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A verdade e a parábola

Conto judaico

Um dia, a Verdade decidiu visitar os homens, sem roupas e sem adornos, tão nua como seu próprio nome.

E todos que a viam lhe viravam as costas de vergonha ou de medo, e ninguém lhe dava as boas-vindas.

Assim, a Verdade percorria os confins da Terra, criticada, rejeitada e desprezada.

Uma tarde, muito desconsolada e triste, encontrou a Parábola, que passeava alegremente, trajando um belo vestido e muito elegante.

— Verdade, por que você está tão abatida? ? perguntou a Parábola.

— Porque devo ser muito feia e antipática, já que os homens me evitam tanto! ? respondeu a amargurada Parábola.

— Que disparate! ? Sorriu a Parábola. ? Não é por isso que os homens evitam você. Tome. Vista algumas das minhas roupas e veja o que acontece.

Então, a Verdade pôs algumas das lindas vestes da Parábola, e, de repente, por toda parte onde passava era bem-vinda e festejada.

Os seres humanos não gostam de encarar a Verdade sem adornos. Eles preferem-na disfarçada.

A Verdade, a Mentira, o Fogo e a Água (Lenda Etíope)

Há muito tempo, a Verdade, a Mentira, o Fogo e a Água estavam viajando e chegaram a um rebanho de gado.

Discutiram o assunto e chegaram à conclusão de que seria melhor dividir o rebanho em quatro partes iguais para que cada um pudesse levar consigo uma quantidade igual de animais.

Mas a Mentira era gananciosa e arquitetou um plano para ficar com uma parte maior.

— Ouça o meu conselho – sussurou ela, puxando a Água para um canto.

— O Fogo está planejando queimar toda a relva e as árvores das suas margens para conduzir seu gado pelas planícies e ficar com os animais para si.

Se eu fosse você, acabaria com ele logo agora, e assim repartiríamos a parte dele entre nós.

A Água foi tola o suficiente para acatar o conselho da Mentira e lançou-se sobre o Fogo, apagando-o.

E a Mentira dirigiu-se em seguida para a Verdade, sussurando-lhe :

— Veja só o que fez a Água ! Acabou com o Fogo para ficar com o gado dele. Não deveríamos associar-nos a alguém assim. Deveríamos pegar todo o gado e partir para as montanhas.

A Verdade acreditou nas palavras da Mentira e concordou com seu plano.

E, juntas, levaram o gado para as montanhas.

— Esperem por mim – disse a Água, correndo no se encalço, mas é claro que não conseguiu correr morro acima.

E foi deixada para trás, no vale.

Ao chegarem no topo da montanha mais alta, a Mentira virou-se para a Verdade e pôs-se a rir.

— Consegui enganá-la, sua idiota ! – disse ela, soltando uma risada estridente.

— Agora você vai me dar todo o gado e será minha escrava, ou eu a destruirei.

— Ora essa ! Você me enganou – admitiu a Verdade. Mas eu jamais serei sua escrava.

E as duas brigaram; e enquanto se batiam, os trovões ecoavam pelas montanhas.

As duas se agrediram como o quê, mas nenhuma conseguiu destruir a outra.

Acabaram decidindo chamar o Vento para decidir quem seria a vencedora da disputa.

E o Vento subiu a montanha a todo velocidade, e escutou o que ambas tinham a dizer.

E por fim falou:

— Não me cabe apontar a vencedora.

A Verdade e a Mentira estão fadadas à disputa. Às vezes, a Verdade ganhará; outras vezes a Mentira prevalecerá; neste caso, a Verdade deverá se erguer e tornar a lutar.

Até o fim do mundo, a Verdade deverá combater a Mentira e jamais buscar o descanso ou baixar a guarda; caso contrário, será aniquilada para sempre.

Assim é que a Verdade e a Mentira continuam lutando até hoje.

