Autor: Rubens (Page 11 of 107)

Um Raio de Luz

Com base na Palestra proferida pelo Prof. Raul Teixeira, em Campo Largo-PR

O gabinete daquela escola de ensino médio se convertera, por alguns momentos, em palco para uma cena constrangedora. Um aluno de 16 anos de idade estava ali, sentado, cabeça baixa, pensamento em desalinho, aguardando a sentença final.

Os pais, desolados, olhavam em silêncio para o filho, sem saber o que dizer diante daquele momento.

Vários de seus professores já haviam dado seus depoimentos, todos desfavoráveis ao jovem rebelde.

Se o garoto fosse expulso seria um peso a menos na sua árdua obrigação de ensinar…

Se se livrassem daquele estorvo sua tarefa ficaria mais leve, talvez pensassem alguns daqueles educadores.

O silêncio enchia a pequena sala, quando chegou o último professor para dar seu parecer sobre a questão: era o professor de física.

Homem maduro, lúcido, educador por excelência, sentou-se e, antes de dizer qualquer palavra, olhou detidamente nos olhos de cada uma daquelas criaturas ali sentadas, e sentiu-se extremamente comovido diante da situação.

Como poderia ajudar a resolver a questão sem prejuízo para o seu aluno? Afinal, para aquele nobre mestre, expulsar um aluno seria decretar a própria falência como educador.

Então, ele olhou carinhosamente para a mãe e perguntou: o que está havendo? O que aconteceu para que a situação chegasse a esse ponto?

Tamanha era a vibração de ternura que emanava da voz suave do educador, que a mãe se sentiu amparada na sua desdita e decidiu falar. Olhou com afeto para o filho, e, num tom de extremado carinho disse: meu filho! O jovem, diante da pequena frase que ecoou em seu íntimo com mais força do que mil palavras de reprimenda, desatou a chorar… Chorou e chorou, compulsivamente…

A comoção tomou conta do gabinete e as lágrimas rolaram quentes dos olhos daqueles pais sofridos, e também do professor e da diretora.

Após quase meia hora, as lágrimas foram cedendo lugar a um certo alívio, como se uma chuva de bênçãos tivesse lavado o travo de fel que pairava sobre a pequena assembléia…

Quebrando o silêncio, o garoto falou: mãe, posso lhe prometer uma coisa? Vocês nunca mais virão à escola por motivos como este.

Um ano se passou, e a promessa que o jovem fez se cumpriu. Um dia, o professor encontrou seu aluno no corredor da escola e lhe fez a pergunta que há muito desejava fazer: o que fez você mudar, aquele dia, no gabinete?

E o jovem respondeu, um tanto constrangido: É que minha mãe nunca havia me chamado de “meu filho”. Aquelas duas palavras, professor, pronunciadas pela minha mãe com uma sonoridade espiritual tão profunda, foram o suficiente para eu mudar o rumo da minha vida…

O rapaz se despediu e se foi, deixando o mestre absorto em seus pensamentos… Em sua mente voltou a cena daquele dia distante, em que adentrou a pequena sala do gabinete…

Em suas conjecturas se perguntou sobre qual seria a situação daquele moço, se tivesse sido expulso da escola naquela oportunidade…

Pensou também na força da pequena frase: “Meu filho”! E ficou a imaginar quão poderoso é o afeto de mãe.

E, como homem notável e admirável educador, concluiu, em seus lúcidos raciocínios: O dia que as mães quiserem, elas mudarão o mundo.

Enviado por Renato J.G.Filho

Um Presente para Você

Se eu pudesse deixar algum presente para você, deixaria aceso o sentimento de amor à vida dos seres humanos. A consciência de aprender tudo o que nos foi ensinado pelo tempo a fora.

Lembraria dos erros que foram cometidos, como sinais para que não mais repetissem.

A capacidade de escolher novos rumos.

Deixaria para você, se pudesse, o respeito àquilo que é indispensável. Além do pão, o trabalho, além do trabalho, a ação.

E quando tudo mais faltasse, para você eu deixaria, se pudesse, um segredo. O de buscar no interior de si mesmo a resposta e a força para encontrar a saída…

Um Presente Inesquecível

Linda tinha 7 anos quando ouviu sua mãe comentar com uma de suas amigas que, no dia seguinte, faria 30 anos.

