Na esquina tenho um amigo, nesta grande cidade que não tem fim, os dias passam e as semanas correm, e antes mesmo que perceba, um ano passou. E eu nunca vejo meus velhos amigos, porque a vida é uma corrida rápida e terrível… ele sabe que gosto dele, como nos dias em que batia à sua porta.
E ele batia à minha porta, nós éramos mais jovens, e agora somos homens ocupados, cansados.
Cansados de jogar esse jogo idiota, cansados de tentar ter sucesso. “Amanhã” – digo – vou ligar ao Jim, só para lhe mostrar que penso nele. Mas amanhã vem e amanhã vai, e a distância entre nós cresce e cresce…
Na esquina! O mesmo que a milhas de distância…
“Aqui está o telegrama, senhor. Jim morreu hoje.”
É isso que recebemos e merecemos no fim de contas. Na esquina, um amigo desaparecido.
Colaboração: Lúcia Maria Malta