Categoria: Histórias (Page 68 of 106)

Carta do chefe indígena Seatle

O ar é precioso para o homem vermelho, pois todas as coisas compartilham o mesmo sopro: o animal, a árvore, o homem, todos compartilham o mesmo sopro. Parece que o homem branco não sente o ar que respira. Como um homem agonizante há vários dias, é insensível ao mau cheiro (…).

Portanto, vamos meditar sobre sua oferta de comprar nossa terra. Se decidirmos aceitar, imporei uma condição: o homem deve tratar os animais desta terra como seus irmãos (…)

O que é o homem sem os animais? Se os animais se fossem, o homem morreria de uma grande solidão de espírito. Pois o que ocorre com os animais, breve acontece com o homem. Há uma ligação em tudo.

Vocês devem ensinar às suas crianças que o solo a seus pés é a cinza de nossos avós. Para que respeitem a Terra, digam a seus filhos que ela foi enriquecida com as vidas de nosso povo. Ensinem às suas crianças o que ensinamos às nossas, que a Terra é nossa mãe. Tudo o que acontecer à Terra, acontecerá aos filhos da Terra. Se os homens cospem no solo estão cuspindo em si mesmos.

Isto sabemos: a Terra não pertence ao homem; o homem pertence à Terra. Isto sabemos: todas as coisas estão ligadas, como o sangue que une uma família. Há uma ligação em tudo.

O que ocorre com a terra recairá sobre os filhos da terra. O homem não teceu o tecido da vida: ele é simplesmente um de seus fios. Tudo o que fizer ao tecido, fará a si mesmo.

Mesmo o homem branco, cujo Deus caminha e fala com ele de amigo para amigo, não pode estar isento do destino comum. É possível que sejamos irmãos, apesar de tudo. Veremos. De uma coisa estamos certos ( e o homem branco poderá vir a descobrir um dia): nosso Deus é o mesmo Deus. Vocês podem pensar que o possuem, como desejam possuir nossa terra, mas não é possível. Ela é o Deus do homem e sua compaixão é igual para o homem branco e para o homem vermelho. A terra lhe é preciosa e feri-la é desprezar o seu Criador. Os brancos também passarão; talvez mais cedo do que todas as outras tribos. Contaminem suas camas, e uma noite serão sufocados pelos próprios dejetos.

Mas quando de sua desaparição, vocês brilharão intensamente, iluminados pela força do Deus que os trouxe a esta terra e por alguma razão especial lhes deu o domínio sobre a terra e sobre o homem vermelho. Esse destino é um mistério para nós, pois não compreendemos que todos os búfalos sejam exterminados, os cavalos bravios todos domados, os recantos secretos da floresta densa impregnados do cheiro de muitos homens, e a visão dos morros obstruída por fios que falam. Onde está a árvore? Desapareceu. Onde está a água? Desapareceu. É o final da vida e o início da sobrevivência.

Como é que se pode comprar ou vender o céu, o calor da terra? Essa idéia nos parece um pouco estranha. Se não possuímos o frescor do ar e o brilho da água como é possível comprá-los?

Cada pedaço desta terra é sagrado para meu povo. Cada ramo brilhante de um pinheiro, cada punhado de areia das praias, a penumbra na floresta densa, cada clareira, cada inseto a zumbir é sagrado na memória e experiência do meu povo. A seiva que percorre o corpo das árvores carrega consigo as lembranças do homem vermelho (…).

Essa água brilhante que corre nos rios não é apenas água, mas a idéia nos parece um pouco estranha. Se não possuímos o frescor do ar e o brilho da água como é possível comprá-los?

Cada pedaço desta terra é sagrado para meu povo. Cada ramo brilhante de um pinheiro, cada punhado de areia das praias, a penumbra na floresta densa, cada clareira, cada inseto a zumbir é sagrado na memória e experiência do meu povo. A seiva que percorre o corpo das árvores carrega consigo as lembranças do homem vermelho (…).