Jamais Linda soubera que sua mãe fazia aniversário. Também nunca a vira ganhar um presente.

Por isso, foi até seu cofrinho, juntou todas as moedas e se dirigiu à loja da esquina.

Procurou um presente que pudesse se encaixar naquele preço. Havia bibelôs, mas ela pensou que sua mãe teria que espaná-los todos os dias.

Havia caixinhas de doces, mas sua mãe era diabética.

Finalmente, conseguiu comprar um pacote de grampos de cabelo.

Os cabelos de sua mãe eram longos e escuros. Ela os enrolava duas vezes na semana e, quando os soltava, ficava parecendo uma artista de cinema.

Em casa, Linda embrulhou os grampos em uma página de histórias em quadrinhos do jornal, porque não sobrou dinheiro para papel de presente.

Na manhã seguinte, à mesa do café, entregou o pacote à sua mãe e disse:

“Feliz aniversário, mamãe!”

Em silêncio, entre lágrimas, a mãe abriu o pacote. Já soluçando de emoção, mostrou ao marido, aos outros filhos:

“Sabe que é o primeiro presente de aniversário que recebo na vida?”

Beijou a filha no rosto, agradecendo e foi para o banheiro lavar e enrolar os cabelos, usando os grampos novos.

Quando a mãe saiu da sala, o pai aproximou-se de Linda e confidenciou:

“Linda, quando eu era menino, lá no sertão, não nos preocupávamos em dar presentes de aniversário para adultos. Só para as crianças. E, na família de sua mãe, eles eram tão pobres que nem isso faziam. Mas você me fez ver, hoje, que isso precisa mudar. Você inaugurou uma nova fase em nossa vida.”

Depois desse dia, a mãe de Linda ganhou presentes em todos os seus aniversários.

Os filhos cresceram. As condições da família melhoraram.

Então, quando a mãe de Linda completou 50 anos, os filhos todos se reuniram e lhe compraram um anel com uma pérola rodeada de brilhantes.

Programaram uma festa e o filho mais velho foi quem, em nome dos irmãos, entregou o anel.

Ela admirou o presente e mostrou a todos os convidados.

“Não tenho filhos maravilhosos?” Ficava repetindo de um em um.

Depois que todos os convidados se retiraram, Linda foi ajudar na arrumação.

Estava lavando a louça na cozinha, quando ouviu seus pais conversando na sala.

“Bem”, dizia o pai. “que lindo anel seus filhos lhe deram. Acho que foi o melhor presente de aniversário de sua vida.”

Depois de um breve silêncio, Linda ouviu a voz de sua mãe responder docemente:

“Sabe, Ted, é claro que este anel é maravilhoso. Mas o melhor presente que ganhei, em toda minha vida, foi aquela caixa de grampos. Aquele presente foi inesquecível.”

Os atos que colocam colorido especial nas vidas são pequenos, silenciosos,e podem se manifestar a qualquer tempo.

É suficiente querer, usar a imaginação e deixar extravasar o coração.

Se nunca brindamos alguém com flores, com um cartão escrito de próprio punho;

Se nunca surpreendemos alguém com uma festa surpresa, um presente inesperado, tentemos hoje.

Hoje é sempre o melhor tempo para começar o que é bom, novo e portador de felicidade.

Enviado por Maria Jacinta Nascimento

Um pássaro na mão

Há muitos e muitos anos, vivia num pequeno e longínquo país, um velho sábio. Tinha ele a fama de responder acertadamente a qualquer pergunta, sobre os mais variados assuntos. Com o correr do tempo, essa fama chegou até ao rei daquele país e este, enciumado com o prestígio do sábio junto ao povo, pois ele, o rei, era muito odiado, resolveu acabar com aquele estado de coisas.

Assim, arquitetou um plano para desmoralizar o sábio: iria apresentar-se um dia a ele, levando um pequeno pássaro vivo, escondido em uma das mãos, conservando ambas atrás das costas. Então, perguntaria a ele se o pássaro estaria vivo ou morto. Se ele dissesse .vivo., esmagaria o bichinho e ele morreria; se ele dissesse .morto., abriria a mão e o pássaro voaria. De qualquer maneira, ele não poderia acertar, ficando desmoralizado perante o povo.

