Autor: Rubens (Page 5 of 104)

Vou-me Embora pra Pasárgada

Manuel Bandeira

Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive
E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d’água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada
Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar
E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
Lá sou amigo do rei
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada.

Você tem certeza?

Já aconteceu de você ter perdido alguma coisa e, finalmente, achá-la exatamente no lugar em que você tinha certeza absoluta que ela não ia estar?

Que outras coisas na sua vida você pode não estar rotineiramente enxergando, porque tem certeza que não estão lá?

Quantas idéias criativas nunca apareceram porque você já tem certeza do que funciona e do que não?

Será que a certeza está limitando você?

Será que sua certeza é realmente certeza?

Ou simplesmente falta de vontade de explorar novas opções?

Existem momentos em que devemos agir e pensar com certeza e determinação, mas muitas vezes o que julgamos ser certeza é pura teimosia.

Suas certezas resultam, na maioria das vezes, de suas experiências.

Mas leve sempre em conta que existe um universo de oportunidades além dessas experiências.

Sim, é mais fácil rejeitar novas idéias sem considerá-las ou explorá-las.

Agora, se você já sabe tudo, como é possível aprender?

É ótimo ter certeza e confiança.

Só não deixe a certeza cegá-lo para o real potencial das suas possibilidades.

Você sabe ou você sente?

Artur da Távola

Você já reparou o quanto as pessoas falam dos outros? Falam de tudo.

Da moral, do comportamento, dos sentimentos, das reações, dos medos, das imperfeições, dos erros, das criancices, ranzinzices, chatices, mesmices, grandezas, feitos, espantos.

Sobretudo falam do comportamento.

E falam porque supõem saber.

Mas não sabem.Porque jamais foram capazes de sentir como o outro sente.

Se sentissem não falariam.

Só pode falar da dor de perder um filho, um pai que já perdeu, ou a mãe já ferida por tal amputação de vida.

Dou esse exemplo extremo porque ele ilustra melhor.

As pessoas falam da reação das outras e do comportamento delas quase sempre sem jamais terem sentido o que elas sentiram.

Mas sentir o que o outro sente não significa sentir por ele.

Isso é masoquismo.

Significa perceber o que ele sente e ser suficientemente forte para ajudá-lo exatamente pela capacidade de não se contaminar com o que o machucou.

Se nos deixarmos contaminar (fecundar?) pelo sentimento que o outro está sentindo, como teremos forças para ajudá-lo?

Só quem já foi capaz de sentir os muitos sentimentos do mundo é capaz de saber algo sobre as outras pessoas e aceitá-las, com tolerância.

Sentir os muitos sentimentos do mundo não é ser uma caixa de sofrimentos.

Isso é ser infeliz.

Sentir os muitos sentimentos do mundo é abrir-se a qualquer forma de sentimento.

É analisá-los interiormente, deixar todos os sentimentos de que somos dotados fluir sem barreiras, sem medos, os maus, os bons, os pérfidos, os sórdidos, os baixos, os elevados, os mais puros, os melhores, os santos.

Só quem deixou fluir sem barreiras, medos e defesas todos os próprios sentimentos, pode sabê-los, de senti-los no próximo.

Espere florescer a árvore do próprio sentimento.

Vivendo, aceitando as podas da realidade e se possível fecundando.

A verdade é que só sabemos o que já sentimos.

Podemos intuir, perceber, atinar; podemos até, conhecer. Mas saber jamais.

Só se sabe aquilo que já se sentiu.

Você sabe o que significa família em inglês?

Tropecei em um estranho que passava e lhe pedi perdão.

Ele respondeu: “desculpe-me, por favor; também não a vi.”

Fomos muito educados, seguimos nosso caminho e nos despedimos.

Mais tarde, eu estava cozinhando e meu filho estava muito perto de mim.

Ao me virar quase esbarro nele. Imediatamente gritei com ele; ele se retirou sentido, sem que eu notasse quão dura que lhe falei.

Ao me deitar Deus me disse suavemente: “Você tratou a um estranho de forma cortês, mas destratou o filho que você ama.

