Como anda você? Está sempre on-line, conectado às redes sociais, sabendo de quase tudo a respeito do que fazem seus amigos e os amigos dos seus amigos? Sempre em dia com as fofocas, em tempo real?
Você é daqueles que não pode ficar desconectado em momento algum, pois teme perder a notícia mais recente?
Você tem centenas e centenas de amigos virtuais e se vangloria disso?
Entre esses, é possível que se encontrem pessoas que jamais viu, nem tem bem clara a ideia de onde vivem, o que verdadeiramente apreciam.
Também, com certeza, amigos de muito tempo.
Responda agora: há quanto tempo vocês não se encontram pessoalmente?
Entretanto, o contato pessoal é muito importante, pois nada substitui o calor de um abraço, um olhar profundo de olhos nos olhos.
Assim, não deixe escapar a chance de sentir o calor de um aperto de mão, a agradável sensação de ouvir o coração do amigo batendo apressado, ante a emoção do reencontro.
Aproveite esses momentos, promova-os e viva-os em totalidade.
E, quando sair de casa, aproveite para observar o seu entorno. Deixe o aparelho eletrônico no bolso ou na bolsa.
Você está habituado a receber diariamente, via virtual, dezenas de imagens espetaculares, de lugares paradisíacos e com elas se extasia.
No entanto, você deixa de apreciar o jardim da sua casa, os canteiros da rua por onde transita.
Percebeu que uma rosa amarela desabrochou e derrama pétalas coloridas, atapetando o chão?
Notou que o vento da noite arrancou as folhas dos arbustos e preparou um delicado ninho de fofura sobre a grama?
Deu-se conta de que a árvore balança seus ramos, em saudação a você, que passa?
Sentiu como a ramagem exala delicado e característico perfume, em resposta ao fustigar da chuva da madrugada?
Se você está com amigos, desligue o celular, esqueça o Ipad, fique off-line.
E conecte-se, fique on-line com quem está com você. Olhos nos olhos, converse, ouça.
Já se disse que a voz humana é o mais excelente instrumento musical que existe sobre a Terra. Sirva-se dele como quem dedilha as cordas ou acaricia um teclado.
Ouça e grave, na acústica da alma, a voz dos seus amigos, cada qual com seu timbre particular.
Ouça o que dizem. Eles poderão narrar detalhes da viagem fantástica, que realizaram há pouco e você compartilhará do seu entusiasmo.
Ou, quem sabe, lhes ouvirá o relato das dores que os abraçam e lhes poderá enxugar algumas lágrimas.
Um dia, quando a solidão o envolver, você poderá fechar os olhos, acionar as lembranças e ouvir o cristalino som do riso ou o balbuciar de um soluço.
Isso é viver, conviver.
Pense nisso. Analise. E ponha em prática, hoje ainda. Telefone. (Não mande um torpedo nem digite uma mensagem). Telefone e combine uma saída com seus amigos, com seus primos, sobrinhos.
Delicie-se com os sorrisos, com a companhia. Depois, repita isso várias outras vezes, plenificando-se de felicidades, sentindo a irresistível vontade de reprisar as mesmas e salutares emoções, que alimentam a alma e alegram as horas.
Colaboração: Lúcia Maria Malta