Dessa forma, um dia, chegando à frente do ancião, o rei disse-lhe, em tom amistoso:

— Meu bom homem. O senhor é considerado como o maior sábio de meu reino, sabendo sempre as respostas certas para todas as perguntas a si dirigidas. Veja, ó sábio. Em uma das minhas mãos, atrás das costas, tenho um pequeno pássaro. Responda-me. Ele está vivo ou está morto ?..

Então o sábio, conhecendo bem o rei postado à sua frente, calmamente respondeu:

— Majestade, se o pássaro está vivo ou morto, depende única e exclusivamente de sua vontade..

Enviado por Aylzo A. L. Almeida

Um Louco Amor

Quando eu a conheci tinha 16 anos.

Fomos apresentados numa festa, por um “carinha” que se dizia meu amigo.

Foi amor a primeira vista.

Ela me enlouquecia.

Nosso amor chegou a um ponto, que já não conseguia viver sem ela.

Mas era um amor proibido.

Meus pais não aceitaram.

Fui repreendido na escola e passamos a nos encontrar escondidos.

Mas aí não deu mais, fiquei louco.

Eu a queria, mas não a tinha.

Eu não podia permitir que me afastassem dela.

Eu a amava : bati o carro, quebrei tudo dentro de casa e quase matei a minha irmã.

Estava louco, precisava dela.

Hoje tenho 39 anos; estou internado em um hospital, sou inútil e vou morrer abandonado pelos meus pais, amigos e por ela.

Seu nome?

Cocaína.

Devo a ela meu amor, minha vida, minha destruição e minha morte.

Freddie Mercury, Desabafo antes de morrer de AIDS

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

Um longo pensamento

Fernando Pessoa

Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes,
mas não esqueço de que a minha vida é a maior empresa do mundo.
E que só eu posso evitar que ela vá a falência.

Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.

Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história.

É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma .
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.

Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um ‘não’.
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo…

Um Irmão Como Esse

Um amigo meu chamado Paul ganhou um automóvel de presente de seu irmão no Natal. Na noite de Natal, quando Paul saiu de seu escritório, um menino de rua estava andando em volta do reluzente carro novo, admirando-o.

— Este carro é seu, senhor? – ele perguntou.

Paul assentiu.

— Meu irmão me deu de Natal.

O garoto ficou boquiaberto.

— Quer dizer que foi um presente de seu irmão e não lhe custou nada? Rapaz, quem me dera…- hesitou ele.

É claro que Paul sabia o que ele ia desejar. Ele ia desejar ter um irmão como aquele.

Mas o que o garoto disse chocou Paul tão completamente que o desarmou.

— Quem me dera-continuou o garoto- ser um irmão como esse.

Paul olhou o garoto com espanto, e então, impulsivamente, acrescentou:

— Você gostaria de dar uma volta no meu automóvel?

— Oh, sim, eu adoraria.

Depois de uma voltinha, o garoto virou-se e, com os olhos incandescentes, disse:

— O senhor se importaria de passar em frente a minha casa?

Paul deu um leve sorriso.

Pensou que soubesse o que o rapaz queria.

Ele queria mostrar para os vizinhos que podia chegar em casa num carrão.

Mas Paul estava novamente enganado.

— Pode parar em frente aquela casa com àqueles dois degraus? perguntou o garoto.

Ele subiu correndo os degraus.

Então, passados alguns momentos, Paul ouviu-o retornar, mas ele não vinha depressa.

Carregava seu irmãozinho paralítico.

Sentou-o no degrau inferior e depois como que o fortemente abraçou e apontou o carro.

— Aí está ele, amigão, exatamente como eu te contei lá em cima. O irmão deu o carro a ele de presente de Natal e não lhe custou nem um centavo. E algum dia eu vou te dar um igualzinho… Então você poderá ver com seus próprios olhos, nas vitrines de Natal, todas as coisas bonitas sobre as quais eu venho tentando lhe contar.

Paul saiu do carro e colocou o rapaz no banco da frente.

O irmão mais velho, com os olhos brilhando, entrou atrás dele e os três deram uma volta comemorativa.

Naquele dia, o rapaz aprendeu que a felicidade maior que sentimos é quando a proporcionamos a alguém.

Colaboração de Rony Lima

Um fósforo, uma bala de menta, uma xícara de café e um jornal

Estes quatro elementos fazem parte de uma das melhores histórias sobre atendimento que conhecemos.

Um homem estava dirigindo há horas e, cansado da estrada, resolveu procurar um hotel ou uma pousada para descansar. Em poucos minutos, avistou um letreiro luminoso com o nome: Hotel Venetia.

