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Deus e a Ciência

Na França, um senhor de 70 anos viajava de trem tendo ao seu lado um jovem universitário que, compenetrado lia o seu livro de ciências.

O senhor por sua vez lia um livro de capa preta.

Foi quando o jovem percebeu que se tratava da Bíblia.

Sem muita cerimônia o jovem interrompeu a leitura do velho e perguntou:

— “O senhor ainda acredita neste livro cheio de fábulas e crendices ?”

— “Sim.” – disse o senhor – “Mas não é um livro de crendices, é a Palavra de Deus. Estou errado ?”

Com uma risadinha sarcástica respondeu:

— “Claro que está! Creio que o senhor deveria estudar a história geral. E veria que a Revolução Francesa, ocorrida há mais de 100 anos, fez o favor de mostrar a miopia da religião.

Somente pessoas sem cultura ainda crêem nessa história de que Deus criou o mundo em seis dias. O senhor deveria conhecer um pouco mais sobre que os cientistas dizem sobre isso.”

— “É mesmo ?” – perguntou o velho cristão – “e o que dizem os cientistas sobre a Bíblia ?”

— “Bem, – respondeu o universitário – “agora eu vou descer na próxima estação, mas deixe o seu cartão que eu lhe enviarei o material pelo correio.”

O velho então cuidadosamente abriu o bolso interno do paletó, e deu seu cartão ao universitário.

Quando o jovem leu o que estava escrito abaixou a cabeça, e saiu cabisbaixo – o cartão dizia: “Louis Pasteur, Diretor do Instituto de Pesquisas Científicas da École Normale de Paris”.

Isso aconteceu em 1892.

Enviado por Renato J.G. Filho

Desaposentado

Domingos Pellegrini

Ele chegou à praça com uma marreta.

Endireitou a estaca de uma muda de árvore e firmou batendo com a marreta.

Amarrou a muda na estaca e se afastou como para olhar uma obra de arte.

Não resisti a puxar conversa:

— O senhor é da prefeitura?

— Não, sou da Alice, faz quarenta e dois anos. Minha mulher.

— Ah… O senhor foi quem plantou essa muda?

— Não, foi a prefeitura. Uma árvore velha caiu, plantaram essa nova de qualquer jeito, mas eu adubei, botei essa estaca aí.

Olha que beleza, já está toda enfolhada.

De tardezinha eu venho regar.

— Então o senhor gosta de plantas.

— De plantas, de bicho, até de gente eu gosto, filho.

— Obrigado pela parte que me cabe…

Ele sorriu, tirou um tesourão da cinta e começou a podar um arbusto.

— O senhor é aposentado?

— Não, sou desaposentado.

Foi podando e explicando:

— Quando me aposentei, já tinha visto muito colega aposentar e murchar, que nem árvore que você poda e rega com ácido de bateria.

Sabia que tem comerciante que rega árvore com ácido de bateria pra matar, para árvore não encobrir a fachada da loja? É… aí fica com a loja torrando no sol!

Picotou os galhos podados, formando um tapete de folhas em redor do arbusto.

— É bom pra terra… Tudo que sai da terra deve voltar pra terra… Mas então, eu já tinha visto muito colega aposentar e murchar. Botando bermuda e chinelo e ficando em casa diante da televisão. Ou indo ao boteco pra beber cerveja, depois dormindo de tarde. Bundando e engordando…

Até que acabaram com derrame ou enfarte, de não fazer nada e ainda viver falando de doença.

Cortou umas flores, fez um ramalhete:

— Pra minha menina, a Alice. Ela é um ano mais velha que eu, mas fica uma menina quando levo flor. Ela também é desaposentada. Ajuda na escola da nossa neta, ensinando a merendeira a fazer doce com pouco açúcar e salgados com os restos dos legumes que antes eram jogados fora. E ajuda na creche também, no hospital. Ih… a Alice vive ajudando todo mundo, por isso não precisa de ajuda, nem tem tempo de pensar em doença.

Amarrou o ramalhete com um ramo de grama, depositou com cuidado sobre um banco.

— Pra aguar as mudas eu tenho que trazer o balde com água lá de casa. Fui à prefeitura pedir pra botarem uma torneira aqui. Disseram que não, senão o povo ia beber água e deixar vazando. Falei pra botarem uma torneira com grade e cadeado que eu cuidaria. Falaram que não. Eu teria que ficar com o cadeado e então ia ser uma torneira pública com controle particular, e não pode.

