Eda Carneiro da Rocha
Queres saber minha idade? Olha dentro dos meus olhos profundamente, docemente!
Verás tudo o que imaginares!.. Não uma alma cansada, não uma mulher madura, não quem perdeu a esperança, não quem a insônia não deixou dormir!
Antes, uma criança que corre pelos prados atrás das borboletas, dos gamos e gazelas de tudo que lhe dá vida! Do cheiro do alecrim, das flores esparsas como um tapete de relva que seus pezinhos palmilham…
Antes, alegria rejuvenescida, vontade de viver, jovem como é!…
Nunca me perguntes minha idade! Não a tenho! Podes me dar a que quiseres. Não me importo não!…
Se esse corpo de hoje está diferente, a alma , essa, nunca mudou e nem mudará!
Não é uma alma atribulada, plena de dor e desamor! É uma alma cheia de encantamentos, para te dar muito amor que só conhecem os que amam, os que ainda correm atrás de seus sonhos, atrás dos beija-flores, do canto das cigarras, do sol que já desponta, e da tarde que se vai.
Tudo isso é a minha idade, junto a todo o amor que sinto por mim e por ti.
Sim, porque preciso me amar também. Dar-me um pouco de calor, para aquecer esse meu abraço que é só teu e meu.
Se quiseres , ainda, saber a minha idade, olha, dentro dos meus olhos e lá verás a Idade do Amor!…