Essa água brilhante que corre nos rios não é apenas água, mas o sangue de nossos antepassados. Se vendermos a terra, vocês devem lembrar-se de que ela é sagrada, devem ensinar às crianças que ela é sagrada e que cada reflexo nas águas límpidas dos lagos fala de acontecimentos e lembranças da vida do meu povo. O murmúrio das águas é a voz dos meus ancestrais.

Os rios são nossos irmãos, saciam nossa sede. Os rios carregam nossas canoas e alimentam nossas crianças. Se lhes vendermos nossa terra, vocês devem lembrar e ensinar a seus filhos que os rios são nossos irmãos e seus também. E, portanto, vocês devem dar aos rios a bondade que dedicariam a qualquer irmão.

Sabemos que o homem branco não compreende nossos costumes. Uma porção de terra, para ele, tem o mesmo significado que qualquer outra, pois é um forasteiro que vem à noite e extrai da terra aquilo de que necessita. A terra não é sua irmã, mas sua inimiga e, quando ele a conquista, prossegue seu caminho. Deixa para trás os túmulos de seus antepassados e não se incomoda. Rapta da terra aquilo que seria de seus filhos e não se importa (…). Seu apetite devorará a terra, deixando somente um deserto.

Eu não sei. Nossos costumes são diferentes dos seus.

A visão de suas cidades fere os olhos do homem vermelho. Talvez porque o homem vermelho é um selvagem e não compreenda.

Não há lugar quieto nas cidades do homem branco. Nenhum lugar onde se possa ouvir o desabrochar de folhas na primavera ou o bater de asas de um inseto. Mas talvez seja porque eu sou um selvagem e não compreendo. O ruído parece apenas insultar os ouvidos. E o que resta da vida de um homem, se não pode ouvir o choro solitário de uma ave ou o debate dos sapos ao redor de uma lagoa, à noite? Eu sou um homem vermelho e não compreendo. O índio prefere o suave murmúrio do vento encrespando a face do lago, e o próprio vento, limpo por uma chuva diurna ou perfumado pelos pinheiros.?

Sabemos que o homem branco não compreende nossos costumes. Uma porção de terra, para ele, tem o mesmo significado que qualquer outra, pois é um forasteiro que vem à noite e extrai da terra aquilo de que necessita. A terra não é sua irmã, mas sua inimiga e, quando ele a conquista, prossegue seu caminho. Deixa para trás os túmulos de seus antepassados e não se incomoda. Rapta da terra aquilo que seria de seus filhos e não se importa (…). Seu apetite devorará a terra, deixando somente um deserto.

Carta de um desempregado

Esta carta foi escrita há 120 anos por um desempregado cuja maior ambição era ser pintor, porém vendeu apenas um quadro em vida. O sobrinho deste homem passou-a a Humberto Borges, jornalista, numa tarde em Amsterdan. Ele a traduziu do francês e a publicou. É uma obra-prima tão valiosa quanto os quadros daquele homem no desvio chamado Vincent Van Gogh


Caro Theo:

Eu estou escrevendo para você com alguma relutância; não tendo escrito há tanto tempo por muitas razões. De certo modo você se tornou um estranho para mim e eu o mesmo para você, mais do que você possa pensar. Provavelmente eu não estaria escrevendo agora se você não tivesse dado motivo. Em Etten, soube que você mandou 50 francos para mim. Bem, eu aceitei, certamente com relutância, sentindo bastante melancolia, mas estou encurralado contra um muro de pedra, numa espécie de confusão. Como poderia ser de outra maneira ? Portanto, estou escrevendo para agradecer.

Involuntariamente eu me tornei uma espécie de personagem impossível e suspeito para a família. No mínimo, alguém em quem eles não confiam. Desta maneira, como eu poderia servir para alguém ?