Sorriu, olhando a praça.

— Aí falei: então posso cuidar da praça, mas não posso cuidar de uma torneira? Perguntaram, veja só, perguntaram se tenho autorização pra cuidar da praça! Nem falei mais nada. Vim embora antes que me proibissem de cuidar da praça… Ou antes, que me fizessem preencher formulários em três vias com taxa e firma reconhecida, pra fazer o que faço aqui desde que desaposentei… Está vendo aquele pinheiro fêmea ali? A Alice que plantou. Só tinha o pinheiro macho.

Agora o macho vai polinizar a fêmea e ela vai dar pinhões.

— Eu nem sabia que existe pinheiro macho e pinheiro fêmea.

— Eu também não sabia, filho. Ih… Aprendi tanta coisa cuidando dessa praça!

Hoje conheço os cantos dos passarinhos, a época de floração de cada planta, e vejo a passagem das estações como se fosse um filme.

— Mas ela vai demorar pra dar pinhões, hein?

Falei, olhando a pinheirinha ainda da nossa altura.

Ele respondeu que não tinha pressa.

— Nossa neta é criança e eu já falei pra ela que é ela quem vai colher os pinhões. Sem a prefeitura saber… E a Alice falou que, de cada pinha que ela colher, deve plantar pelo menos um pinhão em algum lugar. Assim, no fim da vida, ela vai ter plantado um pinheiral espalhado por aí. Sem a prefeitura saber, é claro, senão podem criar um imposto pra quem planta árvores…

— É admirável ver alguém com tanta idade e tanta esperança!

Ele riu:

— Se é admirável eu não sei, filho, sei que é gostoso. E agora, com licença, que eu preciso pegar a Alice pra gente caminhar. Vida de desaposentado é assim: o dinheiro é curto, mas o dia pode ser comprido, se a gente não perder tempo!”.

Desapego

Um cidadão fez voto de desapego e pobreza. Dispôs de todos os seus bens e propriedades, reservou para si apenas duas tangas, e saiu Índia afora em busca de todos os sábios, medindo na verdade o desapego de cada um. Levava apenas uma tanga no corpo e outra para troca, sempre necessário.

Estava convencido de não encontrar quem ganhasse de si em despojamento, quando soube de um velho guru, bem ao norte, aos pés do Himalaia. Tomando as direções, parte ao encontro do velho sábio.

Quando lá chegou, tristeza e decepção! Encontrou terras bem cuidadas, um palácio faustoso, muita riqueza, muita pompa. Indignado, procura pelo guru. Um velho servo lhe diz que ele está em uma ala dos magníficos jardins com seus discípulos, estudando desapego. Como era costume da casa Ter gentileza para com os hóspedes, o servo convida o andarilho para o banho, repouso e refeição, antes de se dirigir à presença do sábio.

Achando tudo muito estranho, o desapegado aceita a sugestão. Toma um bom banho, lava sua tanga usada, coloca-a para secar no quarto e sai em busca do guru. Completamente injuriado, queria contestar e desmascarar aquele que julgava um impostor, pois em sua concepção desapego não combinava com posses. Aproxima-se do grupo, que ouve embevecido as palavras do mestre e fica ruminando um ardil para atacar o guru, quando, correndo feito um doido, chega um dos serviçais gritando:

— Mestre, mestre, o palácio está pegando fogo, um incêndio tomou conta de tudo. O senhor está perdendo uma fortuna! O sábio, impassível, continua sua prédica. O desapegado viajante das duas tangas dá um salto e sai em desabalada carreira, gritando:

— Minha tanga, minha tanga, o fogo está destruindo minha tanga…

Definições

O sorriso…
é o cartão de visita das pessoas saudáveis.
Distribua-o gentilmente.

O diálogo…
é a ponte que liga as duas margens, do eu à do tu.
Transmite-o bastante.

O amor…
é a melhor música na partitura da vida.
Sem ele, você será um eterno desafinado.

A bondade…
é a flor mais atraente do jardim de um coração bem cultivado.
Plante estas flores.

A alegria…
é o perfume gratificante, fruto do dever cumprido.
Esbanje-o, o mundo precisa dele.

