Oi vô, tudo bem? Hoje resolvi escrever algo para você, sabe, às vezes eu penso muito em ti, eu sei que não pode me escutar agora, mas certamente os anjos vão fazer com que essa carta chegue até você. Vô não sei se algum dia vou conseguir ser como você, quero dizer ser avô sabe, ainda nem tenho um filho e o tempo voa, talvez quando o meu filho tenha um filho eu já nem esteja aqui, assim como você não está mais, mas vô você tá no meu coração, eu ainda me lembro muito bem de você, do seu chapéu, você nunca saia de casa sem ele.
Ainda me lembro daquela musiquinha que você cantava, lembra, aquela do preguinho:
“Ai preguinho, ai preguinho, ai preguinho que furou a minha carça e me fez um buraquinho…”
Como isso é especial para mim,ai se você soubesse…
Lembro-me de você sentado lá na praça esperando a mamãe te buscar, parece que foi ontem que você me pegava no colo, lembro da sua gargalhada, ela me fazia rir também.
Você tinha um quadro de Moisés abrindo o mar vermelho na parede do seu quarto, nunca me esqueci disso, Vô se você me conhecesse agora, se a gente estivesse junto agora, eu ia te contar tanta coisa, tudo que eu descobri da vida e ia escutar as suas histórias, como elas eram gostosas de ouvir, lembro que eu te pedia benção e você me falava: “Deus te abençoe meu filho” e ele me abençoou meu avô querido, eu sou um homem muito feliz, você fez uma família maravilhosa para gente, obrigado!
Vô eu acho que sempre carregamos algo dos nossos familiares além do sangue que corre nas nossas veias, tenho certeza que esse amor que eu tenho pelas pessoas vem de você também, nascemos na beira do mar e aprendemos que a vida é como a maré, ás vezes alta e ás vezes baixa….
Que coisa maravilhosa é a gente lembrar de uma pessoa com alegria, acho que se um dia eu conseguir que se lembrem de mim com tanta saudade e tanta gratidão como eu me lembro de você, minha vida terá valido a pena
Vô, eu vou indo, vou continuar a minha jornada, tenho que viver, fica com Deus e eu te amo!
Um beijo grande do seu neto.
André Luis Aquino