Portanto, penso que é mais razoável manter uma distância conveniente. Deixo de existir para todos vocês.

A adversidade é para o homem o mesmo que a muda é para os pássaros. Alguém pode estar no tempo de muda para emergir renovado do sofrimento, mas isso não é absolutamente divertido e não deve ocorrer em público. A única coisa a fazer é se isolar. Assim seja. É muito difícil, agora, reconquistar a confiança da família, a qual não está livre dos preconceitos sobre as qualidades de ser bom tom e honorável. Mas não perco a esperança de conseguir uma compreensão cordial renovada entre nós. Um entendimento cordial é infinitamente melhor que mal-entendidos. Agora preciso aborrecê-lo com certas coisas abstratas, mas espero que seja paciente.

Eu sou um homem de paixões, capaz de fazer coisas mais ou menos extravagantes, das quais às vezes me arrependo. Nesses momentos, falo e me comporto impetuosamente, quando seria melhor ter paciência e esperar. Eu penso que as outras pessoas muitas vezes cometem os mesmos erros. O problema é orientar esses sentimentos para coisas boas. Por exemplo, para citar uma delas: eu tenho uma paixão mais ou menos irresistível por livros e quero estudar tanto quanto sinto necessidade de pão. Você certamente é capaz de entender isso. Na vizinhança de pinturas e outras obras de arte, tenho uma paixão violenta por elas, atingindo o pico do entusiasmo. Talvez você recorde que eu sei bem quem foi Rembrant, ou Millet, ou Jules Dupré, ou Delacroix, ou Millais, ou Mr. Maris. Agora eu não os tenho por perto. Contudo, naquela coisa chamada ALMA, que dizem nunca morrer, continua viva e procura para sempre. Portanto, em vez de dar lugar à saudade (da Holanda) eu disse para mim mesmo: “aquela terra ou a sua terra natal é qualquer lugar.” Assim, em vez de ficar no desespero, escolhi parte ativa da melancolia. Eu prefiro a aspiração e a procura, em vez da estagnação e do desespero. Atualmente aquele que está absorvido em tudo isso é excêntrico e comete pecados contra costumes e convenções sociais sem perceber. Isso é uma pena,quando é levado a mal. Vocês sabem que eu tenho negligenciado minha aparência e admito que é chocante. Mas veja aqui, a pobreza e a necessidade têm suas partes na causa, além do profundo desencorajamento. Isto serve, porém, algumas vezes, como uma boa maneira de assegurar a solidão necessária à concentração e ao estudo. Há mais de cinco anos, eu não sei exatamente quanto tempo, tenho estado sem emprego, vagando daqui para acolá. Você me disse que eu decaio, deterioro, que não faço nada. A verdade é que ocasionalmente ganho meu pedaço de pão e, ocasionalmente, recebo este pão dos amigos, por caridade. Vivo como posso, como a sorte me permite. Perdi a confiança de muitos, minhas finanças estão num estado triste, o futuro parece apenas bastante melancólico; eu deveria ter me saído melhor. É verdade que perdi tempo em termos de ganhar meu pão, que meus estudos estão numa condição sem esperanças, que minhas necessidades são infinitamente maiores que minhas posses. Mas é a isso que você chama de decadência , de não fazer nada ?

Mas devo ser coerente com o caminho que escolhi. Se eu não fizer nada, não estudar, não continuar procurando, estarei perdido. Então serei a dor. É assim que vejo a coisa. Talvez você pergunte qual o meu propósito definitivo ? Esse propósito se tornou mais definitivo. Devo desenvolver-me devagar, mas seguramente, como o traço duro se transforma em desenho e o desenho em pintura pouco a pouco, trabalhando sério, ponderando sobre a idéia, até fixá-la através do pensamento…