A paz da consciência…
é o melhor travesseiro para o sono da tranqüilidade.
Viva em paz consigo mesmo.

A fé…
é a bússola certa para os navios errantes, incertos, buscando as praias
da eternidade.
Utilize-a.

A esperança…
é o vento bom enfunando as velas do nosso barco.
Chame-o para dentro do seu cotidiano.

Definição de saudade

Dr. Rogério Brandão {Médico oncologista}

Como médico cancerologista, já calejado com longos 29 anos de atuação profissional (…) posso afirmar que cresci e modifiquei-me com os dramas vivenciados pelos meus pacientes. Não conhecemos nossa verdadeira dimensão até que, pegos pela adversidade, descobrimos que somos capazes de ir muito mais além.

Recordo-me com emoção do Hospital do Câncer de Pernambuco, onde dei meus primeiros passos como profissional… Comecei a frequentar a enfermaria infantil e apaixonei-me pela oncopediatria. Vivenciei os dramas dos meus pacientes, crianças vítimas inocentes do câncer. Com o nascimento da minha primeira filha, comecei a me acovardar ao ver o sofrimento das crianças.

Até o dia em que um anjo passou por mim! Meu anjo veio na forma de uma criança já com 11 anos, calejada por dois longos anos de tratamentos diversos, manipulações, injeções e todos os desconfortos trazidos pelos programas de quimios e radioterapias. Mas nunca vi o pequeno anjo fraquejar. Vi-a chorar muitas vezes; também vi medo em seus olhinhos; porém, isso é humano!

Um dia, cheguei ao hospital cedinho e encontrei meu anjo sozinha no quarto. Perguntei pela mãe. A resposta que recebi, ainda hoje, não consigo contar sem vivenciar profunda emoção.

— Tio, disse-me ela, às vezes minha mãe sai do quarto para chorar escondido nos corredores… Quando eu morrer, acho que ela vai ficar com muita saudade. Mas, eu não tenho medo de morrer, tio. Eu não nasci para esta vida!

Indaguei:

— E o que morte representa para você, minha querida?

— Olha tio, quando a gente é pequena, às vezes, vamos dormir na cama do nosso pai e, no outro dia, acordamos em nossa própria cama, não é?

(Lembrei das minhas filhas, na época crianças de 6 e 2 anos, com elas, eu procedia exatamente assim.)

— É isso mesmo.

— Um dia eu vou dormir e o meu Pai vem me buscar. Vou acordar na casa Dele, na minha vida verdadeira!

Fiquei “entupigaitado”, não sabia o que dizer. Chocado com a maturidade com que o sofrimento acelerou, a visão e a espiritualidade daquela criança.

— E minha mãe vai ficar com saudades ? emendou ela.

Emocionado, contendo uma lágrima e um soluço, perguntei:

— E o que saudade significa para você, minha querida?

— Saudade é o amor que fica!

Hoje, aos 53 anos de idade, desafio qualquer um a dar uma definição melhor, mais direta e simples para a palavra saudade: É O AMOR QUE FICA!

ATITUDE É:

  • Seja mais humano e agradável com as pessoas.
  • Cada uma das pessoas com quem você convive está travando algum tipo de batalha.
  • Viva com simplicidade.
  • Ame generosamente.
  • Cuide-se intensamente.
  • Fale com gentileza.
  • E, principalmente, NÃO RECLAME!

Viva em harmonia com tudo e todos!!!

Dando Valor…

O dono de um pequeno comércio, amigo do grande poeta Olavo Bilac, abordou-o na rua :

— Sr. Bilac, estou precisando vender o meu sítio, que o senhor tão bem conhece.

Será que o senhor poderia redigir o anúncio para o jornal ?

Olavo Bilac apanhou o papel e escreveu : “Vende-se encantadora propriedade, onde cantam os pássaros ao amanhecer no extenso arvoredo, cortada por cristalinas e marejantes águas de um ribeirão.” “A casa banhada pelo sol nascente, oferece a sombra tranqüila das tardes, na varanda”.

Meses depois, topa o poeta com o homem e pergunta-lhe se havia vendido o sítio.

— Nem pense mais nisso, disse o homem.

— Quando li o anúncio é que percebi a maravilha que tinha ! Às vezes, não descobrimos as coisas boas que temos conosco e vamos longe atrás da miragem de falsos tesouros.

