolarada, sem algemas, nascerá para você em breve, desde que você resista.

Resista, porque alguém que o ama está sentado na arquibancada do tempo, torcendo muito para que você vença e ganhe o troféu que tanto deseja: a felicidade.

Não se deixe abater pela tristeza.Todas as dores terminam.

Aguarde que o tempo, com suas mãos cheias de bálsamo, traga o alívio.

A ação do tempo é infalível, e nos guia suavemente pelo caminho certo, aliviando nossas dores, assim como a brisa leve abranda o calor do verão.

Mais depressa do que supõe, você terá a resposta, na consolação de que necessita.

Por tudo isso, resista… e confie nesse abençoado aliado chamado TEMPO.

O quanto de Boris existe em você?

William Douglas

William Douglas é juiz federal com mestrado em Direito e pós-graduação em Políticas Públicas e Governo. Atua também como professor em cursos de extensão em Direito e preparatórios para concursos. É autor de vários livros com dicas para passar em concursos públicos.

Após ouvir lixeiros desejarem “feliz 2010”, Boris Casoy disse “… quem—-, dois lixeiros desejando felicidades do alto de suas vassouras… (risos) … dois lixeiros… o mais baixo da escala do trabalho.”

O episódio chocou. As reações que está sofrendo são exageradas? Ou ele as merece? Os lixeiros desejaram a todos (inclusive a ele, portanto) “paz, saúde, dinheiro, trabalho” e o que se seguiu foi, usando sua terminologia, “uma vergonha”.

O pedido de desculpas, protocolar, não teve eficácia, talvez até o contrário. A oposição entre a imagem do apresentador e o comentário em off, revelador de uma visão elitista e preconceituosa, frustrou a ideia de respeito a todos e ao telespectador (imaginem o filho de um gari ouvindo isso). A rudeza dos comentários não se resolve por ter sido um acidente e não é fácil pedir desculpas pelo que se é ou pensa. Contudo, até que ponto a diferença entre nós e o Boris reside apenas no azar que ele deu pelo vazamento? O quanto de Boris existe em cada brasileiro?

Quando alguém se refere ao ponto “mais baixo na escala do trabalho” pode estar se referindo ao conteúdo moral ou social da atividade (como, por exemplo, criticar o tráfico ou a agiotagem), pelos riscos ou pela remuneração reduzida. A atividade de lixeiro não é nociva à sociedade. Nocivo seria, para a saúde e meio ambiente, que eles não atuassem. Como o risco não é tão grande, por eliminação, resta a remuneração. E aí reside um preconceito que resiste: julgar a dignidade das pessoas, ou das profissões, de acordo com sua remuneração. Há que se reconhecer que nem sempre existe equilíbrio entre a importância social de uma função e os ganhos que esta proporciona. E não se pode confundir o desejo de melhorar de vida ou ganhar mais, e a admiração por quem logra isto, com uma postura de menoscabo com as funções menos rentáveis.

Todo trabalho é digno. O que existe, em cada ofício, são pessoas que agem bem e outras não. Existem servidores públicos, CEO’s, lixeiros, jornalistas e juízes dignos e indignos, o que se define pela forma como exercem sua atividade. Mais que isso, Jesus dizia que “a vida do homem não consiste na abundancia dos bens que possui”.

Se você, leitor, julga alguém melhor ou pior levando em consideração o quanto a pessoa ganha, ou como se veste, ou onde mora, é preciso reconhecer que em você há, escondido, um pouco desse lado sombrio que o Boris revelou ter. Talvez o lado positivo desse episódio seja a reflexão sobre até que ponto ele não revela nossos preconceitos em off.

Camila Pitanga, que faz o papel de uma faxineira na novela global, afirmou que anda pelo estúdio sem ser cumprimentada quando está com os trajes da personagem. Feliz pelo papel ser convincente, não deixou de anotar como é estranho ficar “invisível”, Esse fenômeno já foi objeto de estudo por um professor da USP que, vestido de faxineiro, ficou “invisível” na universidade, por anos. Em suma, quem deixa de ver o faxineiro, não deixa de ter seu lado Boris. Não que o Boris seja de todo mal, ele não é. Ninguém é. Somos todos humanos, com nossos lados luminosos e sombrios.