Uma das razões pela qual estou desempregado há anos é simplesmente porque minhas idéias são diferentes e os gentlemans dão lugares aos homens que pensam como eles. Não é meramente uma questão de roupas que eles têm hipocritamente censurado em mim. É algo mais sério, eu lhe asseguro. Você acha que eu mudei, que eu não sou mais o mesmo. O que mudou foi a minha vida, mas no íntimo, minha maneira de ver as coisas, minha maneira de pensar não mudaram muito. Se houve alguma mudança, é que penso, acredito e amo muito mais seriamente agora do que pensava, acreditava e amava antes. Você não deve pensar que eu renego as coisas – eu sou bastante fiel na minha infidelidade – e, embora mudado, eu sou o mesmo. Minha única ansiedade é saber que posso ser útil ao mundo. Eu me sinto aprisionado pela pobreza, excluído da participação em certos trabalhos e certas necessidades estão além de minhas posses. Eis a razão para eu ser algo melancólico. Então, sinto um vazio onde deveria haver amizade, um terrível desencorajamento corroendo a verdadeira energia moral. E o destino parece erguer uma barreira diante dos instintos de afeição e uma chocante inundação de desgosto envolve a gente. Por quanto tempo, meu Deus ????

Talvez haja uma grande chama da nossa alma , talvez ninguém mais venha se aquecer junto dela e o passante seja apenas uma pluma de fumaça saindo da chaminé e seguindo seu caminho. Mas alguém deve zelar por esse fogo interior, temperando a si mesmo; esperar pacientemente pela hora em que outra pessoa sente-se junto a esse fogo, talvez para ficar. Deixe que aquele que acredita em Deus possa esperar pela hora em que isso aconteça , mas por enquanto parece que essa coisa está indo muito mal comigo: e tem sido assim ppor um tempo considerável. Talvez continue assim no futuro. Mas pode ser que um dia as coisas corram bem. Se as minhas idéias são impossíveis ou infantis, eu espero poder escapar delas. Não quero nada melhor. Mas é isso que penso aproximadamente a respeito do assunto. Em “Um Filósofo no Telhado”, de Souvestre, você saberá como um homem do povo, um simples e miserável trabalhador imagina o seu próprio país. Talvez você nunca tenha pensado no seu país como ele realmente é. É tudo a sua volta, tudo o que te alimentou, o que te fez crescer, tudo o que você amou; os campos que você viu, aquelas casas, aquelas árvores, aquelas garotas que passavam sorrindo -isso é o seu país. É também as leis que o protegem, o pão que compensa o trabalho, as palavras que dizes, a alegria e a dor do povo que chegam a ti e as coisas entre as quais vives. Vejas, tu o respiras por toda parte. Imagina todos os direitos e deveres, afeições e necessidades, memórias e gratidões; junta tudo em um só nome e este será o nome do teu país. Desta maneira eu penso que tudo de realmente bom e belo, de fundo moral e espiritual e de sublime beleza no homem e em seus trabalhos, vem tudo de Deus. E tudo de ruim, de mal e errado, não vem de Deus e Deus não aprova isso. Mas eu sempre pensei que a melhor maneira de conhecer Deus é amar muitas coisas. Amar um amigo, uma esposa, alguma coisa. Seja lá o que você goste e estará no caminho de saber mais sobre Ele. É isto o que digo a mim mesmo. Mas deve-se amar com profunda e sublime simpatia, com força e com inteligência e deve-se sempre tentar saber mais profundamente. Isso leva a Deus; leva a uma fé irremovível. Eu escrevo mais ou menos à esmo tudo o que me aflui à pena. Eu me sentiria bastante contente se você pudesse ver em mim alo mais que um desocupado. Há duas espécies de inatividade, as quais têm grandes contrastes entre si. Existe o desocupado por indolência, por falta de caráter, pela essência de sua natureza. Se você quiser, pode me tomar por um deles. Mas existe o homem que é desocupado a despeito de si próprio, que interiormente é consumido por uma grande necessidade de ação, mas não faz nada porque para ele é impossível fazer qualquer coisa, porque ele se sente prisioneiro em uma jaula, porque ele não possui o que precisa para ser produtivo, porque as circunstâncias o levam inevitavelmente a esse ponto.