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

Autobiografia em advérbios

NIVALDO PEREIRA

Já dei um abraço em Hermeto Pascoal. Já tive um fusca verde-água chamado Bugrelau. Já pulei fogueira de São João. Já fui mordido por dois cachorros. Já passei de ônibus pela cidade maranhense de Imperatriz. Já perdi a conta de quantas vezes vi o filme Hair. Já acampei em Mangue Seco. Já tomei um porre medonho de licor de maracujá. Já li catecismos do Carlos Zéfiro. Já me escondi debaixo da cama. Já caminhei na Muralha da China. Já contei estrelas e tive medo de criar verrugas nos dedos. Já fui míope e quebrei os óculos. Já fui rezado contra mau-olhado. Já li fotonovelas. Já tomei choque elétrico em torneira de chuveiro. Já fiquei 15 dias mancando de uma perna depois de uma injeção de Benzetacil. Já acordei tarde no dia da última prova de um vestibular. Já aprendi a levantar depois de um escorregão.

Nunca aprendi direito a empregar o past perfect do inglês. Nunca li Proust. Nunca gostei muito de bossa nova. Nunca tive ambição de ser milionário. Nunca quis conhecer os Estados Unidos. Nunca subi no Cristo Redentor. Nunca fui a Manaus. Nunca voei de helicóptero. Nunca comi pato no tucupi. Nunca provei cachaça com cobra dentro da garrafa. Nunca acreditei em Papai Noel. Nunca imaginei que um dia viesse morar em Caxias do Sul. Nunca soube diferenciar um Monet de um Manet. Nunca deixei de gostar da voz de Gal Costa. Nunca usei jeans rasgado que não fosse pelo tempo de uso. Nunca tive tolerância com gente que pede desculpas por tudo. Nunca esqueci do remorso sentido depois de matar um passarinho com estilingue. Nunca farei tatuagem porque tenho horror a agulhas. Nunca considerei a palavra nunca um fim para sempre.

Não sei dançar conforme a música. Não sei assoviar vaiando. Não sei estalar os dedos para indicar intensidade. Não morro de amores por bife à milanesa. Não tenho paciência para ler manuais de instruções. Não gosto de noites de domingo em frente à televisão. Não admito que falem mal do Odair José. Não consigo disfarçar o medo quando raramente monto a cavalo. Não discuto crenças nem religiões. Não acho graça em tomar cerveja sozinho. Não suporto crediários. Não recebo panfletos distribuídos na rua. Não tenho disciplina para praticar esportes. Não vejo filmes com Mel Gibson. Não tenho a menor vocação para pechinchar. Não sei tocar nenhum instrumento. Não sinto fome logo que acordo. Não tomo leite puro. Não tenho medo de avião. Não tenho coragem de saltar de pára-quedas. Não vejo problema em sempre mudar de opinião.

Quase morri depois de um sarampo. Quase morri de novo depois de outro sarampo. Quase acertei o terno da loto na única vez em que joguei. Quase acreditei que devia ser publicitário e não jornalista. Quase enlouqueço quando escuto a transmissão de um jogo de futebol pelo rádio. Quase perco a compostura se falam comigo gritando. Quase espumo de raiva quando sou acordado cedo por alguma ligação de telemarketing. Quase constipei de tanto chorar na cena final de La Strada de Fellini. Quase gaguejei de emoção ao apertar a mão calorosa de Mercedes Sosa. Quase fui ao delírio quando vi uma montagem londrina de Jesus Cristo Superstar. Quase explodi de encantamento entre vaga-lumes numa certa noite estrelada da Chapada dos Veadeiros. Quase vivo implicando comigo mesmo por não saber ao certo o ponto de conter e o de ultrapassar as intensidades da vida.

Ainda hei de conhecer o Alasca. Ainda quero ler Proust. Ainda quero me comunicar sem as restrições do idioma. Ainda espero viver sem ter medo do próximo. Ainda sonho com a casa de amplo quintal e fértil jardim. Ainda pretendo caminhar bastante por esses chãos de Deus. Ainda vou rir e chorar outras vezes com Giulietta Masina em Noites de Cabíria. Ainda quero inventar macaquices com as crianças pequenas. Ainda quero aprender a tocar um instrumento. Ainda desejo passar muitas tardes em Itapuã. Ainda tenho no pé esquerdo a cicatriz de um caco de vidro da infância. Ainda guardo a lembrança do primeiro banho de rio. Ainda dói quando lembro daquele passarinho morto. Ainda gosto de contos de fadas e de mitologia. Ainda anseio explorar outros eus de mim. Ainda voarei de paraglider. Ainda perderei todo e qualquer medo de viver feliz.

