Ricardo Barros
A vida é um jardim onde florescem árvores variadas. Uma delas chama-se árvore das amizades que, de vez em quando, a gente precisa balançar para caírem as podres pois sabemos ser essa árvore muito resistente às diversas estações da vida cujas intempéries fazem apodrecer os frutos inconsistentes.
As intempéries que as submetem são, a provação, o interesse próprio e o medo.
A provação deixa-nos indefesos, ainda que temporariamente, mas os frutos bons não se estragam com essa situação.
Toda provação tem uma medida certa, uma dosagem adequada à vida para nos florescer a esperança, a experiência e a força [resistência].
Os frutos cuja essência é apenas o interesse próprio apodrecem indefinidamente.
O interesse próprio é a essência do orgulho e este se enfraquece na provação.
Submete-se ao poder da esperança, da experiência e da força e assim surge o medo.
O medo é a direção do orgulho que desconhece a resignação, a temperança, a prudência e a perseverança.
É o adversário da fé.
No meio da provação o interesse próprio é desmascarado e o medo denuncia as amizades podres.
De vez em quando precisamos balançar [observar] posto que, em verdade é a própria vida que se encarrega disso.
Devemos apenas estar atentos e aprender a crescer quando essas intempéries se nos apresentarem.
Como a teoria da evolução das espécies, através da seleção natural, a árvore das amizades também seleciona os frutos que devem permanecer.
Colaboração de Renato J. G. Filho