Vá a cozinha e irá encontrar umas flores no chão, perto da porta.

São as flores que ele cortou e te trouxe: rosa, amarela e azul.

Estava calado para te entregar, para fazer uma surpresa e você não viu as lágrimas que chegaram aos seus olhos…”

Me senti miserável e começei a chorar. Suavemente me aproximei de sua cama e lhe disse: “Acorde querido! Acorde!

Estas são as flores que você cortou para mim?”

Ele sorriu e disse: “Eu as encontrei junto de uma árvore, e as cortei, porque são bonitas como você, em especial a azul.”

Filho, sinto muito pelo que disse hoje, não devia gritar com você.

Ele respondeu: “está bem mamãe, te amo de todas as formas.” Eu também te amo e adorei as flores, especialmente a azul….

Entenda que se você morrer amanhã, em questão de dias a empresa onde você trabalha cobrirá seu lugar. Porém, a Família que deixamos sentirá a perda pelo resto da vida.

Pense neles, porque geralmente nos entregamos mais ao trabalho que a nossa Família.

Será que não é uma inversão pouco inteligente?

Então, que há detrás desta história?

Você sabe o significado de Família em inglês?

F A M I L Y: “Father And Mother I Love You” (Papai e Mamãe, eu os amo)

Compartilhe essa mensagem com quem você se importa. Se você não fizer, ninguém morrerá, nenhuma tragédia ocorrerá, mas perderá a oportunidade de dizer aos demais: pense mais em sua Família.

QUE DEUS ABENÇÕE A TODAS AS FAMÍLIAS!!!

Você sabe o que é “GRATIDÃO”?

A foto mostra uma cadela Doberman lambendo um bombeiro exausto. Ele tinha acabado de salvá-la de um incêndio em sua casa, resgatando-a e levando-a para o gramado da frente.

Ela estava prenha. O bombeiro teve medo dela no início, pois nunca antes ele tinha resgatado um doberman. Quando finalmente o fogo foi extinto, o bombeiro sentou na grama pra recuperar o fôlego e descansar.

Um fotógrafo do jornal “The Observer”, notou o doberman olhando para o bombeiro. Ele a viu andar na direção dele e se perguntou o que a cachorra iria fazer. Enquanto o fotógrafo levantava a câmera, ela se aproximou do bombeiro que tinha salvo sua vida e as dos seus filhos e beijou-o. Veja porque uma imagem vale mais do que mil palavras.

E ainda existem pessoas que acham que o animal não tem nada a nos ensinar…

Você não tem nada de tamanho grande?

Minha amiga trabalha em um brechó de um hospital, como voluntária.

Certo dia adentrou na loja uma certa senhora bastante obesa, e de cara a minha amiga pensou que não tinha nada na loja na numeração dela. Se sentiu apreensiva e constrangida naquela situação, vendo a senhora percorrer as araras em busca de algo que minha amiga sabia que ela não encontraria.

Ficou angustiada, porque não queria que a senhora se sentisse mal pelo tamanho das peças de roupas, se sentindo excluída e fazendo a questão sobre o seu sobrepeso vir à tona de forma implícita.

Naquele momento minha amiga rezou a Deus e pediu que lhe desse sabedoria para conduzir a situação evitando que a cliente se sentisse excluída ou humilhada na sua autoestima.

Foi quando o esperado aconteceu. A senhora se dirigiu à minha amiga e disse tristinha:

— É.. não tem nada grande, não é?

E a minha amiga, sem até aquele momento saber o que diria, simplesmente abriu os braços de uma ponta a outra e lhe respondeu:

— Quem disse??? Claro que tem!! Olha só o tamanho desse abraço! – E a abraçou com muito carinho.

A senhora então se entregou àquele abraço acolhedor e deixou-se tomar pelas lágrimas exclamando:

— Há quanto tempo que ninguém me dava um abraço.

E chorando, tal qual uma criança a procura de um colo, lhe disse:

— Não encontrei o que vim buscar, mas encontrei muito mais do que procurava.