Quando chegou à recepção, o hall do hotel estava iluminado com luz suave.

Atrás do balcão, uma moça de rosto alegre o saudou amavelmente: “Bem-vindo ao Venetia!”

Três minutos após essa saudação, o hóspede já se encontrava confortavelmente instalado no seu quarto e impressionado com os procedimentos: tudo muito rápido e prático.

No quarto, uma discreta opulência; uma cama, impecavelmente limpa, uma lareira, um fósforo apropriado em posição perfeitamente alinhada sobre a lareira, para ser riscado. Era demais! Aquele homem que queria um quarto apenas para passar a noite, começou a pensar que estava com sorte.

Mudou de roupa para o jantar (a moça da recepção fizera o pedido no momento do registro). A refeição foi tão deliciosa, como tudo o que tinha experimentado, naquele local, até então. Assinou a conta e retornou para o quarto. Fazia frio e ele estava ansioso pelo fogo da lareira.

Qual não foi a sua surpresa! Alguém havia se antecipado a ele, pois havia um lindo fogo crepitante na lareira. A cama estava preparada, os travesseiros arrumados e uma bala de menta sobre cada um. Que noite agradável aquela!

Na manhã seguinte, o hóspede acordou com um estranho borbulhar, vindo do banheiro. Saiu da cama para investigar. Simplesmente uma cafeteira ligada por um timer automático, estava preparando o seu café e, junto um cartão que dizia: “Sua marca predileta de café. Bom apetite!” Era mesmo! Como eles podiam saber desse detalhe?

De repente, lembrou-se: no jantar perguntaram qual a sua marca preferida de café.

Em seguida, ele ouve um leve toque na porta. Ao abrir, havia um jornal.

“Mas, como pode?! É o meu jornal! Como eles adivinharam?” Mais uma vez, lembrou-se de quando se registrou: a recepcionista havia perguntado qual jornal ele preferia.

O cliente deixou o hotel encantando. Feliz pela sorte de ter ficado num lugar tão acolhedor. Mas, o que esse hotel fizera mesmo de especial?

Apenas ofereceram um fósforo, uma bala de menta, uma xícara de café e um jornal.

Nunca se falou tanto na relação empresa-cliente como nos dias de hoje.

Milhões são gastos em planos mirabolantes de marketing e, no entanto, o cliente está cada vez mais insatisfeito, mais desconfiado. Mudamos o layout das lojas, pintamos as prateleiras, trocamos as embalagens, mas esquecemos-nos das pessoas.

O valor das pequenas coisas conta, e muito. A valorização do relacionamento com o cliente.

Fazer com que ele perceba que é um parceiro importante!

Isto vale também para nossas relações pessoais ( namoro, amizade, família, casamento) enfim pensar no outro como ser humano é sempre uma satisfação para quem doa e para quem recebe. Seremos muito mais felizes, pois a verdadeira felicidade está nos gestos mais simples de nosso dia-a-dia e na maioria das vezes passamos despercebidos

Um estranho em nosso lar

Alguns anos depois que nasci, meu pai conheceu um estranho, recém-chegado à nossa pequena cidade. Desde o princípio, meu pai ficou fascinado com este encantador personagem, e em seguida o convidou a viver com nossa família.

O estranho aceitou e desde então tem estado conosco. Enquanto eu crescia, nunca perguntei sobre seu lugar em minha família; na minha mente jovem já tinha um lugar muito especial.

Meus pais eram instrutores complementares: Minha mãe me ensinou o que era bom e o que era mau e meu pai me ensinou a obedecer. Mas o estranho era nosso narrador. Mantinha-nos enfeitiçados por horas com aventuras, mistérios e comédias. Ele sempre tinha respostas para qualquer coisa que quiséssemos saber de política, história ou ciência. Conhecia tudo do passado, do presente e até podia predizer o futuro!

Levou minha família ao primeiro jogo de futebol. Fazia-me rir, e me fazia chorar. O estranho nunca parava de falar, mas o meu pai não se importava.

Às vezes, minha mãe se levantava cedo e calada, enquanto o resto de nós ficava escutando o que tinha que dizer, mas só ela ia à cozinha para ter paz e tranquilidade. (Agora me pergunto se ela teria rezado alguma vez, para que o estranho fosse embora).