Boris também errou ao analisar a função de lixeiro. Os “‘garis” são figuras simpáticas à população, vivem de bom humor e, ao lado dos carteiros, têm índices de aprovação e confiança que fazem corar os Poderes, a igreja e a imprensa. Infelizmente, estas instituições não são eficientes para limpar seus respectivos “lixos” como os garis o são com o lixo que lhes cabe. Por fim, não esquecer que – com seu jeito e ginga – um gari ilustra o vídeo institucional da bem sucedida campanha “Rio 2016”. No Rio, os concursos para gari são concorridíssimos.

Certa vez, fui a uma festa na casa de um Procurador do Ministério Público do Trabalho (negro e onde grande número de convidados eram afrodescendentes). Fui com meus dois filhos e a babá do mais novo. Ela, negra, não está acostumada a ir a festas com tantas pessoas da sua cor. Em restaurantes e colégios caros, só para dar dois exemplos, é raro encontrar pessoas negras. Depois da festa, perguntei à babá o que ela achou e sua resposta foi: “Achei muito diferente, Dr. William. As pessoas olhavam para mim!”. De fato, quem reparar vai ver quantos ignoram os trabalhadores mais humildes, quando não chegam a destratá-los. Naquele ambiente raro, a jovem experimentou a “não invisibilidade”.

E você, leitor? Cumprimenta seu lixeiro? O garçom? A babá da vizinha? O porteiro? Você os vê? Aquele áudio procura você. Se você se julga, ou julga os outros, por quanto ganha, por qual carro tem, ou se não tem um, então o episódio pode revelar esse lado do Boris em seu cotidiano. Melhor que apenas discutir o que fez o Casoy é também questionarmos até que ponto reconhecemos o valor de todo e qualquer trabalho honesto.

Zé Alegria

Havia uma fazenda onde os trabalhadores viviam tristes e isolados.

Eles estendiam suas roupas surradas no varal e alimentavam seus magros cães com o pouco que sobrava das refeições.

Todos que viviam ali trabalhavam na roça do Sinhozinho João, um homem rico e poderoso, que, dono de muitas terras, exigia que todos trabalhassem duro, pagando muito pouco por isso.

Um dia, chegou ali um novo empregado, cujo apelido era Zé Alegria.

Era um jovem agricultor em busca de trabalho.

Recebeu, como todos, uma velha casa onde iria morar enquanto trabalhasse ali.

O jovem vendo aquela casa suja e largada, resolveu dar-lhe vida nova.

Pegou uma parte de suas economias, foi até a cidade e comprou algumas latas de tinta.

Chegando à sua casa, cuidou da limpeza e, em suas horas vagas, lixou e pintou as paredes com cores alegres e brilhantes, além de colocar flores nos vasos.

Aquela casa limpa e arrumada chamava à atenção de todos que passavam.

O jovem sempre trabalhava alegre e feliz na fazenda, era por isso que tinha esse apelido.

Os outros trabalhadores lhe perguntavam:

— Como você consegue trabalhar feliz e sempre cantando com o pouco dinheiro que ganhamos ?

O jovem olhou bem para os amigos e disse: -Bem, este trabalho, hoje é tudo que eu tenho.

Ao invés de blasfemar e reclamar, prefiro agradecer por ele.

Quando aceitei este trabalho, sabia de suas limitações.

Não é justo que agora que estou aqui, fique reclamando.

Farei com capricho e amor aquilo que aceitei fazer.

Os outros olharam admirados. “Como ele podia pensar assim?”

Afinal, acreditavam ser vítimas das circunstâncias abandonados pelo destino…

O entusiasmo do rapaz, em pouco tempo, chamou à atenção de Sinhozinho, que passou a observar à distância os passos dele.

Um dia Sinhozinho pensou:

— Alguém que cuida com tanto cuidado e carinho da casa que emprestei, cuidará com o mesmo capricho da minha fazenda.

Ele é o único aqui que pensa como eu.

Estou velho e preciso de alguém que me ajude na administração da fazenda.

Sinhozinho foi até a casa do rapaz e, após tomar um café bem fresquinho, ofereceu ao jovem um emprego de administrador da fazenda.

O rapaz prontamente aceitou.

Seus amigos agricultores novamente foram perguntar-lhe:

— O que faz algumas pessoas serem bem sucedidas e outras não ?

E ouviram, com atenção, a resposta:

— Em minhas andanças, meus amigos, eu aprendi muito e o principal é que:

Não existe realidade, existe em nós a capacidade de realizar e dar vida nova a tudo que nos cerca.

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

Vou-me Embora pra Pasárgada

Manuel Bandeira

Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive
E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d’água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada
Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar
E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
Lá sou amigo do rei
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada.

