Preocupações

Paulo Roberto Gaefke

Às vezes nos ligamos em coisas tão pequenas, que perdemos a direção das mais importantes.

São situações corriqueiras que nos incomodam demais, levam a discussões inúteis que, por vezes, chega a machucar.

Guardamos mágoas, levamos rancores, ficamos de mal, tudo em nome de um “orgulho besta” que nem sempre, admitimos, pois “nos julgamos” superiores, livres dos males do mundo.

Quanta pretensão, não é mesmo?

Por isso, é importante assumir as nossas fraquezas: sentimos tudo o que os outros também sentem, raiva, ódio, inveja, desprezo, nojo, tristeza, alegria, orgulho, certezas e dúvidas, tudo que é próprio do ser humano.

E isso é natural…

Lógico que estamos aqui para evoluir e aprendermos, seja pelo amor, ou pela dor, que os sentimentos mesquinhos, nos levam ao isolamento, ao sofrimento inútil.

Por isso, concentre-se no bem que possa ser feito, na palavra que pode ser bem dita, no abraço fraterno que consola e encerra discussões, no amor que podemos desenvolver por qualquer pessoa, na admiração que podemos ter por nós mesmos, na certeza de que somos espelhos, evangelizadores através dos nossos atos e atitudes.

Sendo assim, preocupe-se com você.

Não se descabele por situações que não mudam.

Mude você!

Plenitude de tudo!

Paulo Roberto Gaefke

É impossível viver a plenitude da alegria, ou mesmo gozar a eternidade do momento, se você não se fixar no instante que está vivendo.

É como uma prova de matemática, se você não se concentrar vai ter que ler e reler diversas vezes o problema, e pior, não vai conseguir resolver.

Já notou que gravamos as piores coisas que nos acontecem, levamos anos e anos para perdoar alguém, demoramos uma eternidade para esquecer o que doeu, o relacionamento que não deu certo, o emprego frustrado, o amigo que não fez o que esperávamos, tudo que é ruim fica com ares de eternidade!

Já as alegrias, aqueles momentos gostosos da vida, são apagados pelos dias que se sucedem, no máximo viram uma foto na sala.

O que comemos na última ceia de Natal? O que vestimos naquele encontro tão especial? Quando foi a sua última gargalhada?

Jogue fora tudo que não lhe traz contentamento, se encha de esperança, de novos e belos sonhos.

E nesse dia que começa com sol ou com chuva, é na verdade, um convite para despertar, vestir a sua melhor roupa, estampar um sorriso, esquecer velhas mágoas e renovar-se.

Você é o sol, e o dia é a praia, a sua vontade de ser feliz é o mar, que passa na areia das mágoas, levando embora dores e recordações, trazendo tudo novo: amor, vida e esperança, pra você recomeçar, para um novo tempo: em você, por você e pra você!

A arte de calar e de não ver

Huberto Rohden

Não te esqueças, amigo ignoto, de que todo homem, mesmo o mais positivo e dinâmico, é essencialmente fraco, indigente, necessitado de socorro.

Todo homem tem as suas horas de solidão interior, horas de trevas e desânimo, horas de desorientação e negro pessimismo.

É preciso que saibas adivinhar, nos olhos e na alma do próximo, essas horas soturnas…

Deves saber quando convém visitá-lo – e quando convém deixá-lo a sós…

Quando falar com ele – e quando calar com ele…

Quando o animar – e quando o tolerar, porque até os santos devem ser tolerados…

É preciso que saibas ver a seu tempo – e não ver o seu tempo…

É preciso que saibas silenciar em face das suas derrotas íntimas – e fechar os olhos ante as suas fraquezas…

Quem espera de seu irmão perfeição absoluta cairá de decepção em decepção – e está sempre disposto a lhe tirar do olho o argueiro.

Há na vida de todo mortal momentos trágicos em que se apagam todos os faróis da praia, em que se eclipsam todas as estrelas do firmamento, em que vacilam todas as colunas sob a veemência do terremoto…

Há na vida humana transes de suprema angústia em que o pobre mártir do próprio ego tem de disfarçar com a serenidade dum sorriso convencional o candente vulcão da sua tragédia interior…

Nem sempre a sociedade permite ao homem ser o que ele é…

Feliz de quem encontra uma alma compreensiva no meio da incompreensão!

Feliz de quem sabe ignorar, na discreta reticência de um grande amor, aquilo que desune os homens e acende nas almas infernos de infelicidade!

Muitos são os homens que enxergam com admirável precisão – poucos os que sabem ser cegos quando convém…

Eterno silêncio envolve os cumes excelsos das grandes montanhas – e as ínfimas profundezas do mar…

Muitos são os mais humanos e os mais divinos momentos da vida – os abismos da dor e as alturas do amor.