A última corda

ERA UMA VEZ um grande violinista chamado PAGANINI. Alguns diziam que ele era muito estranho. Outros, que era sobrenatural. As notas mágicas que saíam de seu violino tinham um som diferente, por isso ninguém queria perder a oportunidade de ver seu espetáculo. Numa certa noite, o palco de um auditório repleto de admiradores estava preparado para recebê-lo. A orquestra entrou e foi aplaudida. O maestro foi ovacionado. Mas quando a figura de Paganini surgiu, triunfante, o público delirou. Paganini coloca seu violino no ombro e o que se assiste a seguir é indescritível. Breves e semibreves, fusas e semifusas, colcheias e semicolcheias parecem ter asas e voar com o toque daqueles dedos encantados.

DE REPENTE, um som estranho interrompe o devaneio da platéia. Uma das cordas do violino de Paganini arrebenta. O maestro parou. A orquestra parou. O público parou.

Mas Paganini não parou.

Olhando para sua partitura, ele continua a tirar sons deliciosos de um violino com problemas. O maestro e a orquestra, empolgados, voltam a tocar. Mal o público se acalmou quando, DE REPENTE, um outro som perturbador derruba a atenção dos assistentes. Uma outra corda do violino de Paganini se rompe. O maestro parou de novo. A orquestra parou de novo

Paganini não parou.

Como se nada tivesse acontecido, ele esqueceu as dificuldades e avançou, tirando sons do impossível. O maestro e a orquestra, impressionados voltam a tocar. Mas o público não poderia imaginar o que iria acontecer a seguir. Todas as pessoas, pasmas, gritaram OOHHH! Que ecoou pela abobadilhada daquele auditório. Uma terceira corda do violino de Paganini se quebra. O maestro pára. A orquestra pára. A respiração do público pára.

Mas Paganini não pára.

Como se fosse um contorcionista musical, ele tira todos os sons da única corda que sobrara daquele violino destruído. Nenhuma nota foi esquecida. O maestro empolgado se anima. A orquestra se motiva. O público parte do silêncio para a euforia, da inércia para o delírio.

Paganini atinge a glória.

Seu nome corre através do tempo. Ele não é apenas um violinista genial. É o símbolo do profissional que continua diante do impossível.

As palavras mágicas

Letícia Thompson

Palavras mágicas são aquelas que abrem portas. Nada complicado como abracadabra ou qualquer coisa do gênero. São aquelas simples mesmo dia-a-dia e que ficam tão corriqueiras que muitas vezes nos esquecemos.

É incostestável o poder das palavras nas nossas vidas. As que dizemos e as que calamos; as que saem do olhar, as que são ditas com lágrimas, as que fluem de um sorriso, as que são gritadas em silêncios que machucam…

… e aquelas tão simples que parecem banais demais, mas que nos tornam pessoas educadas, simpáticas, agradáveis e que nem precisam de estudos ou sermos adultos para que façam parte do nosso vocabulário.

Um “obrigado” substitui centenas de outras palavras; um “bom dia” pode ser o primeiro raio de sol na nossa janela, assim como um “boa noite” o último raio de luar da noite.”Com licença” abre caminhos e “perdão” e “desculpe” derretem corações e podem trazer oportunidades que estavam perdidas para sempre. O “por favor” faz hesitar o mais endurecido dos corações e pode até fazer com que mude de idéia.

“Você é importante pra mim” eleva a auto-estima; “você vai vencer” nos dá coragem para prosseguir e, enfim, as mais poderosas de todas as palavras: “amo você!” Nessas palavras estão incluídos dicionários inteiros, até mesmo com as palavras que desconhecemos.