E naquele momento, através dos braços calorosos de minha amiga, Deus afagou a alma daquela criatura, tão carente de amor e de carinho.

Quantas almas não se encontram também tão necessitadas de um simples abraço, de uma palavra de carinho, de um gesto de amor.

Será que dentro de nós, se procurarmos no nosso baú, lá nas prateleiras da nossa alma, no estoque do nosso coração, também não acharemos algo “grande” que sirva para alguém?

Você é muito importante para mim

Um dia, quando eu era calouro na escola, vi um garoto de minha sala caminhando para casa depois da aula.

Seu nome era Kyle. Parecia que ele estava carregando todos os seus livros.

Eu pensei: “Por que alguém iria levar para casa todos os seus livros numa Sexta-Feira? Ele deve ser mesmo um C.D.F!”

O meu final de semana estava planejado (festas e um jogo de futebol com meus amigos Sábado à tarde), então dei de ombros e segui o meu caminho.

Conforme ia caminhando, vi um grupo de garotos correndo em direção a Kyle.

Eles o atropelaram, arrancando todos os livros de seus braços, empurrando-o de forma que ele caiu no chão.

Seus óculos voaram e eu os vi aterrissarem na grama há alguns metros de onde ele estava. Kyle ergueu o rosto e eu vi uma terrível tristeza em seus olhos.

Meu coração penalizou-se! Corri até o colega, enquanto ele engatinhava procurando por seus óculos.

Pude ver uma lágrima em seus olhos. Enquanto eu lhe entregava os óculos,disse: ‘Aqueles caras são uns idiotas! Eles realmente deviam arrumar uma vida própria’. Kyle olhou-me nos olhos e disse: ‘Hei, obrigado’!

Havia um grande sorriso em sua face. Era um daqueles sorrisos que realmente mostram gratidão. Eu o ajudei a apanhar seus livros e perguntei onde ele morava.

Por coincidência ele morava perto da minha casa, mas não havíamos nos visto antes, porque ele freqüentava uma escola particular.

Conversamos por todo o caminho de volta para casa e eu carreguei seus livros. Ele se revelou um garoto bem legal.

Perguntei se ele queria jogar futebol no Sábado comigo e meus amigos. Ele disse que sim. Ficamos juntos por todo o final de semana e quanto mais eu conhecia Kyle, mais gostava dele.

Meus amigos pensavam da mesma forma.

Chegou a Segunda-Feira e lá estava o Kyle com aquela quantidade imensa de livros outra vez! Eu o parei e disse:

‘Diabos, rapaz, você vai ficar realmente musculoso carregando essa pilha de livros assim todos os dias!’.

Ele simplesmente riu e me entregou metade dos livros. Nos quatro anos seguintes, Kyle e eu nos tornamos mais amigos, mais unidos. Quando estávamos nos formando começamos a pensar em Faculdade.

Kyle decidiu ir para Georgetown e eu para a Duke. Eu sabia que seríamos sempre amigos, que a distância nunca seria problema. Ele seria médico e eu ia tentar uma bolsa escolar no time de futebol. Kyle era o orador oficial de nossa turma. Eu o provocava o tempo todo sobre ele ser um C.D.F.

Ele teve que preparar um discurso de formatura e eu estava super contente por não ser eu quem deveria subir no palanque e discursar.

No dia da Formatura Kyle estava ótimo.

Era um daqueles caras que realmente se encontram durante a escola.Estava mais encorpado e realmente tinha uma boa aparência, mesmo usando óculos.

Ele saía com mais garotas do que eu e todas as meninas o adoravam! Às vezes eu até ficava com inveja.

Hoje era um daqueles dias. Eu podia ver o quanto ele estava nervoso sobre o discurso. Então, dei-lhe um tapinha nas costas e disse: ‘Ei, garotão, você vai se sair bem!’

Ele olhou para mim com aquele olhar de gratidão, sorriu e disse:

-‘Valeu’!