Meu pai dirigia nosso lar com certas convicções morais, mas o estranho nunca se sentia obrigado a honrá-las.

As blasfêmias, os palavrões, por exemplo, não eram permitidos em nossa casa? Nem por parte nossa, nem de nossos amigos ou de qualquer um que nos visitasse. Entretanto, nosso visitante de longo prazo, usava sem problemas sua linguagem inapropriada que às vezes queimava meus ouvidos e que fazia meu pai se retorcer e minha mãe se ruborizar.

Meu pai nunca nos deu permissão para tomar álcool. Mas o estranho nos animou a tentá-lo e a fazê-lo regularmente. Fez com que o cigarro parecesse fresco e inofensivo, e que os charutos e os cachimbos fossem distinguidos.

Falava livremente (talvez demasiado) sobre sexo. Seus comentários eram às vezes evidentes, outras sugestivos, e geralmente vergonhosos. Agora sei que meus conceitos sobre relações foram influenciados fortemente durante minha adolescência pelo estranho.

Repetidas vezes o criticaram, mas ele nunca fez caso aos valores de meus pais, mesmo assim, permaneceu em nosso lar. Passaram-se mais de cinquenta anos desde que o estranho veio para nossa família. Desde então mudou muito; já não é tão fascinante como era ao principio.

Não obstante, se hoje você pudesse entrar na guarida de meus pais, ainda o encontraria sentado em seu canto, esperando que alguém quisesse escutar suas conversas ou dedicar seu tempo livre a fazer-lhe companhia… Seu nome?

Nós o chamamos Televisão.

Agora ele tem uma esposa que se chama Computador, e um filho que se chama Celular!

Pede-se que este artigo seja lido em cada lar.

Um erro no céu

Certa vez, perguntei para o Ramesh, um de meus mestres na Índia:

— Por que existem pessoas que saem facilmente dos problemas mais complicados, enquanto outras sofrem por problemas muito pequenos, morrem afogadas num copo de água?

Ele simplesmente sorriu e me contou uma história…

Era um sujeito que viveu amorosamente toda a sua vida. Quando morreu, todo mundo falou que ele iria para o céu. Um homem tão bondoso quanto ele somente poderia ir para o Paraíso.

Ir para o céu não era tão importante para aquele homem, mas mesmo assim ele foi até lá. Naquela época, o céu não havia ainda passado por um programa de qualidade total.

A recepção não funcionava muito bem.

A moça que o recebeu deu uma olhada rápida nas fichas em cima do balcão e, como não viu o nome dele na lista, lhe orientou para ir ao Inferno.

E no Inferno, você sabe como é. Ninguém exige crachá nem convite, qualquer um que chega é convidado a entrar.

O sujeito entrou lá e foi ficando.

Alguns dias depois, Lúcifer chegou furioso às portas do Paraíso para tomar satisfações com São Pedro:

— Isto é sacanagem! Nunca imaginei que fosse capaz de uma baixaria como essa. Isso que você está fazendo é puro terrorismo!

Sem saber o motivo de tanta raiva, São Pedro perguntou, surpreso, do que se tratava.

Lúcifer, transtornado, desabafou:

— Você mandou aquele sujeito para o Inferno e ele está fazendo a maior bagunça lá.

Ele chegou escutando as pessoas, olhando-as nos olhos, conversando com elas.

Agora, está todo mundo dialogando, se abraçando, se beijando. O inferno está insuportável, parece o Paraíso!

E então fez um apelo:

— Pedro, por favor, pegue aquele sujeito e traga-o para cá!

Quando Ramesh terminou de contar esta história olhou-me carinhosamente e disse:

— Viva com tanto amor no coração que se, por engano, você for parar no Inferno, o próprio demônio lhe trará de volta ao Paraíso.

Problemas fazem parte da nossa vida, porém não deixe que eles o transformem numa pessoa amargurada. As crises vão estar sempre se sucedendo e às vezes você não terá escolha.

Sua vida está sensacional e de repente você pode descobrir que uma pessoa amada está doente; que a política econômica do governo mudou; e que infinitas possibilidades de encrencas aparecem.

As crises você não pode escolher, mas pode escolher a maneira de como enfrentá-las.

E, no final, quando os problemas forem resolvidos, mais do que sentir orgulho por ter encontrado as soluções, você terá orgulho de si mesmo.

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