Um pássaro preso na primavera sabe muito bem que deve servir para algum fim; ele está consciente de que há algo que deve fazer, mas não pode. O que é isso ? – Ele quase não consegue lembrar. Então algumas idéias vagas lhe ocorrem; diz a si mesmo que os outros constroem ninhos e poem ovos fazendo nascer outros pequeninos e ele bate a cabeça contra as barras da gaiola. A prisão permanece e o pássaro é enlouquecido pela angústia. ..

Você sabe o que liberta alguém do cativeiro ? É toda a profunda e séria afeição. Amar, ser amigo, ser irmão. Eis o que abre a prisão, por alguma força mágica. Sem isso permanece a clausura. A prisão é também o preconceito, o mal entendido, a ignorância, a desconfiança, a falsa vergonha…

Mas pra falar de outras coisas, se eu por acaso puder fazer algo por você, quero que saiba que estou à sua disposição. Como aceitei o que você me deu, gostaria de que você recorresse à mim, caso necessite de algum serviço. Isto me faria feliz; seria uma prova de confiança. Nós estamos bastante separados, talvez tenhamos visões diferentes sobre algumas coisas mas, apesar de tudo, talvez chegue a hora em que possamos ser de alguma valia um para o outro. Agora aperto sua mão, agradecendo novamente pelo auxílio que você me deu.

Sempre seu,

Vincent

Carta aos Pais

Existia um casal no interior da Inglaterra que morava em uma pequena cidadezinha.

Esse casal tinha um único filho chamado John; John não se dava muito bem com seus pais, principalmente com o pai, ele era um rapaz muito rebelde.

Sempre que podia reclamava para sua mãe:

— Esse homem não me permite fazer nada, até pareço seu escravo, ele só me faz trabalhar não posso nem se quer ir a cidade para ver meus amigos.

Um dia quando John estava mais velho, brigou tanto, mas tanto com seu Pai, que resolveu sair de casa.

A mãe insistiu :

— Meu filho não vá, vocês vão esquecer essa briga, é passageira.

John virou-se para a mãe e disse:

— Vocês não me amam, vou embora daqui.

John foi para a cidade grande e devido ao trabalho com seu pai, John pode arrumar um emprego porque sabia uma profissão e pode assim se sustentar.

Muitos anos se passaram e John se casou com uma linda moça, anos depois teve seu primeiro filho.

Num determinado dia, sua esposa lhe disse que queria que os pais dele conhecesse seu filho.

John pensou um pouco e disse:

— Não, meus pais não, eles não me amam, eles não vão querer conhecer meu filho. E alem do mais, muitos anos se passaram e eles já devem ter morrido.

Dois anos depois John teve um outro filho e quando as crianças estavam brincando o mais velho lhe fez uma pergunta que cortou seu coração:

— Papai, nós só conhecemos o vovô e a vovó, os pais da mamãe. Você não tem papai nem mamãe como nós?

Naquele instante John resolveu rever seu pais, tentar uma reaproximação.

E resolveu escrever uma carta aos pais que dizia:

— Oi. Aqui é o John, eu me casei e tive dois filhos. Eles querem conhecer vocês; Não sei se depois desses longos anos vocês me perdoaram. Não sei se vão querer me ver, mas irei visitar vocês com minha família. Se me perdoaram, coloque um pano branco onde eu possa ver, porque estarei indo de trem que passa bem em frente a casa de vocês e assim eu saberei se posso voltar ou não.

John fez todos os preparativos, arrumou as malas e as crianças, pegou o trem mas estava muito nervoso.

— Será que eles receberam a carta?, será que me perdoaram?, será que estão vivos ?

