Evan Hill
O filho de um pequeno sitiante que conheci, muitas vezes se acabrunhava por não poder manter o padrão de vida de alguns de seus colegas de famílias abastadas. Certa noite ele ouviu em silêncio o pai de seu amigo predileto, diretor de uma companhia, aconselhando seu pai a que o mandasse passar as ferias de Natal esquiando na Suíça.
— O menino passará umas férias inesquecíveis – observou o diretor.
— Acredito – respondeu o pai do rapazinho – mas nós não podemos fazer essa despesa.
Seguiu-se um longo silêncio entre os dois homens e o jovem que ouvira o diálogo. Ate que o diretor estendeu subitamente a mão ao seu interlocutor, dizendo:
— Nem eu, meu caro amigo.
Mais tarde o filho do sitiante me contou que quase chorou de puro orgulho do pai.
— Naquele momento foi para mim como se ele tivesse três metros de altura – comentou – nunca mais em toda minha vida me constrangi por não dispor de dinheiro.
Daquela conversa, entendi que a lição que lhe dera o pai o tornara capaz de encarar a si mesmo e aos colegas com honestidade, sem recorrer a falsas aparências …
(Trecho extraído de um artigo publicado na revista Seleções do Reader’s Digest – maio de 1965)
Texto enviado por Aylzo A. L. Almeida