A gentileza é uma arte que não nos custa nada e que nos trás enormes benefícios. O mundo não nos pertence e não vivemos isolados como ilhas no meio do oceano. Fazer uso das palavrinhas mágicas no nosso dia-a-dia não só vai nos tornar pessoas mais simpáticas, vai também construir pontes entre nós e aqueles que o Senhor escolheu para fazerem parte da história da nossa vida.

Enviado por Renato J.G.Filho

As Palavras

Cuide das palavras que você profere, porque:
Uma palavra impensada pode provocar a discórdia.
Uma palavra cruel pode destruir uma vida.
Uma palavra amarga pode provocar ódio.
Uma palavra brusca pode romper um relacionamento.
Uma palavra agradável pode suavizar o caminho.
Uma palavra a tempo pode poupar um esforço.
Uma palavra alegre pode iluminar o dia.
Uma palavra com amor e carinho pode mudar uma atitude…
Com uma palavra podemos perder Ou ganhar um amigo!

As flores encomendadas

Um grande carro de luxo parou diante do pequeno escritório à entrada do cemitério e o chofer, uniformizado, dirigiu-se ao vigia.

— Você pode acompanhar-me, por favor? É que minha patroa está doente e não pode andar, explicou. Quer ter a bondade de vir falar com ela? Uma senhora de idade, cujos olhos fundos não podiam ocultar o profundo sofrimento, esperava no carro.

— Nestes últimos dois anos mandei-lhe cinco dólares por semana.

— Para as flores, lembrou o vigia.

— Justamente. Para que fossem colocadas na sepultura de meu filho.

— Vim aqui hoje, disse um tanto consternada, porque os médicos me avisaram que tenho pouco tempo de vida. Então quis vir até aqui para uma última visita e para lhe agradecer.

O funcionário teve um momento de hesitação, mas depois falou com delicadeza: — Sabe, minha senhora, eu sempre lamentei que continuasse mandando o dinheiro para as flores.

— Como assim? Perguntou a senhora.

— É que… A senhora sabe… As flores duram tão pouco tempo, e afinal, aqui, ninguém as vê…

— O senhor sabe o que está dizendo? Retrucou a senhora.

— Sei, sim minha senhora. Pertenço a uma associação de serviço social, cujos membros visitam os hospitais e os asilos. Lá, sim, é que as flores fazem muita falta. Os internados podem vê-las e apreciar seu perfume.

A senhora deixou-se ficar em silêncio por alguns segundos. Depois, sem dizer uma palavra, fez um sinal ao chofer para que partissem.

Apenas alguns meses depois, o vigia foi surpreendido por outra visita. Duplamente surpreendido porque, desta vez, era a própria senhora que vinha guiando o carro.

— Agora eu mesma levo as flores aos doentes, explicou-lhe, com um sorriso amável. O senhor tem razão. Os enfermos ficam radiantes e faz com que eu me sinta feliz. Os médicos não sabem a razão da minha cura, mas eu sei: é que eu reencontrei motivos para viver. Não esqueci meu filho, pelo contrário, dou as flores em seu nome e isso me dá forças.

Esta senhora descobrira o que quase todos não ignoramos, mas muitas vezes esquecemos. Auxiliando os outros, conseguirá auxiliar-se a si própria.

As ações e decisões de hoje…

Texto de Aldo Novak

O que fizermos hoje, ecoará pela eternidade. (General Maximus Decimus Meridius, em Gladiator, cena I)

As próximas horas serão as mais importantes da sua vida.

Todas as suas linhas de existência serão influenciadas, em menor ou maior grau, pelas pequenas e grandes decisões e ações que você executar hoje; pelos telefonemas que você der, ou não der; pelos e-mails que você enviar, ou deletar; pelos sorrisos que você distribuir – ou pelo mau humor que você espalhar; pelas pessoas que você cativar e por aqueles que decida afastar; pelos compromissos que você assumir ou por aqueles dos quais venha a fugir.

Os convites que você fizer, ou aqueles a quem você não convidar, mudarão suas linhas da vida. O mesmo acontece com os convites que você aceitar, ou dos quais venha a declinar.

Cada ação sua nessas próximas horas, boa ou má, influenciará resultados futuros que podem acontecer amanhã, na próxima semana, no próximo ano ou dentro de uma ou duas décadas.