Não parava de andar pra lá e pra cá no trem. Quando chegaram numa estação anterior a de seu destino, John não conseguia mais se conter, ele suava frio.

O trem saiu e John grudado na janela como a uma criança não via a hora de chegar a sua antiga casa.

O trem entrou em uma curva e John sabia que depois daquela curva ele conseguiria ver a casa de seus pais

— Após esta curva conseguiremos ver a casa do vovô e da vovó, disse John.

O trem terminou a curva e John e sua família pode ver a casa. Ela estava cheia de lençóis brancos, nas cercas, nas janelas e o mais comovente, um casal de velhinhos acenando com lenços brancos para o trem em sinal do perdão a seu filho.

Hoje existe um Pai em algum lugar perdoando seu filho por seus erros…

Que tal ser este pai hoje, agora…

Fale, telefone, mande uma carta ou um e-mail para seu filho e perdoe…

Acene com um lenço branco…

Ele com certeza irá estar esperando…

Ou então apenas Sorria !!!

Ele entenderá…

Colaboração de Renato J.G. Filho

Carpas, tubarões e golfinhos

Carpas, tubarões e golfinhos vivem nas mesmas águas…

As carpas, com medo da escassez e de serem agredidas, vivem isoladas, escondidas nos cantos.

Não se organizam, não se comunicam, não se auxiliam.

Muitas vezes, morrem pela escassez.

Vivem amedrontadas e infelizes.

Para elas, golfinhos e tubarões são a mesma coisa.

Os tubarões andam desordenadamente por todas as águas.

Abocanham tudo o que vêem pela frente, às vezes até pedaços de navio ou mesmo, de um outro tubarão que foi ferido.

Não são cooperativos, não se comunicam, não se organizam.

Apesar de não se apavorarem, são covardes e facilmente atingidos.

Morrem, muitas vezes, pelo excesso de “qualquer coisa” que ingerem desmesuradamente.

Passam suas vidas agressivos, desequilibrados e insatisfeitos.

Para eles, carpas e golfinhos são a mesma coisa.

Os golfinhos ocupam todas as águas com graça, alegria e vida.

Comem somente quando têm fome e só os peixes pequenos.

São organizados, cooperativos e se comunicam o tempo todo.

São amáveis, sábios e inteligentes.

Somente atacam para defesa própria.

São necessários apenas cinco golfinhos para se defenderem de noventa tubarões.

Ao se verem ameaçados, se organizam de uma forma que, um grupo distrai alguns tubarões, enquanto um dos golfinhos dá um bote certeiro no peito de um tubarão que, por ter respiração frágil morre.

Ou então, mordem um tubarão que sangra e logo começa a ser devorado pelos outros tubarões.

Com isso, os golfinhos podem escapar.

Vivem uma vida longa, saudável e feliz. Para eles, carpas e tubarões são completamente diferentes.

Tomemos cuidado com aqueles que se assemelham a tubarões.

Devemos evitá-los – mas, quando não pudermos, não devemos temê-los. e jamais imitá-los.

Vamos ajudar as carpas, para que sejam integradas ao mundo.

Vamos imitar os golfinhos, que são cooperativos, amigos, alegres, ativos, organizados, atentos, observadores, não gananciosos, comunicativos, criativos, vivendo uma vida tranqüila e feliz……..

Carga

Conta-se uma fábula sobre um homem que caminhava vacilante pela estrada, levando uma pedra em uma das mãos e um tijolo na outra. Nas costas carregava um saco de terra; em volta do peito trazia vinhas penduradas. Sobre a cabeça equilibrava uma abóbora pesada.

Pelo caminho encontrou um transeunte que lhe perguntou:

— Cansado viajante, por que carrega essa pedra tão grande?

— É estranho, respondeu o viajante, mas eu nunca tinha realmente notado que a carregava.