Você tem certeza?

Já aconteceu de você ter perdido alguma coisa e, finalmente, achá-la exatamente no lugar em que você tinha certeza absoluta que ela não ia estar?

Que outras coisas na sua vida você pode não estar rotineiramente enxergando, porque tem certeza que não estão lá?

Quantas idéias criativas nunca apareceram porque você já tem certeza do que funciona e do que não?

Será que a certeza está limitando você?

Será que sua certeza é realmente certeza?

Ou simplesmente falta de vontade de explorar novas opções?

Existem momentos em que devemos agir e pensar com certeza e determinação, mas muitas vezes o que julgamos ser certeza é pura teimosia.

Suas certezas resultam, na maioria das vezes, de suas experiências.

Mas leve sempre em conta que existe um universo de oportunidades além dessas experiências.

Sim, é mais fácil rejeitar novas idéias sem considerá-las ou explorá-las.

Agora, se você já sabe tudo, como é possível aprender?

É ótimo ter certeza e confiança.

Só não deixe a certeza cegá-lo para o real potencial das suas possibilidades.

Você sabe ou você sente?

Artur da Távola

Você já reparou o quanto as pessoas falam dos outros? Falam de tudo.

Da moral, do comportamento, dos sentimentos, das reações, dos medos, das imperfeições, dos erros, das criancices, ranzinzices, chatices, mesmices, grandezas, feitos, espantos.

Sobretudo falam do comportamento.

E falam porque supõem saber.

Mas não sabem.Porque jamais foram capazes de sentir como o outro sente.

Se sentissem não falariam.

Só pode falar da dor de perder um filho, um pai que já perdeu, ou a mãe já ferida por tal amputação de vida.

Dou esse exemplo extremo porque ele ilustra melhor.

As pessoas falam da reação das outras e do comportamento delas quase sempre sem jamais terem sentido o que elas sentiram.

Mas sentir o que o outro sente não significa sentir por ele.

Isso é masoquismo.

Significa perceber o que ele sente e ser suficientemente forte para ajudá-lo exatamente pela capacidade de não se contaminar com o que o machucou.

Se nos deixarmos contaminar (fecundar?) pelo sentimento que o outro está sentindo, como teremos forças para ajudá-lo?

Só quem já foi capaz de sentir os muitos sentimentos do mundo é capaz de saber algo sobre as outras pessoas e aceitá-las, com tolerância.

Sentir os muitos sentimentos do mundo não é ser uma caixa de sofrimentos.

Isso é ser infeliz.

Sentir os muitos sentimentos do mundo é abrir-se a qualquer forma de sentimento.

É analisá-los interiormente, deixar todos os sentimentos de que somos dotados fluir sem barreiras, sem medos, os maus, os bons, os pérfidos, os sórdidos, os baixos, os elevados, os mais puros, os melhores, os santos.

Só quem deixou fluir sem barreiras, medos e defesas todos os próprios sentimentos, pode sabê-los, de senti-los no próximo.

Espere florescer a árvore do próprio sentimento.

Vivendo, aceitando as podas da realidade e se possível fecundando.

A verdade é que só sabemos o que já sentimos.

Podemos intuir, perceber, atinar; podemos até, conhecer. Mas saber jamais.

Só se sabe aquilo que já se sentiu.

Você sabe o que significa família em inglês?

Tropecei em um estranho que passava e lhe pedi perdão.

Ele respondeu: “desculpe-me, por favor; também não a vi.”

Fomos muito educados, seguimos nosso caminho e nos despedimos.

Mais tarde, eu estava cozinhando e meu filho estava muito perto de mim.

Ao me virar quase esbarro nele. Imediatamente gritei com ele; ele se retirou sentido, sem que eu notasse quão dura que lhe falei.

Ao me deitar Deus me disse suavemente: “Você tratou a um estranho de forma cortês, mas destratou o filho que você ama.

Vá a cozinha e irá encontrar umas flores no chão, perto da porta.

São as flores que ele cortou e te trouxe: rosa, amarela e azul.

Estava calado para te entregar, para fazer uma surpresa e você não viu as lágrimas que chegaram aos seus olhos…”

Me senti miserável e começei a chorar. Suavemente me aproximei de sua cama e lhe disse: “Acorde querido! Acorde!

Estas são as flores que você cortou para mim?”

Ele sorriu e disse: “Eu as encontrei junto de uma árvore, e as cortei, porque são bonitas como você, em especial a azul.”

