Conta uma fábula portuguesa que a coruja encontrou a águia, e disse-lhe:
— O águia, se vires uns passarinhos muito lindos em um ninho, com uns biquinhos muito bem feitos, olha lá não os coma, que são os meus filhos!
A águia prometeu-lhe que não os comeria; foi voando e encontrou numa árvore um ninho, e comeu todos filhotes. Quando a coruja chegou e viu que lhe tinham comido os filhos, foi ter com a águia, muito aflita:
— O águia, tu foste-me falsa, porque prometeste que não me comias meus filhinhos, e mataste-nos todos!
Diz a águia:
— Eu encontrei uns pássaros pequenos num ninho, todos depenados, sem bico, e com os olhos tapados, e comi-os; e como tu me disseste que os teus filhos eram muito lindos e tinham os biquinhos bem feitos entendi que não eram esses.
— Pois eram esses mesmos, disse a coruja.
— Pois então queixa-te de ti, que é que me enganaste com a tua cegueira.
Essa fábula é atribuída ao surgimento da expressão “mãe coruja “pois aos olhos das mães os filhos são sempre perfeitos e lindos, o coração de uma mãe é o lugar mais seguro do mundo e se precisar até sangra por um filho.
Existe um provérbio Iídiche (Israel) que diz: “Deus sabia que não poderia estar em todos os lugares, então criou as mães.”, o provérbio significa que o amor de Deus se manifesta através do amor materno e a dimensão que representa ser mãe é algo tão grandioso que nós como filhos só entendemos o dia em que nos tornamos pais.
Assim hoje quando olho para trás e vejo os erros que cometi posso também ouvir a voz da minha mãe me falando para não fazer ou então para fazer, se ao menos eu tivesse ouvido algumas de suas palavras poderia ter evitado muito dos erros que cometi, mas na época não queria escutar e não tinha a consciência do poder que tinham essas palavras sobre a minha vida.
O lado bom de tudo isso é saber que os erros também são necessários para o nosso crescimento e que muitas vezes a voz da minha mãe se calou, pois sabia que o silêncio também é necessário, pois sabia que muitas vezes é errando que se aprende a acertar, que é chorando que se aprende a sorrir, que é perdendo que se aprende a vencer, que é caindo que se aprende a levantar.
A voz suave da minha mãe que me ninava com suas canções que vinham do coração, a voz firme da minha mãe que brigava comigo porque queria me ver na linha e no caminho certo, a voz carinhosa da minha mãe me dando os melhores conselhos que alguém já me deu, o silêncio de quando ela não estava por perto e tudo que eu mais queria era ouvir novamente a sua voz.
Mãe foi com você que eu aprendi a viver e amar e tudo que eu tenho de melhor em mim é graças a sua dedicação, carinho e amor, mãe obrigado por ter sido o que você sempre foi para mim, uma mãe(não existe outra palavra no universo para descrever), obrigado por me fazer sorrir e chorar, por me fazer crescer e me encontrar.
Sabe qual é a coisa que pode ser uma das mais tristes do mundo?
Uma mãe chorando pelo destino de seus filhos.
E uma das mais belas?
A imensa gratidão que habita o coração de um filho pelo amor de sua mãe.
Por toda a minha vida a sua voz e as suas palavras vão fazer eco na minha consciência e calaram fundo para sempre na minha alma e em todo meu coração.
E quando meus dias na terra acabarem e o meu último pensamento passar pela minha cabeça será em você que irei pensar mãe.