Então, ele jogou a pedra fora e se sentiu muito melhor. Em seguida veio outro transeunte que lhe perguntou:

— Diga-me, cansado viajante, por que carrega essa abóbora tão pesada?

— Estou contente que me tenha feito essa pergunta, disse o viajante, porque eu não tinha percebido o que estava fazendo comigo mesmo.

Então ele jogou a abóbora fora e continuou seu caminho com passos muito mais leves. Um por um, os transeuntes foram avisando-o a respeito de suas desnecessárias cargas. E ele foi abandonando uma a uma. Por fim, tornou-se um homem livre e caminhou como tal.

Qual era na verdade o problema dele? A pedra e a abóbora? Não! Era a falta de consciência da existência delas. Uma vez que as viu como cargas desnecessárias, livrou-se delas bem depressa e já não se sentia mais tão cansado.

Esse é o problema de muitas pessoas. Elas estão carregando cargas sem perceber. Não é de se estranhar que estejam tão cansadas.

Temos de cuidar com as cargas que roubam nossas forças e energia: pensamentos negativos, culpa, falta de perdão, mágoa, ciúmes, sentimentos de ódio, vingança, auto-piedade …

Canção das Mulheres

Lya Luft

Que o outro saiba quando estou com medo, e me tome nos braços sem fazer perguntas demais.

Que o outro note quando preciso de silêncio e não vá embora batendo a porta, mas entenda que não o amarei menos porque estou quieta.

Que o outro aceite que me preocupo com ele e não se irrite com minha solicitude, e se ela for excessiva saiba me dizer isso com delicadeza ou bom humor.

Que o outro perceba minha fragilidade e não ria de mim, nem se aproveite disso.

Que se estou apenas cansada o outro não pense logo que estou nervosa, ou doente, ou agressiva, nem diga que reclamo demais. Que o outro sinta quanto me dói a idéia da perda, e ouse ficar comigo um pouco – em lugar de voltar logo à sua vida.

Que, se estou numa fase ruim o outro seja meu cúmplice, mas sem fazer alarde nem dizendo “Olha que estou tendo muita paciência com você!”

Que, quando sem querer eu digo uma coisa bem inadequada diante de mais pessoas, o outro não me exponha nem me ridicularize.

Que, se eventualmente perco a paciência, perco a graça e perco a compostura, o outro ainda assim me ache linda e me admire.

Que o outro não me considere sempre disponível, sempre necessariamente compreensiva, mas me aceite quando não estou podendo ser nada disso.

Que, finalmente, o outro entenda que mesmo se às vezes me esforço, não sou, nem devo ser, a mulher-maravilha,mas apenas uma pessoa: vulnerável e forte, incapaz e gloriosa, assustada e audaciosa – uma mulher!

Caminhos da Liberdade

Quando cortas uma flor para ti, começas a perdê-la, porque murchará em tuas mãos e não se fará semente para outras primaveras.

Quando aprisionas um passarinho para ti, começas a perdê-lo, porque não mais cantará no bosque para ti nem criará outros passarinhos em seu ninho.

Quando guardas teu dinheiro começas a perdê-lo, porque o dinheiro não vale por si, mas pelo o que com ele se pode fazer.

Quando não arriscas tua liberdade para tê-la, começas a perdê-la, porque a liberdade que tens se comprova quando te atiras optando e decidindo.

Quando não deixas partir o teu filho para a vida, começas a perdê-lo, porque nunca o verás voltar para ti livre e maduro.

Não existe preço para a liberdade, mas uma belíssima recompensa para quem a utiliza com despreendimento de alma — ter para sempre, junto à si a fidelidade daqueles que livres dos grilhões, se comprazem em serem seus eternos admiradores!

Quem ama liberta com a certeza da volta espontânea ao aconchego. Aprende no caminho da vida a padadoxal lição da experiência: sempre ganhas o que deixas e perdes o que reténs.

martha carrer cruz gabriel
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Caminhos

Conceição

Percorremos muitos
E longos caminhos
Caminhos de possibilidades,
De conquistas, de fragilidade…

Sempre buscamos
O inexplicável, o incompreendido…
Muitos desses caminhos
Nos levam ao mundo dos sonhos
Dos devaneios, do inesquecível.