Quando ele subiu no oratório, limpou a garganta e começou o discurso:

‘A Formatura é uma época para agradecermos àqueles que nos ajudaram durante estes anos duros. Seus pais, professores, irmãos, talvez até um treinador, mas principalmente aos seus amigos. Eu estou aqui para lhes dizer que ser um amigo para alguém, é o melhor presente que você pode lhes dar.Vou contar-lhes uma história:’

Eu olhei para o meu amigo sem conseguir acreditar enquanto ele contava a história sobre o primeiro dia em que nos conhecemos. Ele havia planejado se matar naquele final de semana! Contou a todos como havia esvaziado seu armário na escola, para que sua Mãe não tivesse que fazer isso depois que ele morresse e estava levando todas as suas coisas para casa.

Ele olhou diretamente nos meus olhos e deu um pequeno sorriso.

‘Felizmente, meu amigo me salvou de fazer algo inominável!’ Eu observava o nó na garganta de todos na platéia enquanto aquele rapaz popular e bonito contava a todos sobre aquele seu momento de fraqueza.

Vi sua mãe e seu pai olhando para mim e sorrindo com a mesma gratidão.

Até aquele momento eu jamais havia me dado conta da profundidade do sorriso que ele me deu naquele dia.

Nunca subestime o poder de suas ações. Com um pequeno gesto você pode mudar a vida de uma pessoa. Para melhor ou para pior.

Deus nos coloca na vida dos outros para que tenhamos um impacto, uns sobre o outro de alguma forma.

Colaboração de Jacinta Nascimento

Você é especial

Um famoso palestrante começou um seminário segurando uma nota de 100 reais. Numa sala, com 200 pessoas ele perguntou: Quem quer esta nota de 100 reais?

Mãos começaram a se erguer. Ele disse: Eu darei esta nota a um de vocês, mas primeiro, deixem me fazer isto! Então ele amassou a nota.

E perguntou, outra vez: Quem ainda quer esta nota? As mãos continuaram erguidas.

Bom – ele disse – e se eu fizer isto? E ele deixou a nota cair no chão e começou a pisà-la e esfregá-la. Depois pegou a nota, agora imunda e amassada, e perguntou: E agora? Quem ainda quer esta nota?

Todas as mãos continuaram erguidas.

Meus amigos, vocês todos devem aprender esta lição:

Não importa o que eu faça com o dinheiro, vocês ainda irão querer esta nota, porque ela não perde o valor.

Ela ainda valerá 100 reais. Essa situação também se da conosco.

Muitas vezes, em nossas vidas, somos amassados, pisoteados e ficamos sujos, por decisões que tomamos e/ou pelas circunstancias que vêm em nossos caminhos. E assim, ficamos nos sentindo desvalorizados, sem importância. Porem, creiam, não importa o que aconteceu ou o que acontecerá, jamais perderemos nosso valor perante o Universo. Quer estejamos sujos, quer estejamos limpos, quer amassados ou inteiros, nada disso altera a importância que temos. A nossa valia. O preço de nossas vidas não é pelo que fazemos ou que sabemos, mas pelo que Somos!

Somos especiais… Você é especial. Muito especial…

Jamais se esqueça disso!

