Maurício Cintrão
O tempo passa e as mulheres maduras continuam me encantando.
Aliás, o encantamento é cada vez maior.
Essa coisa de menininha bonitinha é para quem tem energia demais para desperdiçar.
Prefiro o manejo racional de recursos.
Mais do que isso, já estou na fase de pensar na preservação das minhas espécies em extinção.
Não sou a Mata Atlântica, e já não tenho aquela lenha toda.
Depois de uma certa idade, a gente deixa de lado o interesse superficial.
Beleza continua sendo fundamental. Mas precisa ter aquele olhar da experiência, da loba.
Precisa ter conteúdo.
E isso só o tempo traz. É por essas e por outras que sou mais a Ana Maria Braga do que a Daniella Cicarelli.
Eu sei, eu sei. Muitos dos meus amigos vão dizer que só falo isso porque estou longe das duas.
Porque, se pudesse escolher, eu preferiria a VJ modeladinha à apresentadora global.
Pois eu reafirmo a escolha.
Na emergência, é a categoria de quem já fez que conta.
Com o charme característico de quem já viveu do bom e do ruim. É uma escolha que não tem a ver apenas com a idade.
Tem a ver com a maneira de enxergar o mundo.
Prefiro a mulher deslumbrante à deslumbrada.
Aquela que define o parceiro pelo faro e não pelo marketing. Por exemplo, que prefira a mim e não ao Leonardo Di Caprio.
E eu tenho a certeza de que não estou sozinho nessa maneira de pensar.
Veja o Gianechinni, por exemplo. Com tanta gatinha dando em cima, ele preferiu a Gaby. Belíssima escolha, aliás.
Menino ajuizado e de bom gosto.
Porque, nesses casos, não é preciso perder tempo explicando nada.
A gente vai lá e ama o amor sem legenda, sem tecla SAP, sem dicionário.
O importante não é a roupa da moda, mas o beijo de entrega. Não interessam as bobaginhas de butique, mas a maneira de abraçar.
Um olhar vale mais do que mil conversas.
Uma conversa vale por uma noite de amor. É difícil de explicar essas sutilezas para a molecadinha.
Imaginem este dinossauro tentando dizer para a gatinha turbinada que é preciso criar um clima, ter luz difusa e muito beijo demorado.
Não funciona, nem fazendo desenhinho. É uma questão hormonal.
Você que é mais jovem, vai entender disso no futuro.
Mulher interessante tem que ter mais de 30, sem limite de idade para continuar em forma. É aquela tiazona de quem você ri agora. É riso histérico de novato diante de uma grande verdade da natureza.
Maurício Cintrão é jornalista e cronista