Nas mais altas alturas e nas mais profundas profundezas do seu ser – o homem está só…

E a sós consigo e com Deus tem de resolver os mais trágicos problemas da vida…

Ninguém o pode acompanhar nessa grande solidão…

Nem pai nem filho…

Nem esposo nem esposa…

Nem irmão nem amigo…

Ele está só com Deus…

Questão de Opção

Ângela Eveline B.M. Santos

A vida é um longo rosário de escolhas de decisões e resoluções que temos de tomar, no livre exercício do nosso arbítrio.

Ninguém pode escolher por nós ou pegar-nos pela mão e nos conduzir ao nosso destino.

Precisamos pensar, porque é pensando que escolhemos e é escolhendo que vivemos. Hoje é a opção entre o bem e o mal, amanhã será o impasse entre a dor e o prazer, depois virá a decisão entre o progresso e a estagnação, como ontem foi a escolha entre a luz e a sombra.

Há sempre duas ou mais alternativas que nos compete examinar. Para decidirmos acertadamente, é necessário examinar cada caminho que se nos oferecem, verificar onde nos levam, como poderemos percorrê-lo e porque nos convém seguir este e não aquele.

Se resolvermos pelo caminho do bem, teremos o mérito da vitória alcançada; se decidirmos pelo mal, ficaremos com a responsabilidade e o ônus dos nossos erros.

Mas é assim que evoluímos e treinamos a nossa vontade. Sem isso não seríamos humanos, seríamos máquinas.

O livre arbítrio é uma faculdade indispensável ao ser humano e, por mais imperfeito que seja, ele tem a consciência do ato que pratica – se é bom ou se é mau.

A alegação de ignorância não atenua determinados erros cometidos em função do livre arbítrio, pois todo Espírito traz a Lei de Deus escrita na consciência.

Tanto é fato que, diante de certos impasses, sentimo-nos incomodados e a consciência – uma espécie de censor natural – nos alerta quando pretendemos ferir o Código Divino, abusando do nosso livre arbítrio.

Através do uso da inteligência e com um pouco de boa vontade conseguimos distinguir o bem e o mal.

No que diz respeito a outrem, basta aplicar o preceito evangélico que recomenda examinar o que gostaríamos que nos fizessem ou deixassem de fazer.

Quanto ao procedimento pessoal, embora seja mais difícil, as lições diárias convidando à sobriedade, a fim de não ultrapassarmos os limites das necessidades naturais, aí estão ao alcance de todos.

É verdade que existem pessoas que se encontram em meio onde o crime e o vício são constantes tentações, mas é preciso lembrar que quanto maior a dificuldade a vencer, maior o mérito.

Com perseverança e vontade firme, pensando com critério justo, deixamos de fazer o mal e passamos a praticar o bem. Temos para isso o livre arbítrio, nossa liberdade de escolha.

Somos nós os autores do nosso próprio destino. Afirmou Jesus: “A cada um segundo as suas obras.”

O Amor

Que apesar de todas as dificuldades, apesar de algumas tristezas que insistem, que mesmo com essa montanha erguida, o sol possa ser seu presente mais doce.

Desejo ao seu coração o querer que ele quer. Que nas palavras que ele sussurra dentro do seu peito, sejam ouvidas aquelas que têm sabor de liberdade.

Que você esteja atento para o sopro da sua vontade real, e jamais desista dos seus passos em direção à verdade.

Desejo que a sua percepção acorde mais plena no calor de um sol novo e renovador. Que ele lhe encoraje às atitudes que estão querendo respirar.

Aquelas que sempre são substituídas. Aquelas que não se arrojam por ter os pesos de conceitos por demais antigos.

Desejo que você aceite seu tempo, seja ele qual for. Que sinta serenidade na espera necessária para que a semente plantada brote no tempo certo.

Desejo então que sua flor seja inteira, e mesmo que inicialmente pequena e frágil, ela lhe traga as luzes de uma estrada azul. Que a sua sabedoria esteja despertada aguardando com tranquilidade o desabrochar da sua flor.

Em paz, em cadência ritmada, com o aprendizado que vem chegando. Em mais suaves permissões a você. Em muito mais reconhecimento da sua coragem.

Desejo à você um sol diferente.

Espalhando seu sorriso pela densidade das nuvens, simplificando o aspecto complicado de alguns momentos e mostrando-lhe a fonte essencial para a sua sede.

Desejo que a cada instante você desnude mais seu coração e deixe que nele vibre em tom maior: o AMOR.