Valorize o que você tem, os amigos que estão perto de você, o emprego que Deus lhe deu, o conhecimento que você adquiriu, a sua saúde, etc.

Esses são os seus verdadeiros tesouros.

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

Cultura geral

F. Pereira Nóbrega

Um dia nos implantaram a lei que profissionalizou o ensino de Segundo Grau. Alunos de Mecânica, Eletrônica, e semelhantes, diziam que disciplinas de cultura geral, como Geografia, História, eram “perfumes”, apenas para encher o tempo. Para a vida, para ganhar dinheiro, só contariam mesmo disciplinas ditas profissionalizantes.

Sustento exatamente o inverso. Para a vida, cultura geral não é menos importante que profissionalização. No mundo subdesenvolvido, ninguém tem a garantia da mesma profissão pela vida inteira. O mais desempregado é o homem sem cultura geral.

Imaginemos um curso de curta duração de Mecânico, digamos, da Volkswagen. Mudada a máquina, apagou-se o profissional. Nem cem cursinhos desse tipo farão dele um engenheiro mecânico. Falta-lhe a cultura geral da Mecânica, expressa em seus princípios universais. Por isso mesmo, não é capaz de se adaptar a situações novas, a qualquer máquina. Só o engenheiro é capaz de criar o que ainda não existe.

Mas falo de uma cultura mais geral que situa o homem não apenas na Mecânica – no mundo. Quem a tiver, onde cair, cairá de pé.

Estudei no Seminário, onde recebi sólida cultura geral. A maior parte dos que ali estudaram o deixava antes do fim. Mas no mundo, onde caíram, se firmaram nas mais diversas profissões, como Administração, Advocacia, Economia, Educação, Ciências Exatas e da Saúde. O Seminário não lhes ensinou tudo isso. Emprestou-lhes um background que os tornou capazes de se adaptarem a situações novas.

Inverso é o caso do índio. Só na cultura de sua taba, consegue sobreviver. Se ela se desfaz, ele se torna mendigo, objeto de curiosidade pública, como animais do zoológico. Não consegue se inserir numa nova cultura.

Não lhe faltou a profissionalização. Em várias coisas, está mais profissionalizado do que eu: na caça, pesca, na sobrevivência na selva. Faltou-lhe cultura geral. É incapaz, por isso, de se adaptar a situações novas.

Fala-se de cidadania, como objetivo da Educação. O mundo se tornou tão estreito, tanto atravessamos as fronteiras das culturas locais que mais cresce a necessidade de cada homem ser um cidadão universal. Para isso haja cultura geral.

O profissional sem cultura geral é como o mecânico da oficina da Volkswagen. Num mundo em mudanças, a profissionalização que recebeu foi o melhor caminho para não ter mais outro caminho.

Cuide de Suas Responsabilidades

Um grande sábio possuía três filhos jovens, inteligentes e consagrados à sabedoria.

Em certa manhã, eles altercavam a propósito do obstáculo mais difícil no grande caminho da vida.

No auge da discussão, prevendo talvez conseqüências desagradáveis, o genitor benevolente chamou-os a si e confiou-lhes curiosa tarefa.

Iriam os três ao palácio do príncipe governante, conduzindo algumas dádivas que muito lhes honraria o espírito de cordialidade e gentileza.

O primeiro seria o portador de rico vaso de argila preciosa.

O segundo levaria uma corça rara.

O terceiro transportaria um bolo primoroso da família.

O trio recebeu a missão com entusiástica promessa de serviço para a pequena viajem de três milhas; no entanto, no meio do caminho, começaram a discutir.

O depositário do vaso não concordou com a maneira pela qual o irmão puxava a corça delicada, e o responsável pelo animal dava instruções ao carregador do bolo, a fim de que não tropeçasse, perdendo o manjar;este último aconselhava o portador do vaso valioso, para que não caísse.

O pequeno séqüito seguia, estrada afora, dificilmente, porquanto cada viajante permanecia atento as obrigações que diziam respeito aos outros,através de observações acaloradas e incessantes.

Em dado momento, o irmão que conduzia o animalzinho olvida a própria tarefa, a fim de consertar a posição da peça de argila nos braços do companheiro, e o vaso, premido pelas inquietações de ambos, escorrega, de súbito, para espatifar-se no cascalho.