Vocabulário para meus Netos

Por Luiz Gonzaga Pinheiro

  • Adeus: É quando o coração que parte deixa a metade com quem fica.
  • Amigo: É alguém que fica para ajudar quando todo mundo se afasta.
  • Amor ao próximo: É quando o estranho passa a ser o amigo que ainda não abraçamos.
  • Caridade: É quando a gente está com fome, só tem uma bolacha e reparte.
  • Carinho: É quando a gente não encontra nenhuma palavra para expressar o que sente e fala com as mãos, colocando o afago em cada dedo.
  • Ciúme: É quando o coração fica apertado porque não confia em si mesmo.
  • Cordialidade: É quando amamos muito uma pessoa e tratamos todo mundo de igual maneira.
  • Doutrinação: É quando a gente conversa com o Espírito colocando o coração em cada palavra.
  • Entendimento: É quando um velhinho caminha devagar na nossa frente e a gente, estando apressado, não reclama.
  • Evangelho: É um livro que só se lê bem com o coração.
  • Evolução: É quando a gente está lá na frente e sente vontade de buscar quem ficou para trás.
  • : É quando a gente diz que vai escalar um Everest e o coração já o considera feito.
  • Filhos: É quando Deus entrega uma jóia em nossa mão e recomenda cuidá-la.
  • Fome: É quando o estômago manda um pedido para a boca e ela silencia.
  • Inimizade: É quando a gente empurra a linha do afeto para bem distante.
  • Inveja: É quando a gente ainda não descobriu que pode ser mais e melhor do que o outro.
  • Lágrima: É quando o coração pede aos olhos que falem por ele.
  • Lealdade: É quando a gente prefere morrer que trair a quem ama.
  • Mágoa: É um espinho que a gente coloca no coração e se esquece de retirar.
  • Maldade: É quando arrancamos as asas do anjo que deveríamos ser.
  • Mediunidade com Jesus: É quando a gente serve de instrumento em uma comunicação mediúnica e a música tocada parece um noturno de Chopin.
  • Morte: Quer dizer viagem, transferência ou qualquer coisa com cheiro de eternidade.
  • Netos: É quando Deus tem pena dos avós e manda anjos para alegrá-los.
  • Obsessor: É quando o Espírito adoece, manda embora a compaixão e convida a vingança para morar com ele.
  • Ódio: É quando plantamos trigo o ano todo e estando os pendões maduros a gente queima tudo em um dia.
  • Orgulho: É quando a gente é uma formiga e quer convencer os outros de que é um elefante.
  • Paz: É o prêmio de quem cumpre honestamente o dever.
  • Perdão: É uma alegria que a gente se dá e que pensava que jamais a teria.
  • Perfume: É quando mesmo de olhos fechados a gente reconhece quem nos faz feliz.
  • Pessimismo: É quando a gente perde a capacidade de ver em cores.
  • Preguiça: É quando entra vírus na coragem e ela adoece.
  • Raiva: É quando colocamos uma muralha no caminho da paz.
  • Reencarnação: É quando a gente volta para o corpo, esquecido do que fez, para se lembrar do que ainda não fez.
  • Saudade: É estando longe, sentir vontade de voar, e estando perto, querer parar o tempo.
  • Sexo: É quando a gente ama tanto que tem vontade de morar dentro do outro.
  • Simplicidade: É o comportamento de quem começa a ser sábio.
  • Sinceridade: É quando nos expressamos como se o outro estivesse do outro lado do espelho.
  • Solidão: É quando estamos cercados por pessoas, mas o coração não vê ninguém por perto.
  • Supérfluo: É quando a nossa sede precisa de um gole de água e a gente pede um rio inteiro.
  • Ternura: É quando alguém nos olha e os olhos brilham como duas estrelas.
  • Vaidade: É quando a gente abdica da nossa essência por outra, geralmente pior.

Do Livro “O Homem Que Veio da Sombra”, de Luiz Gonzaga Pinheiro.

Vocabulário Feminino

Leila Ferreira

Se eu tivesse que escolher uma palavra – apenas uma – para ser item obrigatório no vocabulário da mulher de hoje, essa palavra seria um verbo de quatro sílabas: descomplicar.

Depois de infinitas (e imensas) conquistas, acho que está passando da hora de aprendermos a viver com mais leveza: exigir menos dos outros e de nós próprias, cobrar menos, reclamar menos, carregar menos culpa, olhar menos para o espelho.

Descomplicar talvez seja o atalho mais seguro para chegarmos à tão falada qualidade de vida que queremos – e merecemos – ter.

Mas há outras palavras que não podem faltar no kit existencial da mulher moderna. Amizade, por exemplo. Acostumadas a concentrar nossos sentimentos (e nossa energia…) nas relações amorosas, acabamos deixando as amigas em segundo plano.