O amor na sua expressão mais simples. Que não mede, não faz contas e que tem o poder de lhe erguer acima de todas as montanhas escuras.

Arriscar é Viver

Soren Kiekegaard

Rir é arriscar-se a parecer louco.

Chorar é arriscar-se a parecer sentimental.

Estender a mão para o outro é arriscar-se a se envolver.

Expor seus sentimentos é arriscar-se a expor seu eu verdadeiro.

Amar é arriscar-se a não ser amado.

Expor suas idéias e sonhos ao público é arriscar-se a perder.

Viver é arriscar-se a morrer…

Ter esperança é arriscar-se a sofrer decepção.

Tentar é arriscar-se a falhar.

Mas…

é preciso correr riscos.

Porque o maior azar da vida é não arriscar nada…

Pessoas que não arriscam, que nada fazem, nada são.

Podem estar evitando o sofrimento e a tristeza.

Mas assim não podem aprender, sentir, crescer, mudar, amar, viver…

Acorrentadas às suas atitudes, são escravas;

Abrem mão de sua liberdade.

Só a pessoa que se arrisca é livre…

“Arriscar-se é perder o pé por algum tempo. Não se arriscar é perder a vida…”

Qualidade de Vida – Quatro orientadores

Os cinco mandamentos de Mauricio Hirata, clínico geral

  1. Arrume um espaço na agenda para fazer ginástica, como o horário do almoço
  2. Coma alimentos saudáveis. Se for o caso, leve a comida de casa
  3. Ponha um comedouro para pássaros na janela de sua casa ou apartamento e observe os movimentos dos animais. “É excelente para relaxar”
  4. Não perca muito tempo de seu dia no trânsito. Se você mora longe do trabalho, mude-se para mais perto
  5. Deixe a janela do quarto entreaberta se você tem dificuldade em acordar de manhã. A luz ajuda o cérebro a perceber que já é dia

Os cinco mandamentos de Tânia Rodrigues, nutricionista:

  1. Acostume-se a beber mais água. Deixe uma garrafa de meio litro sobre a mesa de trabalho e outra dentro do carro
  2. Inclua pelo menos três frutas na alimentação diária. Elas garantem quantidades mínimas de vitaminas, fibras e minerais, que ajudam a prevenir diversos tipos de câncer
  3. Não saia de casa sem se alimentar. Se sua refeição for apenas um cafezinho, pelo menos acrescente um pouco de leite à xícara
  4. O jantar deve ser a refeição mais leve do dia. Se você tem mais fome à noite, faça um esforço e coma menos nesse horário.. O corpo se acostumará e você terá mais apetite de manhã
  5. Coma uma pequena porção de algum alimento rico em carboidrato trinta minutos antes das atividades físicas. Isso vai melhorar seu rendimento.

Os cinco mandamentos de Hong Jin Pai, acupunturista

  1. Reclamar da vida só causa stress. Em vez de resmungar porque faz frio, vista um agasalho
  2. Passamos a maior parte do dia no trabalho. Por isso, você precisa amar o que faz
  3. Aproveite o trânsito para escutar alguma música de que goste, estudar um idioma ou, se não estiver dirigindo, ler
  4. Seja otimista. Lembre-se de que todas as crises são passageiras
  5. A terceira idade deve ser a melhor fase da vida. Estude, exercite-se e leia. Ficar parado só acelera o envelhecimento

Os dez mandamentos de Nuno Cobra, preparador físico

  1. Durma pelo menos oito horas e tente acordar sem despertador. “Ele é uma agressão ao organismo”
  2. Alimente-se em pequenas quantidades a cada três horas.
  3. Cheire a comida, pegue as folhas com as mãos e mastigue o mais devagar possível
  4. Exerça alguma atividade física pelo menos três vezes por semana. Uma hora de caminhada pode ser praticada por qualquer pessoa, em qualquer lugar, e é suficiente para obter os benefícios do esporte
  5. Evite ficar nervoso. Em situações de stress, experimente bocejar e espreguiçar
  6. Dedique pelo menos quinze minutos do dia à meditação. Escolha um local silencioso, sente-se numa posição confortável e se esqueça da vida
  7. Tome ao menos dois banhos frios por dia. Esse hábito é energizante
  8. Nenhum tratamento irá funcionar se você não abandonar seus vícios, a começar pelo cigarro
  9. Quando fizer exercícios físicos, concentre-se apenas neles. Não leia enquanto pedala na bicicleta nem ouça música enquanto corre
  10. Preste atenção ao fluxo de ar que entra e sai de seu pulmão e procure respirar mais profundamente
  11. Faça elogios com mais freqüência. Essa tática funciona como um ímã e faz com que todos queiram estar a seu lado.