Vários desses resultados acontecerão em momentos e lugares tão distantes que você nunca saberá que tudo começou no dia de hoje, jamais entendendo os caminhos que sua ação tiver percorrido, até voltar a tocar sua vida, ou a vida de outros. Por não entender tais caminhos você os chamará de sorte, ou azar, de bênção divina ou fúria dos deuses. Ainda assim, serão resultados somente.

Coisas boas ou más, criadas por você nas próximas horas, voltarão como um bumerangue, em momentos absolutamente imprevisíveis, mas matematicamente precisos.

Aproveite os próximos minutos para organizar suas decisões e escolher os melhores caminhos.

Aproveite para agir – não necessariamente nos caminhos mais fáceis, não nos mais divertidos, não nos mais prazerosos.

Agir nos melhores caminhos .

Como diz o personagem do General Maximus Decimus Meridius , em Gladiador, cena I, Tudo aquilo que você fizer hoje, realmente ecoará pela eternidade.

Até mesmo ter lido a este texto.

A sabedoria do vira-latas

Uma velha senhora foi para um safari na África e levou seu velho vira-lata com ela.

Um dia, caçando borboletas, o velho cão, de repente, deu-se conta de que estava perdido.

Vagando a esmo, procurando o caminho de volta, o velho cão percebe que um jovem leopardo o viu e caminha em sua direção, com intenção de conseguir um bom almoço ..

O cachorro velho pensa:

— Oh, oh! Estou mesmo enrascado! Olhou à volta e viu ossos espalhados no chão por perto. Em vez de apavorar-se mais ainda, o velho cão ajeita-se junto ao osso mais próximo, e começa a roê-lo, dando as costas ao predador …

Quando o leopardo estava a ponto de dar o bote, o velho cachorro exclama bem alto:

— Cara, este leopardo estava delicioso! Será que há outros por aí?

Ouvindo isso, o jovem leopardo, com um arrepio de terror, suspende seu ataque, já quase começado, e se esgueira na direção das árvores.

— Caramba! pensa o leopardo, essa foi por pouco! O velho vira-lata quase me pega!

Um macaco, numa árvore ali perto, viu toda a cena e logo imaginou como fazer bom uso do que vira: em troca de proteção para si, informaria ao predador que o vira-lata não havia comido leopardo algum.. .

E assim foi, rápido, em direção ao leopardo. Mas o velho cachorro o vê correndo na direção do predador em grande velocidade, e pensa:

— Aí tem coisa!

O macaco logo alcança o felino, cochicha-lhe o que interessa e faz um acordo com o leopardo.O jovem leopardo fica furioso por ter sido feito de bobo, e diz:

— Aí, macaco! Suba nas minhas costas para você ver o que acontece com aquele cachorro abusado!

Agora, o velho cachorro vê um leopardo furioso, vindo em sua direção, com um macaco nas costas, e pensa:

— E agora, o que é que eu posso fazer?

Mas, em vez de correr (sabe que suas pernas doloridas não o levariam longe…) o cachorro senta, mais uma vez dando costas aos agressores, e fazendo de conta que ainda não os viu, e quando estavam perto o bastante para ouvi-lo, o velho cão diz:

— Cadê aquele desgraçado do macaco? Tô morrendo de fome! Ele disse que ia trazer outro leopardo para mim e não chega nunca!

Moral da história: não mexa com cachorro velho… idade e habilidade se sobrepõem à juventude e intriga. Sabedoria só vem com idade e experiência.

A roupa não faz o homem

Mahatma Gandhi só usava uma tanga, a fim de se identificar com as massas simples da Índia.

Certa vez, ele chegou assim vestido, numa festa dada pelo governador inglês. Os criados não o deixaram entrar. Ele voltou para casa e enviou um pacote ao governador, por um mensageiro.

O governador ligou para a casa dele e perguntou-lhe o significado do embrulho.

O pequeno grande homem respondeu:

“Fui convidado para a sua festa, mas não me permitiram entrar por causa da minha roupa. Se é a roupa que vale, eu lhe envio o meu terno.”

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