João Pedro Paes Leme

Onde esta o limite dos limitados?

Dos cegos

Dos amputados

Dos cérebros paralisados

Quem são os limitados, afinal?

Os que olham e não vêem por que não podem

Ou os que olham e não vêem por que não querem

A sombra é apenas disfarce da luz

Escuridão com muitas cores

Quem deseja ver o que se passa neste mundo antes escondido

Vê o forte frágil destemido

O veloz orientado

O distante salto incompreendido

O estilo possível de um outro nado

Eles não querem piedade

Não querem a doçura da tolerância piegas

É o desejo de sinceridade que os liberta

O que os move é o instinto

O corpo atlético que jamais se ordenou perfeito

Porque reforçam os sentidos multiplicados

O que não se vê se sente

O que não se sente

Se crê possível

O impossível se reinventa

Mais alto

Mais forte

Mais rápido

É esta a essência do olimpismo

Não rima com preconceito

Com desrespeito

Ou segregação

Rima com

Superação

Persistência

E conquista

Afinal o que separa deficiência de eficiência?

É apenas o sonho que se sonha

Colaboração de Irene da Conceição R. de Castro

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