Nicholas Winton foi um humanitário e corretor da bolsa britânico que ficou conhecido como o “Schindler Britânico” por suas ações heroicas durante os primeiros estágios da Segunda Guerra Mundial.

Nascido em 19 de maio de 1909, em West Hampstead, Londres, de pais judeus que emigraram da Alemanha, Winton cresceu com um forte senso de responsabilidade social.

Em dezembro de 1938, aos 29 anos, Winton estava se preparando para uma viagem de esqui na Suíça quando recebeu um telefonema de seu amigo Martin Blake, pedindo-lhe para visitar Praga.

Blake queria que Winton visse a grave situação dos refugiados que fugiam do regime nazista na Tchecoslováquia após a anexação da região dos Sudetos pela Alemanha.

Comovido pelo que testemunhou, Winton decidiu agir para ajudar crianças judias que corriam o risco de se tornarem vítimas da perseguição nazista.
Ele começou a organizar esforços para transportar crianças da Tchecoslováquia para a segurança no Reino Unido.

Essa iniciativa ficou conhecida como a Kindertransport Tcheca. Winton trabalhou incansavelmente em um quarto de hotel em Praga, onde montou um escritório improvisado.

Ele compilou listas de crianças em necessidade, comunicou-se com autoridades britânicas e negociou com a Gestapo para a partida segura dessas crianças – uma tarefa imensamente complexa e perigosa, à medida que as tensões aumentavam na Europa.

Winton enfrentou grandes obstáculos. Ele precisou obter vistos, arrecadar fundos para as despesas de viagem e convencer as autoridades britânicas a permitir que crianças refugiadas entrassem no país em um momento em que as políticas de imigração eram altamente restritivas.

Notavelmente, ele conseguiu apoio de vários aliados, incluindo voluntários que ajudaram a processar a papelada e famílias no Reino Unido que concordaram em acolher as crianças resgatadas.

Ele também organizou o transporte por trem através da Alemanha e dos Países Baixos, atravessando o Canal da Mancha para levar as crianças à segurança.
Entre março e setembro de 1939, Nicholas Winton e sua equipe conseguiram resgatar 669 crianças, a maioria delas judias, organizando a saída de oito trens de Praga.

A Kindertransport representou uma esperança em meio a um dos períodos mais sombrios da história. Tragicamente, um nono trem com 250 crianças estava programado para partir em 1º de setembro de 1939, mas sua viagem foi cancelada devido ao início da Segunda Guerra Mundial. Essas crianças ficaram para trás e acredita-se que tenham perecido em campos de concentração.

Por décadas, os feitos extraordinários de Winton permaneceram em grande parte desconhecidos, até mesmo por sua própria família. Seu trabalho humanitário veio à tona em 1988, quando sua esposa, Grete, descobriu um antigo álbum de recortes no sótão, contendo listas das crianças que ele havia salvado, junto com fotos e registros delas. Isso levou ao reconhecimento mundial de seu heroísmo.
Winton apareceu em um programa da BBC, onde foi reunido com algumas das crianças – agora adultas – cujas vidas ele salvou. O momento emocionante consolidou seu legado e apresentou sua história ao mundo.

Ao longo de sua vida, Sir Nicholas Winton permaneceu humilde em relação às suas realizações, frequentemente dizendo que apenas “viu um problema e tentou resolvê-lo.” Ele recebeu inúmeras honrarias por seu trabalho, incluindo o título de cavaleiro concedido pela Rainha Elizabeth II em 2003 e a Ordem do Leão Branco da República Tcheca em 2014.

Apesar disso, ele continuou a defender causas humanitárias e a inspirar novas gerações com seu exemplo de coragem e compaixão. Nicholas Winton faleceu em 1º de julho de 2015, aos 106 anos, deixando um legado de esperança, humanidade e dever moral. Sua história serve como um lembrete poderoso de que as ações de um único indivíduo, movido por compaixão e determinação, podem fazer uma diferença profunda na vida de inúmeras pessoas.

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