É de um extremo fascínio descobrir, em certas pessoas, aquela fluidez no sorriso, que descortina a alma. Parece que uma luz paira ao redor de gente assim, levando brilho por onde quer que passe.

Dizem que essa qualidade do ser humano que, com um olhar transparente e franco, abre todas as portas e arranca os ferrolhos de bronze da sisudez de tantos que o cercam, é rara.

Nessas andanças do dia-a-dia da vida há muito de solidão, de arredios olhares, de esquivas distâncias que se interpõem entre cada um de nós, como uma capa protetora e invisível, usada com a finalidade de antídoto. Assim, alguns pensam em ficar imune aos atropelos dos que estão de bem com a existência e com tudo ao seu redor.

Na verdade, muitos têm medo de estender a mão do coração, de abrir os braços do sentimento, de deixar correr livre a emoção das lágrimas, de extravasar no sorriso o encantamento de estar vivendo. Perdem a naturalidade de ser, em troca da artificialidade de aparentar o que não têm coragem de desvendar dentro de si mesmos.

Nesses casos, a tristeza é a hóspede que se instala nos espaços vazios deixados pela alegria. Ela chega ao hotel do tempo com bagagens repletas de bugigangas adquiridas nas suas incessantes incursões pelos caminhos das emoções, mas não podem conviver uma com a outra. Não sabemos bem como acomodá-las no mesmo quarto da alma e, então, ficamos driblando a ambas num jogo de lucros e perdas.

Talvez, o segredo seja abraçar a alegria e fazer dela a constante e obrigatória presença na sala principal da casa, colocando a tristeza no porão escuro de que ela tanto gosta.

Essa é a atitude dos que sorriem em resposta aos contratempos. Transborda do íntimo dessas pessoas uma torrente de alegria pura e cristalina, capaz de irrigar aos corações mais duros e circunspetos, nos momentos mais difíceis.

É muito bom ver essa gente corajosa que sorri, apesar de tudo e que deixa, atrás de si, nos lugares por onde passa, um rastro de estrelinhas brilhantes, indicando tal qual bússola, o rumo melhor para bem viver, de forma plena e completa, a vida que nos foi dada.

Entre tantas dificuldades, infortúnios, inseguranças, sustos e medos, surge a força imbatível do sorriso, que vem de dentro do peito, de alguns seres especiais que estão conosco nessa travessia e que, por alguma razão, espalham “de graça” a graça da alegria.

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