Precisamos percorrê-los
E vivê-los com intensidade
O que vamos encontrar?
Não importa
O que importa é que
Caminhemos sempre

A cada caminho
Vivemos e crescemos
Sonhamos e acreditamos
Sofremos e aprendemos

Nos tornamos fortes, capazes
Dignos e merecedores.
Nos tornamos verdadeiramente
Especiais.

Bom dia. boa tarde, boa noite!

Cumprimente as pessoas.

Isso se chama amizade!

Deseje a cada um o melhor.

Isso se chama sinceridade!

Programe o seu dia, a sua semana.

Isso se chama ação!

Acredite que tudo dará certo.

Isso se chama fé!

Faça tudo com alegria.

Isso se chama entusiasmo!

Dê o melhor de si.

Isso se chama perfeição!

Ajude a quem precisa.

Isso se chama doação!

Compreenda que nem todos são como você.

Isso se chama tolerância!

Receba as bençãos com gratidão.

Isso se chama humildade!

Essa é uma fórmula infalível que vai ajudar a sua semana a ser mais feliz.

Bom coração

No tempo do Buda vivia uma velha mendiga chamada Confiando na Alegria. Ela observava os reis, príncipes e o povo em geral fazendo oferendas ao Buda e a seus discípulos, e não havia nada que quisesse mais do que poder fazer o mesmo. Saiu então pedindo esmolas, mas, no fim do dia não havia conseguido mais do que uma moedinha.

Levou a moedinha ao mercado para tentar trocá-la por algum óleo, mas o vendedor lhe disse que aquilo não dava para comprar nada. Entretanto, quando soube que ela queria fazer uma oferenda ao Buda, encheu-se de pena e deu-lhe o óleo que queria. A mendiga foi para o mosteiro e acendeu a lâmpada. Colocou-a diante do Buda e fez o seguinte pedido: ? Nada tenho a oferecer senão esta pequena lâmpada. Mas, com esta oferenda, possa eu no futuro ser abençoada com a Lâmpada da Sabedoria. Possa eu libertar todos os seres das suas trevas, purificar todos os seus obscurecimentos e levá-los à Iluminação.

Durante a noite, o óleo de todas as lâmpadas havia acabado. Mas a lâmpada da mendiga ainda queimava na alvorada, quando Maudgalyayana ? o discípulo do Buda ? chegou para recolher as lâmpadas. Ao ver aquela única lâmpada ainda brilhando, cheia de óleo e com pavio novo, pensou: ‘Não há razão para que essa lâmpada continue ainda queimando durante o dia’, e tentou apagar a chama com os dedos, mas foi inútil. Tentou abafá-la com suas vestes, mas ela ainda ardia. O Buda, que o observava há algum tempo, disse: ? Maudgalyayana: você quer apagar essa lâmpada? Não vai conseguir. Não conseguiria nem movê-la daí, que dirá apagá-la. Se jogasse nela toda a água dos oceanos, ainda assim não adiantaria. A água de todos os rios e lagos do mundo não poderia extinguir esta chama.

— Por que não? — Perguntou o discípulo de Buda.

— Porque ela foi oferecida com devoção e com pureza de coração e de mente. Essa motivação produziu um enorme benefício.

Quando o Buda terminou de falar, a mendiga se aproximou e ele profetizou que no futuro ela se tornaria um Perfeito Buda e seria conhecido como Luz da Lâmpada.

Em tudo, o nosso sentimento é o que importa. A intenção, boa ou má, influencia diretamente nossa vida no futuro. Qualquer ação, por mais simples que seja, se feita com coração, produz benefícios na vida das pessoas.

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