E nada, mas nada mesmo, faz tão bem para uma mulher quanto a convivência com as amigas. Ir ao cinema com elas (que gostam dos mesmos filmes que a gente), sair sem ter hora para voltar, compartilhar uma caipivodca de morango e repetir as histórias que já nos contamos mil vezes – isso, sim, faz bem para a pele. Para a alma, então, nem se fala.

Ao menos uma vez por mês, deixe o marido ou o namorado em casa, prometa-se que não vai ligar para ele nem uma vez – (desligue o celular, se for preciso)- e desfrute os prazeres que só uma boa amizade consegue proporcionar.

E, já que falamos em desligar o celular, incorpore ao seu vocabulário duas palavras que têm estado ausentes do cotidiano feminino: pausa e silêncio.

Aprenda a parar, nem que seja por cinco minutos, três vezes por semana, duas vezes por mês, ou uma vez por dia – não importa – e a ficar em silêncio.

Essas pausas silenciosas nos permitem refletir, contar até 100 antes de uma decisão importante, entender melhor os próprios sentimentos, reencontrar a serenidade e o equilíbrio quando é preciso.

Também abra espaço, no vocabulário e no cotidiano, para o verbo rir. Não há creme anti-idade nem botox que salve a expressão de uma mulher mal-humorada. Azedume e amargura são palavras que devem ser banidas do nosso dia-a-dia. Se for preciso, pegue uma comédia na locadora, preste atenção na conversa de duas crianças, marque um encontro com aquela amiga engraçada – faça qualquer coisa, mas ria. O riso nos salva de nós mesmas, cura nossas angústias e nos reconcilia com a vida.

Quanto à palavra dieta, cuidado: mulheres que falam em regime o tempo todo costumam ser péssimas companhias.

Deixe para discutir carboidratos e afins, no banheiro feminino ou no consultório do endocrinologista. Nas mesas de restaurantes, nem pensar. Se for para ficar contando calorias, descrevendo a própria culpa e olhando para a sobremesa do companheiro de mesa com reprovação e inveja, melhor ficar em casa e desfrutar sua salada de alface e seu chá verde sozinha.

Uma sugestão? Tente trocar a obsessão pela dieta por outra palavra que, essa sim, deveria guiar nossos atos 24 horas por dia: gentileza.

Ter classe não é usar roupas de grife: é ser delicada. Saber se comportar é infinitamente mais importante do que saber se vestir.

Resgate aquele velho exercício que anda esquecido: aprenda a se colocar no lugar do outro, e trate-o como você gostaria de ser tratada, seja no trânsito, na fila do banco, na empresa onde trabalha, em casa, no supermercado, na academia.

E, para encerrar, não deixe de conjugar dois verbos que deveriam ser indissociáveis da vida: sonhar e recomeçar.

Sonhe com aquela viagem ao exterior, aquele fim-de-semana na praia, o curso que você ainda vai fazer, a promoção que vai conquistar um dia, aquele homem que um dia (quem sabe?) ainda vai ser seu, sonhe que está beijando o Brad Pitt … sonhar é quase fazer acontecer. Sonhe até que aconteça.

E recomece, sempre que for preciso: seja na carreira, na vida amorosa, nos relacionamentos familiares. A vida nos dá um espaço de manobra: use-o para reinventar a si mesma.

E, por último (agora, sim, encerrando), risque do seu Aurélio a palavra perfeição.

O dicionário das mulheres interessantes inclui fragilidades, inseguranças, limites.

Pare de brigar com você mesma para ser a mãe perfeita, a dona de casa impecável, a profissional que sabe tudo, a esposa nota mil.

Acima de tudo, elimine de sua vida o desgaste que é tentar ter coxas sem celulite, rosto sem rugas, cabelos que não arrepiam, bumbum que encara qualquer biquíni. Mulheres reais são mulheres imperfeitas. E mulheres que se aceitam como imperfeitas são mulheres livres. Viver não é (e nunca foi) fácil, mas, quando se elimina o excesso de peso da bagagem (e a busca da perfeição pesa toneladas), a tão sonhada felicidade fica muito mais possível.

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