Pé no Freio

James Luz

Quando vamos adquirir um veículo, sempre nos preocupamos com a potência, quantidade de marchas, a velocidade que alcança, etc.

Então fiquei a refletir naquele momento em um engarrafamento, e pude sentir que o mais importante naquele veículo não era o acelerador, e sim o freio.

Parece um contra-senso, mas todas as vezes que pretendemos comprar um carro, procuramos sempre ver o seu desempenho e nunca a hora de parar. Assim é o nosso dia-a-dia.

Nunca nos preocupamos quando devemos parar e quase sempre não temos limite.

Temos que ser mensageiros de paciência.

Devemos espiritualmente manter os nossos anseios controlados para não batermos nem capotarmos em nossos relacionamentos.

Precisamos ter consciência de diminuir ou parar, saber manter distância.

Só assim podemos viver em plena harmonia.

Faz sentido…

Chuang Tzu

Tudo no universo opera por vibração, e conseqüente ressonância. Quando uma pessoa ataca, a outra só reage se aquilo encontrou ressonância (pode ser a nível físico, se for uma agressão física, ou moral, se for uma agressão verbal).

Ao tocar uma nota Dó no violão, pode notar que a outra corda Dó vai ressoar, porque ambas estão afinadas (daí vem a palavra “afinidade”). Se uma agressão o perturbar, é porque ela ressoou em você, e você, entendendo o mecanismo, procure localizar ONDE ressoou e o PORQUÊ, e então procure eliminar esses traços em você (assim como um psicólogo faz com seu paciente).

Uma vez que isso acontece, não há necessidade de dar uma resposta, pois onde não há ofensa não há necessidade de contra-ofensa ou mesmo perdão (algo que Gandhi já falava, com o seu Ahimsa). Aliás, Gandhi e Jesus foram exemplos extremos de que mesmo agressões físicas não podiam perturbar suas almas. Pode-se destroçar o corpo, matá-lo, mas só é possível fazer o mesmo com sua alma se você o permitir.

No fundo do seu ser repousa uma mente tranqüila e serena como um lago. Se a tranqüilidade da água permite refletir as coisas, o que não poderá a tranqüilidade do espírito?

Baratas & Fofocas

Fátima Irene Pinto

E com esta confissão, dou as mais poderosas armas para os meus gratuitos desafetos: quem quiser me apavorar, pode usar baratas ou fofocas.

Tenho um horror tamanho à baratas que, não importa onde eu esteja, simplesmente perco a compostura e dou vexame.

Este inseto horripilante vem das profundezas da imundície, seu habitat.

Quando no chão, ela corre de forma desordenada e enlouquecida, quase sempre em nossa direção.

Não bastasse isto, resolve voar e dar razantes, grudando em nossas roupas, em cima das nossas camas ou na tela do nosso computador.

Some e aparece de súbito, com aquelas antenas malditas e com aquele cheiro asqueroso que impregna os locais por onde passa.

O que me conforta é saber que não sou só eu a ter este pavor: certa feita o entregador dos refrigerantes Aliança, descarregava um pesado engradado de guaranás no armazém de meu pai, quando uma baratona gigantesca desceu por seu braço. Ele não teve dúvidas e atirou o engradado a metros de distância, para defender-se do inseto asqueroso.

Mas o que baratas têm a ver com fofocas? Muitas coisas, creio eu.

Ambas são imprevisíveis e sorrateiras.

Ambas procedem da imundície.

A barata vem dos esgotos reais. A fofoca vem dos esgotos mentais.

Como nunca sabemos de que lado elas vêm, nem a que horas elas vão dar o ar da (des)graça, ficamos completamente desarmadas e desprotegidas.

Ambas tem o mesmo “modus operandi” desordenado, invasivo e perturbador.

Ambas provocam sensações de asco, repulsa e palpitações. Ambas exalam um mau cheiro peculiar e insuportável.

Ambas conseguem fazer com que percamos a compostura e a elegância, além de tirar-nos do nosso eixo.

Apenas algumas diferenças (afora o fato de serem substantivos concretos e abstratos).

Da barata nós podemos nos defender com algumas boas esguichadas de inseticida.

A fofoca é tão resistente que ainda não inventaram um inseticida à altura de seus estragos.

A barata deve ter lá a sua função no ecosistema.

A fofoca é perniciosa, não tem nenhuma função necessária em sistema algum, é oriunda de esgotos mentais doentios, causa avarias irreversíveis e, o que é pior, não temos como nos defender visto que, quando percebemos sinais do seu cheiro asqueroso e repugnante, ela já seguiu além, levando consigo o bom nome de alguém, a honra e a dignidade de outrém.

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