Filho, sinto muito pelo que disse hoje, não devia gritar com você.

Ele respondeu: “está bem mamãe, te amo de todas as formas.” Eu também te amo e adorei as flores, especialmente a azul….

Entenda que se você morrer amanhã, em questão de dias a empresa onde você trabalha cobrirá seu lugar. Porém, a Família que deixamos sentirá a perda pelo resto da vida.

Pense neles, porque geralmente nos entregamos mais ao trabalho que a nossa Família.

Será que não é uma inversão pouco inteligente?

Então, que há detrás desta história?

Você sabe o significado de Família em inglês?

F A M I L Y: “Father And Mother I Love You” (Papai e Mamãe, eu os amo)

Compartilhe essa mensagem com quem você se importa. Se você não fizer, ninguém morrerá, nenhuma tragédia ocorrerá, mas perderá a oportunidade de dizer aos demais: pense mais em sua Família.

QUE DEUS ABENÇÕE A TODAS AS FAMÍLIAS!!!

Você sabe o que é “GRATIDÃO”?

A foto mostra uma cadela Doberman lambendo um bombeiro exausto. Ele tinha acabado de salvá-la de um incêndio em sua casa, resgatando-a e levando-a para o gramado da frente.

Ela estava prenha. O bombeiro teve medo dela no início, pois nunca antes ele tinha resgatado um doberman. Quando finalmente o fogo foi extinto, o bombeiro sentou na grama pra recuperar o fôlego e descansar.

Um fotógrafo do jornal “The Observer”, notou o doberman olhando para o bombeiro. Ele a viu andar na direção dele e se perguntou o que a cachorra iria fazer. Enquanto o fotógrafo levantava a câmera, ela se aproximou do bombeiro que tinha salvo sua vida e as dos seus filhos e beijou-o. Veja porque uma imagem vale mais do que mil palavras.

E ainda existem pessoas que acham que o animal não tem nada a nos ensinar…

Você não tem nada de tamanho grande?

Minha amiga trabalha em um brechó de um hospital, como voluntária.

Certo dia adentrou na loja uma certa senhora bastante obesa, e de cara a minha amiga pensou que não tinha nada na loja na numeração dela. Se sentiu apreensiva e constrangida naquela situação, vendo a senhora percorrer as araras em busca de algo que minha amiga sabia que ela não encontraria.

Ficou angustiada, porque não queria que a senhora se sentisse mal pelo tamanho das peças de roupas, se sentindo excluída e fazendo a questão sobre o seu sobrepeso vir à tona de forma implícita.

Naquele momento minha amiga rezou a Deus e pediu que lhe desse sabedoria para conduzir a situação evitando que a cliente se sentisse excluída ou humilhada na sua autoestima.

Foi quando o esperado aconteceu. A senhora se dirigiu à minha amiga e disse tristinha:

— É.. não tem nada grande, não é?

E a minha amiga, sem até aquele momento saber o que diria, simplesmente abriu os braços de uma ponta a outra e lhe respondeu:

— Quem disse??? Claro que tem!! Olha só o tamanho desse abraço! – E a abraçou com muito carinho.

A senhora então se entregou àquele abraço acolhedor e deixou-se tomar pelas lágrimas exclamando:

— Há quanto tempo que ninguém me dava um abraço.

E chorando, tal qual uma criança a procura de um colo, lhe disse:

— Não encontrei o que vim buscar, mas encontrei muito mais do que procurava.

E naquele momento, através dos braços calorosos de minha amiga, Deus afagou a alma daquela criatura, tão carente de amor e de carinho.

Quantas almas não se encontram também tão necessitadas de um simples abraço, de uma palavra de carinho, de um gesto de amor.

Será que dentro de nós, se procurarmos no nosso baú, lá nas prateleiras da nossa alma, no estoque do nosso coração, também não acharemos algo “grande” que sirva para alguém?

Você é muito importante para mim

Um dia, quando eu era calouro na escola, vi um garoto de minha sala caminhando para casa depois da aula.

Seu nome era Kyle. Parecia que ele estava carregando todos os seus livros.

Eu pensei: “Por que alguém iria levar para casa todos os seus livros numa Sexta-Feira? Ele deve ser mesmo um C.D.F!”

O meu final de semana estava planejado (festas e um jogo de futebol com meus amigos Sábado à tarde), então dei de ombros e segui o meu caminho.

Conforme ia caminhando, vi um grupo de garotos correndo em direção a Kyle.

Eles o atropelaram, arrancando todos os livros de seus braços, empurrando-o de forma que ele caiu no chão.