Com o choque, o distraído orientador da corça perde o governo do animal, que foge espantado.

O carregador do bolo avança para sustar-lhe a fuga, e o bolo se perde totalmente no chão.

Desapontados e irritadiços, os três rapazes voltam a presença do pai,apresentando cada qual a sua queixa de derrota.

O sábio, porém, sorriu e explicou-lhes:

— Aproveitem o ensinamento da estrada. Se cada um de vocês estivesse vigilante na própria tarefa, não colheriam as sombras do fracasso. O mais intrincado problema do mundo, meus filhos, é o de cada homem cuidar dos próprios negócios, sem intrometer-se nas atividades alheias. Enquanto cogitamos de responsabilidades que competem aos outros, as nossas viverão esquecidas.

Construindo pontes

Conta-se que, certa vez, dois irmãos que moravam em fazendas vizinhas, separadas apenas por um riacho, entraram em conflito.

Foi a primeira grande desavença em toda uma vida trabalhando lado a lado, repartindo as ferramentas e cuidando um do outro.

Durante anos eles percorreram uma estrada estreita e muito comprida, que seguia ao longo do rio para, ao final de cada dia, poderem atravessá-lo e desfrutar um da companhia do outro. Apesar do cansaço, faziam a caminhada com prazer, pois se amavam.

Mas agora tudo havia mudado. O que começara com um pequeno mal entendido finalmente explodiu numa troca de palavras ríspidas, seguidas por semanas de total silêncio.

Numa manhã, o irmão mais velho ouviu baterem na sua porta. Ao abri-la notou um homem com uma caixa de ferramentas de carpinteiro na mão.

Estou procurando trabalho- disse ele. Talvez você tenha um pequeno serviço que eu possa executar.

Sim! – disse o fazendeiro – claro que tenho trabalho para você. Veja aquela fazenda além do riacho. É do meu vizinho. Na realidade, meu irmão mais novo. Nós brigamos e não posso mais suportá-lo.

— Vê aquela pilha de madeira perto do celeiro? Quero que você construa uma cerca bem alta ao longo do rio para que eu não precise mais vê-lo.

Acho que entendo a situação – disse o carpinteiro. Mostre-me onde estão a pá e os pregos que certamente farei um trabalho que lhe deixará satisfeito.

Como precisava ir à cidade, o irmão mais velho ajudou o carpinteiro a encontrar o material e partiu.

O homem trabalhou arduamente durante todo aquele dia medindo, cortando e pregando. Já anoitecia quando terminou sua obra.

O fazendeiro chegou da sua viagem e seus olhos não podiam acreditar no que viam. Não havia qualquer cerca!

Em vez da cerca havia uma ponte que ligava as duas margens do riacho.

Era realmente um belo trabalho, mas o fazendeiro ficou enfurecido e falou: você foi muito atrevido construindo essa ponte após tudo que lhe contei.

No entanto, as surpresas não haviam terminado. Ao olhar novamente para a ponte, viu seu irmão aproximando-se da outra margem, correndo com os braços abertos.

Por um instante permaneceu imóvel de seu lado do rio. Mas, de repente, num só impulso, correu na direção do outro e abraçaram-se chorando no meio da ponte.

O carpinteiro estava partindo com sua caixa de ferramentas quando o irmão que o contratou pediu-lhe emocionado: “espere! fique conosco mais alguns dias”.

E o carpinteiro respondeu: “eu adoraria ficar, mas, infelizmente, tenho muitas outras pontes para construir.” ;

E você, está precisando de um carpinteiro, ou é capaz de construir sua própria ponte para se aproximar daqueles com os quais rompeu contato?

Pense nisso!

As pessoas que estão ao seu lado, não estão aí por acaso.

Há uma razão muito especial para elas fazerem parte do seu círculo de relação.

Por isso, não busque isolar-se construindo cercas que separam e infelicitam os seres.

Construa pontes e busque caminhar na direção daqueles que, por ventura, estejam distanciados de você.

E se a ponte da relação está um pouco frágil, ou balançando por causa dos ventos da discórdia, fortaleça-a com os laços do entendimento e da verdadeira amizade. Agindo assim, você suprirá suas carências afetivas e encontrará a paz íntima que tanto deseja.

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