Leila Fagundes/ Pedagoga
Em termos tecnológicos, basta um clique ou um apertar de botões ou teclas e estamos nos comunicando com alguém via Internet ou telefone. As comunicações ficaram mais ágeis, de fácil acesso mas não tornaram os relacionamentos mais sólidos, mais amorosos ou a vida mais partilhada.
Os encontros reais estão cada vez mais complicados e exigentes, sobra o mundo virtual que aos poucos está sendo explorado por um número cada vez maior de pessoas.
Deve-se ficar atento e ter certos cuidados ao se aventurar nesse universo virtual, pois, assim como no mundo real, encontram-se pessoas más e mal-intencionadas, que mentem, que iludem e traem, tanto quanto no real. Mas também vamos encontrar pessoas desesperançosas, carentes, solitárias ou tímidas, que vêem através deste uma forma de encontrar amigos, bater um papo, se relacionar com alguém que está longe, matar a saudade, trocar idéias, dividir sentimentos, afetos e por que não, encontrar um amor.
Um desses “amigos” disse-me que “a comunicação pode ser virtual, mas os sentimentos são reais”. Comunicar-se através de tecladas é um aprendizado novo, mais uma forma de nos relacionar. Relacionamentos que surgem a partir de uma lista onde estão milhares de pessoas conectadas, e por um simples comando no teclado, escolhe-se uma. Obra do acaso ou destino? Esse simples ato pode trazer muitas surpresas, alegrias e companhia por minutos, horas ou por um tempo indeterminado.
E numa dessas tecladas você pode encontrar um amigo especial. Percebe nesse encontro que a vida é cheia de surpresas e de momentos felizes e que a qualquer momento pode nos presentear com um amor incondicional, amor de alma, amor que liberta, que nos faz crescer e ensina a viver. Onde não há cobranças, promessas, uma relação leve, madura, sincera, espontânea, espiritual, em que o comando é sentir-se feliz, fazer o outro feliz. Carpe diem. Aproveite seu dia, vivendo um dia de cada vez, sem pensar no futuro, mas na felicidade do hoje, hoje sou feliz. E sem quebrar essa magia, deixe a história continuar, não queira acelerar o relógio para que chegue a meia-noite e a carruagem vire abóbora, se é um sonho, uma fantasia, um contos de fadas, quem sabe? Quem sabe o que é real ou virtual? Sonho ou realidade? Certo ou errado? Racional ou emocional? Tecnologia ou magia? Permita-se e deixe que esse encontro seja pleno.
Porto Alegre, 09 de setembro de 2006
Zero Hora, Edição nº 14991