Seus óculos voaram e eu os vi aterrissarem na grama há alguns metros de onde ele estava. Kyle ergueu o rosto e eu vi uma terrível tristeza em seus olhos.

Meu coração penalizou-se! Corri até o colega, enquanto ele engatinhava procurando por seus óculos.

Pude ver uma lágrima em seus olhos. Enquanto eu lhe entregava os óculos,disse: ‘Aqueles caras são uns idiotas! Eles realmente deviam arrumar uma vida própria’. Kyle olhou-me nos olhos e disse: ‘Hei, obrigado’!

Havia um grande sorriso em sua face. Era um daqueles sorrisos que realmente mostram gratidão. Eu o ajudei a apanhar seus livros e perguntei onde ele morava.

Por coincidência ele morava perto da minha casa, mas não havíamos nos visto antes, porque ele freqüentava uma escola particular.

Conversamos por todo o caminho de volta para casa e eu carreguei seus livros. Ele se revelou um garoto bem legal.

Perguntei se ele queria jogar futebol no Sábado comigo e meus amigos. Ele disse que sim. Ficamos juntos por todo o final de semana e quanto mais eu conhecia Kyle, mais gostava dele.

Meus amigos pensavam da mesma forma.

Chegou a Segunda-Feira e lá estava o Kyle com aquela quantidade imensa de livros outra vez! Eu o parei e disse:

‘Diabos, rapaz, você vai ficar realmente musculoso carregando essa pilha de livros assim todos os dias!’.

Ele simplesmente riu e me entregou metade dos livros. Nos quatro anos seguintes, Kyle e eu nos tornamos mais amigos, mais unidos. Quando estávamos nos formando começamos a pensar em Faculdade.

Kyle decidiu ir para Georgetown e eu para a Duke. Eu sabia que seríamos sempre amigos, que a distância nunca seria problema. Ele seria médico e eu ia tentar uma bolsa escolar no time de futebol. Kyle era o orador oficial de nossa turma. Eu o provocava o tempo todo sobre ele ser um C.D.F.

Ele teve que preparar um discurso de formatura e eu estava super contente por não ser eu quem deveria subir no palanque e discursar.

No dia da Formatura Kyle estava ótimo.

Era um daqueles caras que realmente se encontram durante a escola.Estava mais encorpado e realmente tinha uma boa aparência, mesmo usando óculos.

Ele saía com mais garotas do que eu e todas as meninas o adoravam! Às vezes eu até ficava com inveja.

Hoje era um daqueles dias. Eu podia ver o quanto ele estava nervoso sobre o discurso. Então, dei-lhe um tapinha nas costas e disse: ‘Ei, garotão, você vai se sair bem!’

Ele olhou para mim com aquele olhar de gratidão, sorriu e disse:

-‘Valeu’!

Quando ele subiu no oratório, limpou a garganta e começou o discurso:

‘A Formatura é uma época para agradecermos àqueles que nos ajudaram durante estes anos duros. Seus pais, professores, irmãos, talvez até um treinador, mas principalmente aos seus amigos. Eu estou aqui para lhes dizer que ser um amigo para alguém, é o melhor presente que você pode lhes dar.Vou contar-lhes uma história:’

Eu olhei para o meu amigo sem conseguir acreditar enquanto ele contava a história sobre o primeiro dia em que nos conhecemos. Ele havia planejado se matar naquele final de semana! Contou a todos como havia esvaziado seu armário na escola, para que sua Mãe não tivesse que fazer isso depois que ele morresse e estava levando todas as suas coisas para casa.

Ele olhou diretamente nos meus olhos e deu um pequeno sorriso.

‘Felizmente, meu amigo me salvou de fazer algo inominável!’ Eu observava o nó na garganta de todos na platéia enquanto aquele rapaz popular e bonito contava a todos sobre aquele seu momento de fraqueza.

Vi sua mãe e seu pai olhando para mim e sorrindo com a mesma gratidão.

Até aquele momento eu jamais havia me dado conta da profundidade do sorriso que ele me deu naquele dia.

Nunca subestime o poder de suas ações. Com um pequeno gesto você pode mudar a vida de uma pessoa. Para melhor ou para pior.

Deus nos coloca na vida dos outros para que tenhamos um impacto, uns sobre o outro de alguma forma.

Colaboração de Jacinta Nascimento

« Older posts Newer posts »

© 2025 Contando Histórias

Theme by Anders NorenUp ↑